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"A Nanotecnologia do Petróleo: desafios e perspectivas"

Henrique Eisi Toma (IQUSP)
henetoma@iq.usp.br

A demanda global de energia continuará crescendo nos próximos 30 anos, com previsão de aumento acima de 60%, impulsionado pela expansão populacional e pelo acelerado ritmo de desenvolvimento dos países com alta projeção e densidade demográfica. Em fluxo descendente estará a oferta de energia e de recursos não renováveis, como é o caso do Petróleo. A busca de energia renovável tem sido prioridade em todo o mundo, porém o desequilíbrio dos investimentos em biocombustíveis e na produção de alimentos pode ser um contraponto na questão da sustentabilidade. Qualquer que seja a opção energética, é certo que os desafios só poderão enfrentados através de tecnologias revolucionárias, capazes de elevar os patamares de eficiência com diminuição de problemas e custos operacionais, e dos impactos ao meio ambiente. Nesse sentido, a Nanotecnologia, pelo seu caráter abrangente e evolutivo, vem despontando com enorme potencial na área energética, e principalmente, na questão do Petróleo. Nos últimos anos, o parque petrolífero brasileiro expandiu-se de forma considerável, principalmente com a descoberta das novas bacias na costa marítima do sudeste, e na região amazônica. Esse fato muito auspicioso traz consigo enormes desafios, como o desenvolvimento de tecnologias de exploração em águas profundas, e o aperfeiçoamento constante dos processos ao longo de toda a cadeia produtiva, tanto do petróleo, como do gás natural. A Nanotecnologia pode contribuir em todas as etapas, desde a melhoria dos equipamentos e processos de prospecção, sensoriamento e transporte; dos processos de separação de gases e componentes do petróleo; dos processos de transformação e catálise, até o controle e remediação dos problemas ambientais decorrentes da exploração do petróleo. Novos materiais, com maior leveza e resistência mecânica, com propriedades antiaderentes, ou com capacidade de auto-reparo poderão fazer parte da nanotecnologia do petróleo. Sensores ultrassensíveis, para detecção “on line” de contaminantes críticos, como os transportadores de enxofre e metais pesados que envenenam os catalisadores, deverão ser desenvolvidos e aperfeiçoados. Nanocatalisadores petroquímicos de alta eficiência já estão sendo pesquisados em todo o mundo. Aditivos de performance para melhorar o escoamento e evitar incrustações, poderão surgir através da nanotecnologia. Esse conhecimento também será estendido para a área de energia e biomassa, que hoje se soma aos interesses do petróleo. Recentemente, a Petrobrás deu início à Rede de Nanotecnologia do Petróleo, com participação de universidades brasileiras, ensejando desta forma, uma ampla divulgação e discussão junto à comunidade, como parte do tema central da 31a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química.


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