DESAFIOS DA ESCOLA ATUAL: A EDUCAÇÃO PELO TRABALHO

ROBERTO RIBEIRO DA SILVA
Instituto de Química
Universidade de Brasília
bobsilva@unb.br

É incontestável a atualidade da crítica à instituição escolar feita por Ivan Illich. O primeiro livro em que examina a questão – Deschooling Society - é publicado em 1970. Seguiram-se outros: Em América Latina, para que Serve a Escola? (1973); After Deschooling, wat? (1974); A Convivencialidade (1976); Educação e Liberdade (1990), mantendo o autor a sua crítica contundente a essa instituição. Para Illich, nossas escolas não educam o cidadão, simplesmente oferecem informações soltas e desconexas e trabalham de forma a padronizar o conhecimento e, principalmente, o comportamento do indivíduo. Illich entende que o esforço para melhorar a escola deveria ser substituído pela análise crítica da ideologia que o sistema escolar apresenta como um dogma indiscutível de qualquer sociedade industrial.
Haveria alguma alternativa para a escola contemporânea? Vygotsky, um estudioso da psicologia e da educação, propõe que o trabalho seja a própria base do processo educativo, não como tema, método ou meio de ensino, mas como matéria-prima da educação, introduzindo-se não apenas o trabalho na escola, mas também a escola no trabalho. A forma de Vygotsky conceber a articulação entre escola e trabalho é a da educação politécnica. Na atualidade, autores com Saviani e Frigoto alinham-se à idéia de uma educação politécnica, que possibilitaria um educar por meio de oficinas, em um processo real, propiciando a articulação entre trabalho manual e intelectual, sem necessariamente estar atrelado ao mercado de trabalho como no ensino profissionalizante. A politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos de diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo moderno.

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