CONSTITUINTES QUÍMICOS ISOLADOS DA MADEIRA DO CAULE DE CORDIA TRICHOTOMA
Rondinelle Alves do Carmo (IC); Jane Eire Silva Alencar de Menezes (PG); Otília Deusdênia Loiola Pessoa (PQ); Telma Leda Gomes de Lemos (PQ).
Departamento de Química Orgânica e Inorgânica - Centro de Ciências - Universidade Federal do Ceará.
Palavras-chave: Cordia trichotoma, Boraginaceae, Auxemma.
A família Boraginaceae compreende aproximadamente 100 gêneros e mais ou menos 2000 espécies1. Um dos gêneros da família Boraginaceae, Auxemma, é constituído por apenas duas espécies, encontradas com exclusividade no Nordeste brasileiro e estão sendo estudadas por este grupo. Os constituintes químicos isolados a partir da madeira do caule destas espécies são principalmente quinonas e hidroquinonas terpenoídicas, que de acordo com levantamento bibliográfico no Chemical Abstract, são bastante comuns em espécies de Cordia. Em virtude da semelhança botânica entre Auxemma oncocalyx e Cordia trichotoma, e ainda devido a facilidade com que esta é encontrada em nossa região, deu-se início ao estudo fitoquímico de C. trichotoma.
Em comunicações anteriores foi descrito o estudo fitoquímico do extrato etanólico da madeira do caule, que conduziu ao isolamento e identificação dos compostos: b-sitosterol, seu glicosídeo, alantoína, sacarose, cordiacromo C, oncocalyxona A e trichotonol, sendo este último um sesquiterpeno de esqueleto cadinano3,4,5.
Este trabalho tem por objetivo descrever os resultados obtidos com a continuação do estudo químico do extrato etanólico da madeira do caule de Cordia trichotoma.
A madeira do caule de C. trichotoma, coletada no município de Meruoca-Ce em março de 1998, foi separada em alburno e cerne. Estes materiais após secos a temperatura ambiente e triturados mecanicamente foram submetidos à extração exaustiva com etanol à frio. O extrato etanólico do alburno, foi submetido a fracionamento em coluna cromatográfica clássica utilizando os solventes: hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol. Cromatografia em gel de sílica da fração hexânica, resultou no isolamento do constituinte 1 e a partir da fração clorofórmica, foram isolados os constituintes 2 e 3.
A
elucidação estrutural dos compostos isolados foi
realizada com base em dados espectrométricos, principalmente
RMN de hidrogênio e carbono-13, e por comparação
com dados descritos na literatura. O composto 1, trata-se de
um sesquiterpeno de esqueleto cadinano, o qual foi identificado como
sendo o a-cadinol.
Os constituintes 2 e 3 foram identificados como sendo
os ácidos oleanólico e 2,4,5-trimetoxifenil-propiônico,
respectivamente.
1 2 3
Barroso, G. M., Sistemática de Angiospermas do Brasil. Imprensa Universitária, 1ª edição. Universidade Federal de Viçosa-MG, 1986.
Menezes, J. E. S. A.; Pessoa, O. D. L.; Lemos, T. L. G. Machado, M. I. L., Livro
de Resumos do XV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil. Águas de Lindóia-
SP, 1998, PN 03.162, 156.
Menezes, J. E. S. A.; Pessoa, O. D. L.; Lemos, Silveira, E. R.; Braz Filho, R., Livro de Resumos da 22a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Poços de Caldas-MG, 1999, PN-132.
Menezes, J. E. S. A.; Pessoa, O. D. L.; Lemos, Silveira, E. R.; Braz Filho, R., Anais do VII Encontro de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear. Angra dos Reis-RJ, 1999, 87.
(CNPq, CAPES, FUNCAP)