30a Reunião Anual
Sociedade Brasileira de Química
 
   
 
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Graduação em Química: avaliação, perspectivas e desafios

César Zucco
Depto. de Química-Universidade Federal de Santa Catarina
czucco@qmc.ufsc.br

A formação do químico, em nível de graduação e de pós-graduação, tem sido um dos temas recorrentes das discussões patrocinadas pela SBQ, a partir de 2000, objetivando produzir uma agenda para a Química brasileira nas próximas décadas, que traduza suas perspectivas e necessidades. O envolvimento da comunidade dos químicos e de outros setores da sociedade brasileira foi destaque e serviu como validação da iniciativa e dos encaminhamentos resultantes das discussões. É sabido que o baixo nível dos ensinos fundamental e médio e, nos últimos 10 anos, o aumento dos cursos e das instituições do ensino superior – expansão sem o devido controle – vêm afetando adversamente a qualidade do ensino superior no país. Por outro lado, as avaliações dos cursos de graduação, conduzidas a partir de meados da década passada, permitem, com as devidas restrições e limites interpretativos, a descrição dos níveis de qualidade dos cursos superiores brasileiros, dentre os quais os de Química.
Nesta palestra, são avaliados os resultados dos exames nacionais, ENCs de 2000 a 2003  e ENADE de 2005, os números da evasão escolar no período de 2000 a 2005 e da década  de 90, e as percepções dos alunos e professores incluídas nos exames. São, ainda, analisadas as manifestações, sob a ótica do atendimento da demanda de mão-de-obra qualificada, de acadêmicos e de profissionais das indústrias e do mercado de trabalho sobre a formação do químico.  A partir dessas considerações foi desenhado o perfil do químico formado pelas IES brasileiras, que, comparado com o desejável, mostra as deficiências existentes.
Esperava-se que as diretrizes curriculares aprofundassem as discussões em torno de mudanças estruturais que permitissem aos Cursos (de Química) oferecer uma formação integral e abrangente de Química, interdisciplinar, não compartimentalizada, crítica e com caráter empreendedor. Todavia, observa-se, no seio dos cursos, não só o atraso na implementação das diretrizes, mas discussões, por vezes, tímidas e infrutíferas.
Por isso, as expectativas em relação às alterações curriculares essenciais, que emprestariam um caráter inovador e avançado aos cursos, transformaram se em desafios. Assim, pergunta-se: Como tornar o forte caráter informativo dos cursos em formativo? Que programas inserir nos currículos, que envolvam os alunos em atividades que exijam iniciativas e decisões próprias, para catalisar a aprendizagem e reforçar o interesse pela Química? Como formar os futuros professores dos ensinos médio e superior (como superar a tradicional “formação ambiental” corrente)?  Como ampliar a formação afim à Química sem adicionar mais e mais horas aos currículos? Como introduzir o espírito empreendedor nos currículos e aprofundar o conhecimento da carreira profissional (não acadêmica)?

 

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