DEGRADAÇÃO DE UM CORANTE ANTRAQUINONA ATRAVÉS
DE UM SISTEMA MICROONDAS/UV/H2O2
Airton Kunz1 (PQ), Patrício Peralta-Zamora1 (PQ), Nelson Duran2 (PQ)
1Departamento de Química Universidade Federal do Paraná (UFPR)
C.P. 19081 CEP 81531 990, Curitiba PR
2Instituto de Química Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
C.P. 6154 CEP 13083-970 Campinas SP
Palavras-chave: azul reativo-19, processos oxidativos avançados, degradação.
A emissão de corantes e os seus subprodutos pelas indústrias produtoras de corantes e de processamento têxtil, tem causado sérios problemas ambientais devido ao caráter recalcitrante de seus efluentes, representada tipicamente por esta classe de compostos1. Neste sentido, se faz necessário a busca de novas metodologias de remediação destes compostos para atuarem em conjunto ou de maneira complementar às técnicas de tratamento de resíduos já existentes e largamente utilizadas.
Este estudo teve como objetivo verificar a capacidade de um processo oxidativo avançado combinando-se microondas, luz ultravioleta e peróxido de hidrogênio na degradação do corante reativo azul reativo-19, tipicamente presente em efluentes têxteis, avaliando-se sua cinética de descoloração e a diminuição de carbono orgânico total (COT).
PARTE EXPERIMENTAL
O corante azul reativo-19 foi utilizado em solução aquosa a 50 mg L-1. O reator (UMEX), consiste de um bulbo de quartzo recheado com vapor de mercúrio, o qual, quando ativado pelas microondas, emite fortemente na região de 254 nm. Primeiramente, o sistema foi otimizado através de um planejamento fatorial 22 com ponto central2, através do qual estudou-se o efeito das variáveis pH e concentração de peróxido de hidrogênio utilizando-se a descoloração como resposta do sistema. O volume utilizado no reator foi de 15 mL e o tempo de reação estabelecido em 10 segundos, a potência do forno de microondas foi de 100 %.
Após otimização, o pH foi ajustado a 2 e a concentração de H2O2 a 29,4 mmol L-1. Carbono orgânico total foi determinado segundo método padrão3 utilizando-se um analisador de carbono orgânico total marca Shimadzu modelo TOC 5000 A. A descoloração das amostras foi determinada espectrofotometricamente a 592 nm, utilizando-se um espectrofotômetro Hewlett Packard modelo HP 8452 A.
RESULTADOS
Dentre os processos estudados o que apresentou maior eficiência na descoloração do corante azul reativo-19 foi aquele em que utilizou-se os três processos simultaneamente, alcançando-se uma descoloração de aproximadamente 97 % após 10 segundos de tratamento (FIGURA 1).
FIGURA 1: Descoloração do corante azul reativo-19 a pH 2 após alguns tempos de tratamento.
A redução de carbono orgânico total também apresentou-se mais eficiente para o sistema UV/H2O2/microondas, alcançando o valor de 18 % após 10 segundos de tratamento.
Este estudo aponta para a viabilidade de um escalonamento do sistema proposto, haja visto que a utilização do microondas, quando em combinação com UV e H2O2, acelera sensivelmente a degradação do corante.
Bibliografia
1. Peralta-Zamora, P.; Kunz, A; Moraes, S.G.; pelegrini, R.; Moleiro, P.C.; Reyes, J.; Duran, N. Chemosphere 38 (1999) 835.
2. Barros Neto, B.; Scarminio, I.S.; Bruns, R.E. (1995). Editora da Unicamp, Campinas, SP.
3. ISO 8245 (1987).
[CNPq, FUNPAR]