COMPARAÇÃO DE MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO ANALÍTICA DE ANTIBIÓTICOS DO TIPO b-LACTAMAS


Inês Noriko Tomita (PG) e Luis Otavio Sousa Bulhões (PQ)

Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica – LIEC

Departamento de Química, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar

C.P. 676 – CEP 13565-905 – São Carlos – SP

e-mail: pinot@iris.ufscar.br


“palavras-chave” : antibióticos, eletroquimioluminescência (ECL), espectrofotometria


A eletroquimioluminescência (ECL), utiliza a emissão de luz que é modulada aplicando-se adequadamente potenciais de oxidação ou redução a um eletrodo imerso em soluções contendo moléculas emissoras de radiação, por exemplo, complexos de rutênio, na forma Ru(bpy) 2+3. Este sistema tem sido utilizado satisfatoriamente na determinação de glicose [1]; antibióticos b-lactamas e b-lactamases [2]. Na área de fármacos os métodos espectrofométricos utilizando reações específicas entre fármacos e íons metálicos (tais como Cu+2 e Co+2) em meio ácido ou alcalino [3]; com imidazol em meio ácido [4]; e com agentes oxidantes, tal como N-bromosuccinimida ou N-clorosuccinimida em meio alcalino [5] tem sido utilizados intensivamente na determinação de cefalosporinas.

Neste trabalho foi investigada a viabilidade de utilizar a ECL na determinação de um antibiótico do tipo b-lactama, avaliando seu desempenho comparativamente com a espectrofotometria.

O sistema para as medidas eletroquimioluminescentes foi montado no interior de uma câmara escura, onde está instalada uma fotomultiplicadora e a célula eletroquímica. Ao sistema foi acoplada uma bomba peristáltica e um comutador com dois canais para realizar as análises em injeção em fluxo (FIA) das amostras de interesse. Foram realizadas medidas com o antibiótico cefadroxil, avaliando a influência do O2 e da espécie hidrolisada na emissão luminescente. A hidrólise foi realizada com aquecimento do antibiótico em solução alcalina a 80oC sendo as amostras coletadas a diferentes intervalos de tempo. O sinal luminescente foi obtido polarizando a célula em 1,1 V. As medidas espectrofotométricas foram realizadas em um comprimento de onda (l) fixo em 211 nm com um intervalo de concentração do antibiótico de 1,6x10-5 – 1,5x10-4 mol L-1. Com as condições acima citadas foram obtidas as curvas analíticas para os métodos eletroquimioluminescente e espectrofotométrico.

Nas determinações usando a eletroquimioluminescência observou-se um aumento de duas vezes na intensidade do sinal na ausência de oxigênio na solução de trabalho. Através dos estudos realizados com o antibiótico hidrolisado, verificou-se que a intensidade de luminescência aumentou em seis vezes após aproximadamente 4 h de hidrólise, mantendo-se constante após este período. Utilizando destas duas condições experimentais foi possível obter a curva analítica do antibiótico cefadroxil no intervalo de 1x10-8 – 1x10-6 mol L-1, que está representada na Figura 1. A Figura 2 representa a curva analítica utilizando o método espectrofotométrico, sendo representada pela equação y=1,47 5 + 2119,7x e coeficiente de correlação (R) 0,998.

Figura 1. Curva analítica do antibiótico cefadroxil 1x10-8 mol L-1 a 7x10-6 mol L-1 utilizando o método eletroquimioluminescente

Figura 2. Curva analítica do antibiótico cefadroxil utilizando o método espectrofotométrico


Tabela 1. Determinação do antibiótico comercial Cefamoxâ através das técnicas eletroquimioluminescente e espectrofométrica.


Método utilizado


Eletroquimioluminescência

Espectrofotometria

Quantiddade preparada

(mol L-1)


1x10-8


3x10-7


1x10-6


2x10-5



5x10-5


8x10-5

Quantiddade encontrada (mol L-1)


1,05x10-8


3,10x10-7


1,05x10-6


1,98x10-5


5,1x10-5


8,3x10-5

Recuperação (%)

105,0

104,0

105

99

102

104

Média de três determinações (n=3)

A Tabela 1 mostra que tanto com o método ECL e espectrofotométrico os resultados apresentaram uma total recuperação das amostras, porém com o método ECL o limite de detecçãodo cefadroxil é menor em relação a aquele obtido com o método espectrofotométrico.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. A. F. Martin, T. A. Nieman; Anal. Chim. Acta, 281(1993)475.

  2. P. Liang, R. I. Sanchez, M. I. Martin; Anal. Chem., 68(1996)2426.

  3. S. S. Badaway, F. M. Abdel-Gawadf, M. M. Ibrahim; Anal. Lett., 26:3(1993)487.

  4. P. Campinas-Falco, A. Sevillano-Cabeza, L. Gallo-Martinez, F. Bosch-Reig; Anal. Chem. Acta, 334:1-2(1996)199.

  5. G. A. Saleh; Analyst, 121:5(1996)641.