VOLTAMETRIA CÍCLICA EM UMA GOTA SUSPENSA DE SOLUÇÃO DE FERRICIANETO DE POTÁSSIO
Cardoso, A. A. (PQ)*
Stradiotto, N. R. (PQ)*
Milani, M. R. (PG)*
*Departamento de Química Analítica Instituto de Química
UNESP- Araraquara-SP
Palavras-Chave: voltametria cíclica, ultramicroeletrodos, gota de solução suspensa.
Sensores óticos acoplados a gotas de reagentes específicos têm sido usados com vantagens para coletar e determinar espécies químicas presentes no ar. Podem ser citadas as metodologias analíticas desenvolvidas para determinar os teores de dióxido de enxofre, gás sulfídrico, dióxido de nitrogênio e formaldeído em amostras gasosas. Nesses métodos analíticos foram medidos sinais de absorbância, nefelometria ou quenching decorrente de reações químicas entre os analitos e reagentes químicos específicos. Dentre as vantagens dessas metodologias pode ser citado o baixo consumo de reagentes químicos, a alta velocidade analítica, o baixo custo dos equipamentos envolvidos, a grande versatilidade dos dispositivos construídos e sobretudo a alta sensibilidade decorrente da grande área superficial oferecida pela gota de solução durante o período de amostragem. Essas vantagens motivam a busca de novas técnicas analíticas para ampliar o número de analitos possíveis de serem detectados. Nesse contexto as técnicas eletroanalíticas podem vir a dar uma contribuição significativa ao uso de sensores acoplados a gotas como a técnica de análise de espécies traço. Neste trabalho são descritos testes utilizando microeletrodo acoplado a uma gota, com o objetivo de determinar uma espécie eletroativa dissolvida na solução formadora da gota.
A gota foi formada a partir de soluções de ferricianeto de potássio com concentrações variando de 0,5 a 4,3 mM, tamponada em pH 9. Foi empregado um ultramicroeletrodo de platina com 10 mm de diâmetro e um microeletrodo de referência de prata/cloreto de prata.
Os voltamogramas cíclicos obtidos demonstraram que a taxa de eletrólise não excede a taxa de difusão do analito. Ou seja, o voltamograma assume a forma de uma curva sigmóide, conforme esperado para os ultramicroeletrodos. Na figura 1 está apresentado o voltamograma cíclico para uma gota de solução 4,3mM de ferricianeto de potássio a diferentes velocidades de varredura.
Figura
1: Voltamogramas cíclicos em uma gota suspensa
de solução 4,3mM de ferricianeto de potássio.
Foram testadas as velocidade de varredura de 20, 50, 100 e 200mV/s para soluções de 0,5; 1,5; 2,4 e 3,4mM ferricianeto de potássio em células eletroquímicas de 15mL e em gotas cujo volume era de aproximadamente 20mL. Na figura está apresentada a corrente catódica medida em um potencial de 10mV. Esses testes demonstraram que a intensidade de corrente de catódica está linearmente correlacionada com a concentração de ferricianeto de potássio, sendo que o índice de correlação e o parâmetro angular da reta interpolante diminuem à medida que a velocidade de varredura aumenta. Os parâmetros angulares das retas interpolantes variam de 2,63 até 2,41nA/mM para as velocidades de 20 e 200mV/s, respectivamente.
Figura 2: Relação entre a concentraçãoda solução da gota
e a corrente catódica medida a 10mV.
Os resultados preliminares mostraram que é possível acoplar um ultramicroeletrodo a uma gota de solução e dessa forma quantificar analitos eletroquimicamente ativos contidos nesse pequeno volume.
CAPES/CNPq