EFEITOS DE BIXINA SOBRE TRANSAMINASES E BILIRRUBINA DIRETA
Eliana Carla Gomes de Souza (PG)1, Paulo César Stringheta (PQ)1, Tânia Toledo de Oliveira (PQ)2, Tanus Jorge Nagem (PQ)3, Aloísio da Silva Pinto (PQ)4, José Francisco Silva (PQ)5 Maria Aparecida Leão (TEC)2
1Departamento de Tecnologia de Alimentos- UFV MG, 2Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular- UFV- MG, 3Departamento de Química-UFOP - MG
4 Departamento de Veterinária UFV MG,5 Departamento de Zootecnia-UFV-MG.
palavras-chave: bixina, transaminases, bilirrubina direta
O crescente uso de corantes diversos nos alimentos, determinou o estabelecimento de normas em diversos países, já desde o início deste século. As medidas legais vão desde a proibição de uso, ao uso livre de determinados corantes. Entre os dois limites extremos, há a permissão de uso, a par das justificativas de ordem tecnológica, está condicionada à demonstração da segurança de uso através de ensaios toxicológicos em animais de laboratório e no homem. Devido ao solo bastante propício para o plantio de urucum, o Brasil, hoje, é um dos maiores produtores, e a sua comercialização no mercado externo vem crescendo dia a dia; sendo necessários estudos mais detalhados de seus efeitos tóxicos sobre o organismo humano.
Elevações das transaminases ocorrem na hepatite (viral e tóxica), na mononucleose, cirrose, colestase, metástase hepática, pancreatite, traumatismo extenso e no choque prolongado. Nas hepatopatias agudas geralmente o valor da transaminase pirúvica excede o da oxalacética. As causas mais comuns de aumento de bilirrubina direta são as doenças hepato-celulares e da árvore biliar.
Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos das três dosagens da bixina sobre os níveis plasmáticos de transaminase oxalacética (TGO), transaminase pirúvica (TGP) e bilirrubina direta.
Foi conduzido um ensaio biológico, com 96 ratos (48 machos e 48 fêmeas) (Rattus norvergicus), variedade albinus, da raça Wistar, recém-desmamados, com 24 dias de idade. Os animais foram distribuídos em quatro grupos de 24, sendo que o grupo 1 recebeu ração, o grupo 2 70 mg de bixina , o grupo 3 350 mg e o grupo 4 700 mg. A bixina fornecida aos animais é um corante utilizado na indústria de alimentos e contém 28% de bixina.
Os ratos foram colocados em gaiolas individuais, recebendo água e alimento ad libitum, à temperatura ambiente variando entre 20 e 24 0C e com iluminação controlada com 12 horas de claro e escuro por um período de cento e oitenta dias. A administração da bixina foi feita diáriamente, por via oral, misturadas à ração Labina.
No tempo zero, após 3 meses e após 6 meses foram feitas três dosagens dos níveis séricos de transaminase oxalacética (TGO), transaminase pirúvica (TGP) e bilirrubina direta. As dosagens sorológicas foram feitas em equipamento Alizé utilizando-se Kits Biolab.
Pelos resultados obtidos para o grupo das fêmeas, no terceiro mês de experimento observou-se uma redução nos níveis séricos de transaminase oxaloacética nos três grupos que receberam bixina em relação ao grupo controle, de 55, 29% no grupo 2, de 36,06% no grupo 3 e 32,69% no grupo 4.
No sexto mês de experimento, o grupo das fêmeas teve seus níveis de transaminase oxaloacética reduzidos igualmente ao terceiro mês de 51,85% no grupo 2, 67,59% no grupo 3 e 17,59% no grupo 4.
Opostamente no grupo dos machos no terceiro mês houve um aumento nos níveis séricos de transaminase oxaloacética nos três grupos em relação ao controle, 12,64% no grupo 2, 51,72% no grupo 3 e 22,99% no grupo 4.
Da mesma forma, o grupo dos machos no sexto mês teve como resultado a elevação dos níveis séricos da transaminase oxaloacética, no grupo 2 o aumento foi de 28,41%, no grupo 3 de 21,59% e no grupo 4 de 31,82%.
Nas dosagens das transaminases pirúvicas do terceiro mês das fêmeas houve redução dos níveis séricos no grupo 2 de 24% e no grupo 4 de 12% e no grupo 3 teve seus níveis aumentados de 2,67%.
No grupo das fêmeas, as dosagens de transaminases pirúvicas feitas no sexto mês de experimento tiveram como resultado uma redução dos níveis séricos no grupo 2 de 26,51%, no grupo 3 de 45,76% e no grupo 4 houve um aumento de 40,96%.
Quanto aos machos com relação aos níveis de transaminase pirúvica, em todos os grupos houve aumento, no grupo 2 foi de 46,30%, no grupo 3 de 35,18% e no grupo 4 de 38,89%.
Nos machos no sexto mês os níveis de transaminases pirúvicas mantiveram a tendência de aumento, sendo de 22,03% no grupo 2, de 45,76% no grupo 3 e 22,03% no grupo 4.
A bilirrubina direta dosada no terceiro mês de experimento do grupo das fêmeas tiveram seus níveis séricos aumentados nos três grupos, no grupo 2 foi de 16,67%, no grupo 3 de 66,67% e no grupo 4 de 50%.
No sexto mês, no grupo das fêmeas houve redução no nível de bilirrubina direta no grupo 2 de 25%, aumento no grupo 3 de 37,5% e no grupo 4 de 112,5%.
Quanto aos machos, houve aumento de bilirrubina direta nos grupos 2 de 37,5%, no grupo 3 de 12,5% e no grupo 4 houve redução de 12,5%.
Houve aumento nos níveis séricos no sexto mês em soro de machos de bilirrubina direta no grupo 2 de 30%, grupo 3 de 50% e grupo 4 de 70%.
Pode-se concluir que os níveis de TGO foram reduzidos em fêmeas, aumentados nos machos, TGP reduzidas nas fêmeas e aumentados nos machos, a bilirrubina direta aumentou nas fêmeas e machos durante o período experimental.
AGÊNCIAS FIANCIADORAS: FAPEMIG E CAPES