Extrato de Caesalpinia echinata ( pau-brasil )
no Ensino de Química
Ildomar alves do Nascimento (IC)
Aparecida Cayoco I. Ponzoni (PQ)
Departamento de Química ICE- UFRuralRJ
Palavras-chave: Pau-brasil, ensino de Química, tingimento
Desde o início da escolarização qualquer criança brasileira ouve sobre a origem do nome Brasil e da árvore de pau-brasil a Caesalpinia echinata que produzia um corante de cor vermelha. Essa cor é atribuida a um composto que recebeu o nome de brazileína produto de oxidação da brazilina. Os primeiros estudos sobre essa planta foram feitas pelo químico francês Chevreul e datam de 1808. Sendo a fórmula dos corantes brazilina e brazileína determinadas por Liebermann e Burg em 1883.1
A própria história do País liga-se a exploração dessa planta pois teve papel importante na colonização portuguesa. Nos primeiros anos de colonização, o pau-brasil foi o produto de maior valor levado pela metrópole.2 Um trabalho prático de química envolvendo a madeira dessa planta pode se tornar tema motivador para a integração das várias disciplinas do Ensino Médio. A Química da sala de aula deve ser um instrumento de conscientização, com o qual se trabalha não só os conceitos químicos fundamentais para a nossa existência, mas também os aspectos morais, sociais, econômicos e ambientais a eles relacionados.3 A escolha de um trabalho deve sempre que possível recair sobre aquele que possibilite relacionar o conhecimento escolar com aquele do cotidiano do aluno e/ou através de resgate de saberes populares para que se possa fazer um ensino contextualizado.
O trabalho ora apresentado faz parte da monografia de final de curso de um aluno de licenciatura em Química e tem como objetivo apresentar os resultados dos experimentos a ser aplicado em classe do Ensino médio e os pontos possíveis a serem explorados para o Ensino de Química.
Foram feitos extratos alcoólicos através de maceração a frio e aquosos a quente com quantidades iguais da madeira moída. O extrato alcoólico apresentou coloração avermelhada mais intensa do que o extrato aquoso. A filtração do primeiro para eliminar a madeira pode ser feito em filtro comum enquanto a do segundo devido a presença de material em suspensão foi usada uma gase.
A. partir do extrato aquoso. foram feitos testes para verificar a mudança de coloração dos extratos com a mudança do pH do meio. Ao se adicionar água no extrato alcoólico observou-se a formação de um precipitado que se solubilizou em meio básico. levando a solução a uma coloração castanho avermelhada. Fez-se cromatografia em papel do extrato alcoólico usando como eluente o etanol comercial. Observou-se duas manchas amareladas sem ajuda de revelador ou luz UV.
Ao se utilizar os extratos alcoólico e aquoso em meio fracamente básico para o tingimento de tiras de tecidos de algodão observou-se uma coloração vermelho tijolo não muito intensa.
Foi feito uma pequena pesquisa com pessoas que moraram em região onde existe pau-brasil e que a usavam para tingimento, principalmente do couro. Foi levantado também que seu extrato possui propriedades medicinais sendo usado como antisséptico e tônico. Isto indica a possibilidade do resgate desses saberes populares. para a melhoria do ensino da química
Os experimentos possibilitam:
Os resultados do trabalho mostram a viabilidade da realização de experimentos desse tipo no ensino médio e as inúmeras possibilidades de seu uso para o ensino de conceitos básicos da química, de técnicas de laboratório, e o que é mais importante a potencialidade do tema como integrador das várias disciplinas
1
Souza B. J. O Pau-Brasil, na História Nacional. Comp.Ed. Nacional 19392
Pinto A,C. Química Nova; ; 1995 18 63
Santos W.L.P Como Educar o Cidadão por Meio da Química .Cadernos de Resumos e Anais do VIII ECODEQC Encontro Centro-Oeste de Debates Sobre o Ensino de QuímicaCNPq