ESTUDOS CATALÍTICOS DE FERROPORFIRINAS POLICLORADAS NA EPOXIDAÇÃO DE CICLOOCTENO E CICLOEXENO
Ana Paula J. Maestrin (PG)1, Andréa J. B. Melo (PQ)2 e Yassuko Iamamoto (PQ)1.
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Departamento de Química, FFCLR-USP, Av. Bandeirantes 3900, CEP
14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil; 2
Departamento de Física e Química, FCFRP-USP, 
Av
Café, s/n, CEP 14040-903, Ribeirão Preto, SP, Brasil; 
palavras-chaves: ferroporfirina polihalogenada, epoxidação e catalise
Metaloporfirinas polihalogenadas têm apresentado maior estabilidade e altas atividades catalíticas frente a substratos pouco reativos como cicloexano, adamantano, cicloocteno e alcanos lineares [1]. A alta atividade catalítica é atribuída ao maior caráter eletrofílico conferido pelos substituintes eletronegativos b-pirrólicos ao intermediário ativo metal-oxo e à estrutura em formato de sela que favorece a aproximação do substrato ao centro ativo. Neste trabalho relatamos a atividade catalítica das porfirinas policloradas, mesotetra(2-trifluorometilfenil)-b-octacloro ferroporfirina (FeT2TFMPCl8PCl) e mesotetra(2-nitrofenil)-b-octacloro ferroporfirina (FeTNPCl8PCl), na epoxidação de cicloocteno e cicloexeno tendo o iodosilbenzeno (PhIO) como doador de oxigênio.
	
	 FeT2TFMPPCl R= 2-CF3-Ph X= H FeT2TFMPCl8PCl R= 2-CF3-Ph X= Cl FeTNPPCl R= 2-NO2-Ph X= H FeTNPCl8PCl R= 2-NO2-Ph X= Cl 
		
	
			 
		
				 
			
				 
		
			 
		
				 
			
				 
		
			 
		
				 
			
				 
		
			 
	
				 
			
				 
		
	
Na epoxidação do cicloocteno verificamos para todas as FeP um rendimento de 90 - 100% do epóxido.
O cicloexeno foi utilizado como substrato diagnóstico para verificar o mecanismo da reação, pois temos além do epóxido a formação de álcool e cetona. Os resultados obtidos para a [Fe(T2TFMPP)]Cl e [Fe(T2TFMPCl8P)]Cl (Tabela) indicam a participação do mecanismo clássico proposto por Traylor et al. [3], que explica a predominância do epóxido através da formação do carbocátion em seqüência ao colapso do cage e a pequena formação de álcool e cetona devido a uma oxidação alilica. Neste caso, as reações realizadas na presença de oxigênio confirmaram a participação apenas do mecanismo clássico, atuando como um sistema modelo do citocromo P-450.
Tabela: Epoxidação do cicloexeno pelo PhIO.
FePProdutos (%) *[Fe(T2TFMPP)]ClepóxidoálcoolcetonaAtmosfera de argônio1006,50Presença deO28283[Fe(T2TFMPCl8P)]ClepóxidoálcoolcetonaAtmosfera de argônio90119Presença deO210000[Fe(TNPCl8P)]ClepóxidoálcoolcetonaAtmosfera de argônio762017Presença deO285330520[PhIO]/[FeP] = 20, [FeP] = 6,0 x 10-4 mol.L-1. * % baseada no PhIO.
	 (a)	O2
	 +  R.  ®
	 ROO. 		 (b)	ROO.
	 +  RH  ®
	 ROOH  +  R. 
	 (c)	FeIIIP
	 +  ROOH  ®
	 FeIIP  +  ROO.  +  H+ 
	 (d)	FeIIP
	 +  ROOH  ®
	 FeIIIP  +  RO.  +  OH- 
	 (f
	)	2 ROO.  ®
	 R=O  +  ROH  +  O2 
	 
	
A maior reatividade das FeP policloradas com o oxigênio é explicada pelo substituintes eletronegativos, nas posições b-pirrólicas, que aumentam o potencial de redução FeIII/FeII, aumentando a velocidade de oxidação do alquilperóxido ao radical ROO. (reação c). Contrariando esta afirmação de Gray [4] a [Fe(T2TFMPCl8P)]Cl, inesperadamente, não desencadeou o mecanismo radicalar e outros estudos são necessários para melhor compreender este comportamento.
[1] D. Dolphin, T.G. Traylor e L.Y. Xie. Acc. Chem. Res. 30 (1997) 251.
[2] T. Wijesekera, D. Dupré, M.S.R. Cader e D. Dolphin. Bull. Chem. Soc. Fr. 133 (1993) 765.
[3] T.G. Traylor. J. Am. Chem. Soc. 108 (1986) 2782.
[4] M.W. Grinstaff, M.G. Hill, J.A. Labinger e H.B. Gray. Science 264 (1994) 1311.
[5] P.R. Cooke e J.R.L. Smith. J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1 (1994) 1913.
[6] P.A.M. MacFaul, I.W.C.E. Arends, K.U. Ingold e D.D.M. Wayner, J. Chem. Soc., Perkin Trans. (1997) 135.
FAPESP, CNPq e CAPES