INFLUÊNCIA DO ÁLCOOL PROPARGÍLICO NA REAÇÃO DE REDUÇÃO DE HIDROGÊNIO NO FERRO EM Na2SO4 0,1 mol L-1

Valdomiro Noga Júnior1 (PG), Reinaldo Simões Gonçalves2 (PQ), Luís Frederico Pinheiro Dick1 (PQ).

1Departamento de Metalurgia, UFRGS, Av. Osvaldo Aranha, 99 sala 615;
CEP 90035-190, Porto Alegre, RS. e-mail: LFDick@vortex.ufrgs.br

2Instituto de Química, UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 9500 CEP 91501-970
Porto Alegre, RS.


Palavras-chaves: álcool propargílico, ferro, hidrogênio


Inibidores de corrosão podem atuar de forma distinta na absorção de hidrogênio pelo ferro. Dependendo de qual das reações envolvidas na redução de hidrogênio é afetada (Volmer, Heyrovski ou Tafel), podemos ter tanto uma diminuição, quanto um aumento da concentração de hidrogênio adsorvido. Sabe-se que uma maior concentração de hidrogênio adsorvido causará uma maior absorção de hidrogênio pelo ferro (hidrogenação), aumentando o risco da fragilização do material ferroso.

Álcoois acetilênicos são considerados uma classe de excelentes inibidores de corrosão de aços em meios ácidos1. Os efeitos protetores destes compostos são atribuídos à sua adsorção química na superfície do metal devido à ligação tripla carbono-carbono2,3. Espera-se por isto, além da conhecida inibição da corrosão do ferro, uma influência na reação de redução do hidrogênio.

Este trabalho teve por objetivo o estudo da influência do álcool propargílico (AP) na cinética da redução do hidrogênio e na hidrogenação do ferro em meio neutro. Para tanto, foram realizados ensaios voltamétricos e ensaios de permeação de hidrogênio em sobrepotenciais negativos em relação ao E(H+/H2). Os resultados de permeação de hidrogênio serão apresentados posteriormente.

Voltametrias cíclicas foram realizadas em ferro 99,91% (ARMCO) em célula padrão de 3 eletrodos, em solução desaerada de Na2SO4 0,1 mol L-1, com adição de 1 e de 10 mmol L-1 de AP, entre um potencial de –1,45 V e –0,40 V (NHE, eletrodo padrão de hidrogênio). Após uma pré-polarização por 10 min ao potencial inicial de –1,45 V foram realizados ciclos de polarização com valores crescentes de potenciais de reversão, denominados aqui de E máx.

E máx


E máx



Fig.1: Voltamograma do Fe (2° ciclo) em Na2SO4 com diferentes adições de AP (0, 1 e 10 mmol L-1) e v=10 mV s-1.



Fig.2: Correntes de redução de hidrogênio a um potencial fixo de –1V versus E máx (1° e 2° ciclos, Fe em Na2SO4 + 0, 1 e 10 mmol L-1) e v=10 mV s-1.


Como pode ser observado no exemplo da Fig.1, as adições de 1 e 10 mmol L-1 de AP inibem a reação de hidrogênio a potenciais mais negativos do que –1,25 V, ocorrendo uma inversão deste efeito para potenciais mais positivos do que este. A Fig.2 mostra a corrente de redução de hidrogênio a um potencial fixo de –1 V para crescentes potenciais máximos. Observa-se que quando o potencial de reversão, E máx, excede o valor de –0,65 V, o efeito inibidor do AP é progressivamente reduzido. Este potencial máximo está de acordo com a presença de um pico anódico indicado na Fig.1, ocorrendo a partir deste ponto a oxidação e dessorção do AP da superfície.

CAPES

Referências Bibliográficas


(1) Duwell, E.J. J. Eletrochem. Soc., v.109, p. 1013-1016, 1962.

(2) Funkhouser, J.G.; Corrosion, v.17, p. 109-113, 1961.

(3) Foster, G.L. ; Oakes; B. D.; Kucera; C.H. Industrial and Engineering Chemistry,

v.51, n.7, p. 825-828, 1959.