DETERMINAÇÃO DE METAIS PESADOS EM SEDIMENTOS DA BAIA DE PARANAGUÁ.
1LENISE DA SILVA (PG), 1ANTÔNIO S. MANGRICH (PQ), 1RONALDO A. BARRETO-- (IC), 2EDER J. SANTOS (PQ), 2AMANDA B. HERRMANN-(IC)
1Departamento de Química UFPR, Caixa Postal 19081-Centro Politécnico Cep. 81531-990. Curitiba, PR. (e-mail: mangrich@quimica.ufpr.br) 2TECPAR
Os AH e as HU foram extraídos segundo metodologia da IHSS, sem o tratamento com HF/HCl para se evitar hidrólise ácida (1). Os metais foram determinados por espectroscopia de emissão atômica (ICP-AES) utilizando-se o espectrômetro Baird, modelo PSX. Os espectros de EPR dos AH foram feitos em espectrômetro Bruker, modelo ESP300E.
Os resultados das determinações dos metais no sedimento inteiro, e em suas frações húmicas estão na tabela 1. O sedimento e a HU do MB apresentaram as maiores concentrações dos metais estudados, enquanto que o sedimento e a HU do MP, local do surgimento dos casos de cólera, apresentaram as menores concentrações desses metais. Este é um comportamento que temos notado freqüentemente. Nos sedimentos de ambientes considerados não poluídos as interações orgânicos - inorgânicos são mais difíceis de desagregar, que aqueles de ambientes considerados poluídos (2). Nos AH, enquanto o AHCP apresenta a maior concentração de Al, o AHCB apresenta as maiores concentrações de Fe, Cu, Mn e Co. O AHMP apresenta as menores concentrações de Co e Cu, enquanto que o AHMB apresenta as segundas maiores concentrações desses metais.
Tabela 1. Concentrações de Al, Mn, Fe, Co e Cu nos sedimentos, huminas e ácidos húmicos de cinco pontos da Baia de Paranaguá.
Amostra |
Al/ g/100g |
Fe /g100g |
Cu /mg/Kg |
Mn mg/Kg |
Co /mg/Kg |
Spins/g |
Sed. CB |
1,187 |
1,522 |
5,882 |
123,371 |
9,881 |
ND |
Sed. MB |
3,744 |
3,497 |
18,330 |
143,385 |
15,600 |
ND |
Sed. CP |
0,584 |
0,460 |
4,952 |
72,663 |
2,967 |
ND |
Sed.MP |
0,194 |
0,209 |
2,826 |
10,055 |
ND |
ND |
Sed.Lar |
0,700 |
0,619 |
5,368 |
47,465 |
3,343 |
ND |
Hum. CB |
1,064 |
1,304 |
4,514 |
115,939 |
7,002 |
ND |
Hum. MB |
3,674 |
3,745 |
23,675 |
154,163 |
17,959 |
ND |
Hum. CP |
0,408 |
0,411 |
ND |
39,895 |
ND |
ND |
Hum. MP |
0,099 |
0,096 |
2,411 |
7,372 |
ND |
ND |
Hum. Lar |
0,575 |
0,536 |
ND |
33,549 |
2,352 |
ND |
AHCB |
0,809 |
1,448 |
64,38. |
37,87 |
25,61 |
9,4 x 10 16 |
AHMB |
0,622 |
1,057 |
53,48 |
14,20 |
13,56 |
9,2 x 1016 |
AHCP |
1,205 |
1,258 |
49,14 |
37,27 |
9,17 |
6,4 x 1016 |
AHMP |
0,793 |
0,889 |
40,93 |
17,92 |
6,50 |
5,7 x 1016 |
AHLar |
0,259 |
0,368 |
48,41 |
7,98 |
10,18 |
6,5 x 1016 |
Os espectros de EPR das amostras de AH apresentaram linhas largas em g = 9,0 e 4,3 que correspondem a íons de Fe+3 de spins altos, em sítios de simetria rômbica, mostraram, ainda, linhas largas DB ~ 1000 G, g ~ 2, correspondentes a interações de íons Fe3+ em estruturas de óxidos de ferro. Aparecem também, em todos os espectros sextetos de linhas finas, g = 2, A = 83 x 10-4 cm-1, pertencentes a íons de Mn+2. Estes sextetos de linhas são mais intensos no AHCP, onde a concentração de Mn é a segunda maior. Os espectros apresentaram ainda linhas finas em g = 2,006, , DB = 6 G atribuídas a radicais livres de semiquinona. A tabela 1 mostra as respectivas quantidades desses radicais livres. A amostra AHMB é a mais concentrada em termos de radicais livres, enquanto que a amostra AHMP é a menos concentrada. Os espectros apresentaram ainda linhas de interações super hiperfina correspondentes a estruturas Cu+2 - porfirinas (3).
Mangrich, A.S., Lobo, M.A, Tanck, C.B., Wypych, F., E. and Guimarães, E., J. Braz. Chem. Soc., (no prelo), 2000.
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CNPq, CAPES, UFPR