Rosimar Regina da Silva (PG)1, Tania Toledo de Oliveira (PQ)1, Tanus Jorge Nagem (PQ)2, Luiz Fernando Teixeira Albino (PQ)3 ,Aloisio da Silva Pinto (PQ)4 Maria Goreti de Almeida Oliveira (PQ)1, Márcia Rogéria de Almeida(PQ)1, Paulo César Stringheta(PQ)5 Maria Aparecida Leão(Tec)1
1-Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular-UFV-MG, 2-Departamento de Química-UFOP-MG, 3- Departamento de Zootecnia-UFV-MG, 4-Departamento de Veterinária-UFV- MG, Departamento de Tecnologia de alimentos, UFV-MG .
“palavras-chave”: cúrcuma, nor-bixina, hipercolesterolemia
De acordo com as estatísticas recentes, aproximadamente cinco milhões de pessoas sofrem de doença coronariana isquêmica, que é a principal causa de morte em homens maiores de 35 anos e em pessoas de ambos os sexos depois dos 45 anos. Paralelamente, quase a totalidade das mortes prematuras na América do Norte e em muitos países desenvolvidos (mortes essas definidas de forma arbitrária como aquelas que ocorrem antes dos 65 anos) é causada pela doença coronariana. Um dos principais fatores de risco no desenvolvimento de doenças coronarianas é o elevado nível de colesterol plasmático. Portanto, é importante reduzir o excesso de colesterol a níveis adequados para a manutenção das funções normais do organismo.
O corante extraída do rizoma seco de Cúrcuma longa L. tem sido utilizada no sistema tradicional de medicina indiana. Os rizomas de cúrcuma encontram indicações como carminativo, na dispepsia, nas afecções da pele, além de serem usados, externamente, na forma de pasta, no alívio de luxações, contusões e inflamações. Existem vários trabalhos correlacionando propriedades farmacológicas de extratos de planta cúrcuma, cujo principal princípio ativo é a curcumina. Resultados positivos foram demonstrados por vários pesquisadores sobre a atividade antiinflamatória da cúrcuma, usando um modelo clássico para estudar os efeitos de agentes antiinflamatórios.
O corante de urucum é um material colorido laranja avermelhado extraído de sementes de espécie Bixa orellana L, onde a bixina é o principal pigmento extraído. A bixina pode ser saponificada formando um corante hidromiscível constituído pelo sal de norbixina. Ambas bixina e norbixina, podem estar presentes em uma extração e podem também existir nas formas cis e trans. Sendo um carotenóide, a cor é atribuída a uma série de duplas ligações conjugadas na molécula. As quantidades de bixina e seus produtos de isomerização e degradação em preparações comerciais de urucum variam dentro de amplos limites, dependendo das condições de processamento. Estudos mostram que existe uma relação inversa entre o risco de câncer e hiperlipidemias e o consumo de alimentos a base de carotenóides, demonstrando-se ação anticancerígena e hipolipidêmica.
Com o propósito de reduzir a concentração de colesterol no sangue vários estudos tem sido realizados.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos corantes naturais cúrcuma e nor-bixina no controle do metabolismo lipídico em aves.
Foram utilizadas aves da linhagem Aviam Farms, com um dia de vida, machos, pesando em média 39g, os quais receberam ração e água ad libitum por 21 dias. Neste trabalho foram constituídos 4 grupos, de modo que a média dos pesos entre eles fosse a mais próxima possível, contendo cada um 80 animais, sendo estes divididos em 4 boxes: GRUPO 1-(Ração), GRUPO 2-(Ração + Gordura de Suíno), GRUPO 3 (Ração + Gordura de Suíno + Cúrcuma), GRUPO 4 (Ração + Gordura de Suíno + Nor-bixina). Os corantes foram administrados via dieta, diariamente, sendo fornecido 20 mg de substância por ave por dia. As amostras de sangue foram coletadas por punção cardíaca no 10 , 70 , 140 e 210 dias, para dosagem de colesterol total, triacilglicerol, colesterol-HDL e colesterol-LDL. As amostras foram centrifugadas a 7100G, durante 15 minutos, para obtenção do soro. As dosagens sorológicas foram efetuadas em equipamento Alizé (Analisador automático de bioquímica) e os resultados foram expressos em mg/dL e deste foram calculadas as percentagens de variação comparando-se os grupos 3 e 4 com o grupo 2.
Os resultados obtidos em percentagens de variação para os diversos níveis de lipídeos foram:
Para os níveis de colesterol, o grupo 3, teve uma redução de 6,1% de colesterol total na terceira semana. Quanto ao grupo 4, houve uma redução de 8,5% na primeira semana, 5,5% na segunda semana e 12,24% na terceira semana de tratamento.
Para os níveis de triacilgliceróis, houve uma redução de 7,5% no grupo 3 e 5,6% no grupo 4, na segunda semana.
Em relação aos níveis de colesterol-LDL, para o grupo 3, houve uma redução de 55,8% na primeira semana, 17,6% na segunda semana e 6,2% na terceira semana; e para o grupo 4 houve uma redução de 48,8% na primeira semana.
Em relação ao colesterol-HDL, houve um aumento de 4,5% nos níveis de colesterol-HDL, na primeira semana de tratamento. Isto é vantajoso uma vez que esta lipoproteína é a responsável pelo transporte de colesterol dos tecidos ao fígado onde é metabolizado.
Diversos estudos têm demonstrado que o tipo de gordura utilizada nas suplementação das dietas, o nível dessa gordura e a idade das aves afetam a composição em ácidos graxos em tecidos de aves, principalmente os da coxa e peito. Em aves com relação a classificação de lipídeos tem-se o elemento variável
e o constante. O elemento variável constitui um grupo bem mais amplo e representa a gordura que se acumula como reserva de energia. Esse depósito consiste, principalmente de triacilgliceróis. Embora certas espécies primem por acumular gordura de composição constante, a natureza da alimentação exerce grande influência. Em estudos, verificando-se o efeito de idade, sexo e linhagem de aves, observou-se variações na composição de ácidos graxos do tecido adiposo.
Pode-se concluir que os corantes cúrcuma e nor-bixina apresentaram variações em aves tratadas com gordura de suíno.