QUÍMICA E CIDADANIA: UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM DE PAPEL E SUA COLORAÇÃO COM PIGMENTOS NATURAIS NO ENSINO DE QUÍMICA
Claudia da Costa Aronne (PG)1, Maristela de Castro Rezende (PG)2,
Katia Christina Leandro Antunes (FM) 3
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro1, 2, 3 , Escola Estadual Agripino Grieco3
Palavras-chave: pH, reciclagem de papel, cidadania
Introdução
A Educação Ambiental não trata somente do ambiente. Ela visa uma mudança no comportamento das pessoas e deve ser encarada como uma disciplina, pois seu desenvolvimento ocorre em todas as disciplinas, e em todos os conteúdos, relacionando-os ao ser humano e sua vida. É neste sentido que a Educação Ambiental pode assumir um sentido novo na medida em que vincula-se a um processo decisivo para o mundo moderno: a formação da cidadania.
É da compreensão plena do processo educativo, formal e informal, e da ordem de relações que se estabelecem entre o homem e o ambiente, que brota o cidadão consciente e participativo. Ao tornar-se capaz de observar, pensar e agir sobre o meio que o cerca, sentindo-se parte dele, o cidadão terá assumido um compromisso com o presente e com o futuro da civilização e do planeta.
O professor pode abordar e desenvolver um tema de química e de cidadania paralelamente, pois o ensino de química pode contribuir tanto para o desenvolvimento intelectual dos estudantes, quanto para a formação de cidadãos mais conscientes.
O presente trabalho apresenta uma prática de pH, colorindo o papel reciclado com pigmentos naturais (antocianinas) e utilizando-o posteriormente, como papel indicador ácido-base.
Estudar a mudança de coloração das antocianinas presentes no repolho roxo em função do pH. Verificar as utilidades do papel reciclado e promover uma maior conscientização sobre a importância de:
evitar o desperdício de consumo de papel;
coleta seletiva;
diminuição do lixo que necessita de aterros sanitários;
economia de energia elétrica e água.
1ª Parte:
Preparação do papel reciclado mediante colocação de papéis, usados e picotados, numa bacia com água por 24h. Homogeneização com o auxílio de um liqüidificador doméstico, utilizando um copo de papel para 2 copos de água.
2ª Parte:
Extração do pigmento do repolho roxo (antocianina) com a fervura de 15g de repolho roxo, durante 15 minutos. Filtração da solução, colocação do extrato em um bécher de 100 mL e adição deste extrato em 3 tubos de ensaio (2mL em cada).
3ª Parte:
Preparação das soluções tampão de acordo com a tabela abaixo e estudo da variação do pH, mediante a medição com papel indicador universal e anotação das cores desenvolvidas após as adições das soluções.
Tabela 1 Volumes a serem adicionados aos tubos de ensaio contendo o pigmento.
Tubo de ensaio com 2mL do pigmento |
Soluções Tampão |
|||
|
HCl 0,1N |
KH2PO4 0,15M |
Na2HPO4 0,15N |
NaOH 10% |
1 (solução ácida) |
9,5mL |
0,5mL |
- |
- |
2 (solução neutra) |
- |
4,0mL |
6,0mL |
- |
3 (solução básica) |
- |
- |
- |
10mL |
4ª Parte:
Coloração do papel reciclado com o pigmento extraído e sua utilidade como papel indicador ácido-base.
Conclusão
A reciclagem de papel estimulou a conscientização dos alunos sobre a importância social e econômica do papel.
O estudo da variação de pH no extrato do repolho roxo e da preparação do papel indicador utilizando o papel reciclado, colorido com o extrato, contribuíram para uma nova abordagem do estudo do pH.
Esta metodologia facilitou o ensino-aprendizagem por estar associada ao cotidiano dos alunos e sua cidadania.
Bibliografia
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