EFEITOS DE TRÊS DOSES DE BIXINA SOBRE OS NÍVEIS DE GLICOSE,FÓSFORO E CÁLCIO

Eliana Carla Gomes de Souza (PG)1, Paulo César Stringheta (PQ)1, Tânia Toledo de Oliveira (PQ)2, Tanus Jorge Nagem (PQ)3, Aloísio da Silva Pinto (PQ)4, José Francisco Silva (PQ)5 Maria Aparecida Leão (TEC)2


1Departamento de Tecnologia de Alimentos- UFV – MG, 2Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular- UFV- MG, 3Departamento de Química-UFOP - MG

4 Departamento de Veterinária – UFV – MG,5 Departamento de Zootecnia-UFV-MG.


“palavras-chave”: bixina, glicose, minerais


A prática de colorir alimentos é muito antiga, porém a preocupação desta prática é relativamente recente. Os carotenóides compõem um dos grupos de pigmentos naturais mais extensamente encontrados na natureza, responsáveis pelas colorações do amarelo ao vermelho de flores, folhas, frutas e algumas raízes. Estima-se que a natureza produz mais de 100 milhões de toneladas de carotenóides por ano. Do urucum são fabricados os corantes naturais mais difundidos na indústria de alimentos, ou seja, os produtos do urucum representam aproximadamente 70% (em quantidade) de todos os corantes naturais e 50% de todos os ingredientes naturais que têm função corante nos alimentos. O urucum veio conferir maior importância econômico-social, visto que de suas sementes pode se obter corantes com grande variação de tons, que vão desde o amarelo-laranja ao vermelho. Um dos estudos que podem ser efetuados para caracterizar o perfil toxicológico de uma substância química são os ensaios de toxicidade crônica. Nesses ensaios são feitas várias dosagens bioquímicas para se avaliar os efeitos da substância. Embora a insuficiência renal crônica e o hipotireoidismo sejam as duas causas mais comuns de hiperfosfatemia, várias condições podem causar hiperfosfatemia transitória e assintomática. Como o músculo se constitui no grande reservatório de fosfato é evidente que a rabdomiólise produz severa hiperfosfatemia. Outras condições que promovem a liberação do fosfato intracelular e levam a hiperfosfatemia incluem a hipertermia maligna e a quimioterapia antiblástica. Níveis diminuídos de fósforo são encontrados no hiperparatireoidismo, na intoxicação pelo chumbo. A homeostase glicêmica é controlada pela ação de diversos hormônios, especialmente a insulina, que mantém o equilíbrio da concentração de glicose. Valores elevados de glicose ocorrem nos vários tipos de diabetes mellitus. A hipoglicemia de jejum ocorre em tumores pancreáticos e doenças hepáticas.

Este trabalho teve como objetivo estudar os efeitos das três dosagens da bixina sobre os níveis plasmáticos potássio, cálcio e glicose.

Foi conduzido um ensaio biológico, com 96 ratos (48 machos e 48 fêmeas) (Rattus norvergicus), variedade albinus, da raça Wistar, recém-desmamados, com 24 dias de idade. Os animais foram distribuídos em quatro grupos de 24, sendo que o grupo 1 recebeu ração, o grupo 2 70 mg de bixina , o grupo 3 350 mg e o grupo 4 700 mg. A bixina fornecida aos animais é um corante utilizado na indústria de alimentos e contém 28% de bixina.

Os ratos foram colocados em gaiolas individuais, recebendo água e alimento “ad libitum”, à temperatura ambiente variando entre 20 e 24 0C e com iluminação controlada com 12 horas de claro e escuro por um período de cento e oitenta dias. A administração da bixina foi feita diáriamente, por via oral, misturadas à ração Labina.

No tempo zero, após 3 meses e após 6 meses foram feitas três dosagens dos níveis séricos de glicose, fósforo e cálcio. As dosagens sorológicas foram feitas em equipamento Alizé utilizando-se Kits Biolab e foram apresentadas as percentagens de variação.

Pelos resultados obtidos para o grupo das fêmeas, no terceiro mês o nível sérico de fósforo no grupo 2 teve uma redução de 5,99%, no grupo 3 de 10,53%, no grupo 4 houve um aumento nos níveis de 2,08%.

Nas dosagens de fósforo feitas no sexto mês, houve redução de dois grupos das fêmeas, no grupo 2 foi de 26,93% e no grupo 3 de 27,52%, no grupo 4 houve aumento dos níveis séricos de glicose de3,37%.

Quanto aos machos houve aumento nos níveis séricos de fósforo nos três grupos, 8,54% no grupo 2, 8,93% no grupo 3 e 18,88% no grupo 4.

Os machos tiveram seus níveis de fósforo aumentados nos grupos 2 de 1,11%, no grupo 3 de 10,75% e no grupo 4 houve redução de 5,56%.

Quanto às dosagens de cálcio, no terceiro mês houve um aumento dos níveis séricos das fêmeas de 10,7% no grupo 2 e 1,6% no grupo 4 e não houve variação no grupo 3.

No sexto mês houve uma redução nos três grupos de fêmeas para os níveis de cálcio de 13,47% no grupo 2, 13,57% no grupo 3 e 14,87% no grupo 4.

Os níveis séricos de cálcio dos machos foram aumentados nos três grupos, 5,85% no grupo 2, 16,98% no grupo 3 e 8,49% no grupo 4.

Já nos machos no sexto mês houve um aumento nos três grupos de cálcio foi de 7,52% no grupo 2; 5,25% no grupo 3 e 3,94% no grupo 4.

As dosagens de glicose no terceiro mês tiveram como resultado um aumento nos três grupos das fêmeas, 32,05% no grupo 2, 8,84% no grupo 3 e 34,52% no grupo 4.

No sexto mês houve também aumento de glicose nas fêmeas dos grupos 2 de 10,86% , o grupo 3 de 17,28% e redução no grupo 4 de 9,38%.

Quanto aos machos, houve aumento de glicose somente no grupo 2 de 10,24% e redução no grupo 3 de 13,55% e no grupo 4 de 3,03%.

No sexto mês nos grupos dos machos houve redução nos três grupos, 16,31% no grupo 2, 33,60% no grupo 3 e 20,54% no grupo 4.

Pode-se concluir que as fêmeas tiveram os seus níveis de fósforo diminuídos nos grupos que receberam as menores dosagens e aumentados nos machos que receberam as mesmas doses. Cálcio aumentou apenas no terceiro mês em fêmeas e no terceiro e sexto mês nos machos. Glicose em geral houve aumento nas fêmeas e redução nos machos.

AGÊNCIAS FIANCIADORAS: FAPEMIG E CAPES