CONSTITUINTES QUÍMICOS FIXOS E VOLÁTEIS DE
AUXEMMA GLAZIOVIANA(TAUB)
José Galberto Martins Costa (PG)**, Telma Leda Gomes de Lemos (PQ)*, Otília Deusdênia Loiola Pessoa (PQ)*, Hemerson Iury Magalhães(IC)*
* Departamento de Química Orgânica e Inorgânica - Centro de Ciências - Universidade Federal do Ceará, Cx. Postal 12200, 60455-760 Fortaleza-Ce.
** Departamento de Ciências Físicas e Biológicas - Centro de Ciências - Universidade Regional do Cariri - URCA.
palavras-chave: Auxemma glazioviana, cordiacromos, óleo essencial.
Investigações fitoquímicas anteriores com a espécie Auxemma oncocalyx (Boraginaceae), permitiram o isolamento e a identificação de quinonas terpenoídicas com esqueletos do tipo cordiacromos1,2. Dando continuidade ao estudo fitoquímico do gênero Auxemma, selecionamos a espécie Auxemma glazioviana Taub., conhecida popularmente como pau-branco-louro, que tem como principal habitat o Estado do Ceará. A exemplo de muitas espécies que apresentam aplicações terapêuticas na medicina popular , a casca deste vegetal é usada como cicatrizante em banhos, no tratamento auxiliar na cicatrização de cortes e feridas3.
Dar continuidade ao estudo fitoquímico das partes aéreas de Auxemma glazioviana visando o isolamento, a identificação e quantificação de seus constituintes fixos, bem como análises de seus óleos essenciais e realização de bio-ensaios.
O material botânico (caule) foi coletado no Município de Cristais, Estado do Ceará. a madeira seca e triturada foi exaustivamente extraída com etanol à temperatura ambiente, de onde durante o processo de evaporação foi obtido um material sólido que após ser tratado com metanol à quente foi analisado e identificado como sendo alantoína.
O resíduo da evaporação foi cromatografado sob gel de sílica e eluído com misturas crescentes de polaridade: hexano, acetato de etila e metanol. Cromatografias sucessivas resultaram no isolamento de vários constituintes, que tiveram suas estruturas elucidadas por meio de utilização de técnicas espectrométricas como : IR, RMN 1H e 13C, incluindo técnicas bidimensionais.
O óleo essencial do cerne do caule foi obtido por hidrodestilação e analisado pela primeira vez, utilizando-se a técnica de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas para identificação e quantificação dos constituintes. O sesquiterpeno a-bisabolol (1) foi identificado como principal composto constituindo mais de 46% do óleo.
Da fração hexânica foi isolado um sesquiterpeno o qual foi identificado como o a-bisabolol, também encontrado no óleo como o principal constituinte, substância de grande interesse na indústria de cosméticos e de medicamentos, devido sua alta atividade anti-inflamatória. Da fração clorofórmio foram isoladas duas benzoquinonas terpenoídicas, (2) e (3), enquanto que a fração acetato forneceu a hidroquinona (4).
Testou-se a atividade larvicida do óleo essencial do cerne de A. glazioviana, sobre larva no terceiro estágio de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, revelando uma DL50 igual a 2,98 ppm, o que confirma a presença de substâncias bioativas no óleo.
Assim, até o momento, o estudo do extrato etanólico bruto de A. glazioviana tem fornecido constituintes químicos inéditos tanto na espécie como no gênero, e que já revelaram algumas propriedades citotóxicas.
Pessoa, O.D.L.; Lemos, T.L.G.; Silveira, E.R.; Braz-Filho, R. Nat. Prod. Lett. 1993, 2, 145-150.
Pessoa, O.D.L.; Lemos, T.L.G.; Carvalho, M.G.; Braz-Filho, R. Phytochemistry, 1995, 40, 1777-1786.
Braga, R. Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará, 25ª Edição, 1960, Imprensa Oficial do Ceará, Fortaleza - Ceará - Brasil.
Costa, J.G.M.; Lemos, T.L.G.; Pessoa, O.D. L and Braz-Filho, R. J. Nat. Prod., 1999. 62 (7), 1044-1045.
FUNCAP, CNPq e CAPES