DEGRADAÇÃO fotoquímica DE CORANTES REATIVOS utilizando-se dióxido de titânio imobilizado em sílica
Patricio Peralta-Zamora (PQ), Airton Kunz (PQ), Elaine R. L. Tiburtius (IC)
Departamento de Química - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
C.P. 19081, CEP 81531-990, Curitiba-PR
palavras-chave: dióxido de titânio, corantes reativos, degradação fotoquímica.
Introdução
Nas últimas décadas os problemas ambientais tem adquirido um caráter crítico, especialmente em função do exacerbado crescimento populacional e da significativa expansão das atividades que lhe são características. Dentro do diversificado grupo de atividades antrôpicas com potencial poluente, cabe à atividade industrial um lugar de destaque, especialmente devido à geração de grandes volumes de resíduos, contendo espécies deletérias de diversa natureza.
Os problemas ambientais relacionados com a atividade da industria têxtil tem sido bastante documentados1. Trata-se de uma atividade com alto potencial poluente, devido à geração de grandes volumes de resíduos, contendo altas concentrações de corantes reativos. O fato destes corantes apresentarem uma cinética de degradação muito lenta nos processos biológicos convencionais, faz com que grandes quantidades sejam liberadas diariamente nos corpos receptores. Além de provocar poluição visual, estes corantes podem provocar importantes alterações em ciclos biológicos naturais, afetando principalmente mecanismos de fotossíntese2.
Neste trabalho, apresenta-se um estudo de degradação fotoquímica de um corante antraquinona de uso bastante difundido na indústria de tingimento de fibras, utilizando-se dióxido de titânio livre e imobilizado em sílica gel.
Experimental
O corante (remazol brilliant blue R, C.I. 61200) foi utilizado em solução aquosa de 50 mg L-1. Oxido de titânio (anatase, Degusa P-25) foi utilizado sem purificação prévia. A forma imobilizada de TiO2 (TiSi) contendo 56 mg TiO2 / g sílica, foi gentilmente cedida pelo grupo do Prof. Lauro Kubota (IQ-UNICAMP).
O tratamento fotoquímico foi conduzido em um reator convencional de vidro, equipado com refrigeração por água, agitação magnética e sistema de oxigenação (10 mL min-1). A suspensão, formada por 75 mL da solução de corante (pH 6,0) e 50 mg de TiO2 (ou 1 g de TiSi), foi irradiada por cima utilizando-se uma lâmpada a vapor de mercúrio de 250 W (Philips), localizada a 10 cm da superfície da solução.
Para controle analítico, amostras foram tomadas em tempos convenientes, centrifugadas a 3500 rpm, filtradas em membrana de 0,45 mm e analisadas. A eficiência dos processos em estudo foi avaliada monitorando-se a descoloração das amostras no comprimento de onda de absorção máxima (592 nm), em um espectrofotômetro HP 8452.
Estudos preliminares tendentes a investigar o efeito da massa de fotocatalisador, pH e presença de oxigênio foram conduzidos via planejamento fatorial.
Resultados
Dentre os principais resultados destacam (vide Figura 1):
Figura 1. Descoloração do corante remazol brilliant blue R.
|
|
Conclusões
A forma imobilizada do fotocatalisador apresentou uma maior eficiência de descoloração, provavelmente em função do aumento da sua estabilidade química e da sua área superficial. A significativa diminuição da opacidade do meio, em relação à utilização do semicondutor livre, contribui bastante para o observado aumento de eficiência, uma vez que nestas condições a penetração da radiação é significativamente maior.
Referências
Furtado, M. R., Química e derivados, Setembro, 10-17 (1996).
Kunz, A. Mansilla, H.; Freer, J. Baeza, J. and Durán N., Proceeding of the Fifth Brazilian Symposium on the Chemistry of Lignins and Other Wood Components (Curitiba, Brazil), VI, 92-98 (1997).
[CNPq, FUNPAR]