CONCRETIZAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO NOTURNO PARA O CURSO DE QUÍMICA INDUSTRIAL


Rosana de Cassia de Souza Schneider (PQ), Lourdes Teresinha Kist (PQ)


Universidade de Santa Cruz do Sul – Depto. de Química e Física – Universidade de Santa Cruz do Sul- RS


Palavras-chave: ensino superior, noturno, química industrial



No período de implantação do curso de Química na Universidade de Santa Cruz do Sul, as empresas da região necessitavam cada vez mais profissionais da área da química, tinha-se neste mercado de trabalho uma contribuição importante a dar, no sentido de elevar o nível de qualidade dos produtos industrializados e ser o elemento motivador do surgimento de novas indústrias. Naquela época, a maioria das empresas que dependiam de análises químicas e não possuíam profissionais qualificados a nível superior necessitavam urgentemente qualificar os que vinham atuando em seus laboratórios, que na maioria das vezes possuiam poucos equipamentos de analise.

Desta forma a Associacão Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul - APESC, entidade mantenedora, se propôs a criar o curso de Bacharelado em Química, dentro do que prescrevia o Ministério de Educação e Cultura-MEC e a Resolução Normativa número 36 de 27/04/74 do Conselho Federal de Química. Encaminhou em abril de 1983 o processo para a autorização de funcionamento do curso de Bacharelado em Química noturno. Em 1988 houve o ingresso da primeira turma e o curso foi reconhecido em 1991, e reestruturado em 1993 para ser considerado curso de Química Industrial.

Neste período o acervo bibliográfico triplicou, alcançando um total de 538 títulos novos, sendo a maioria editados a partir de 1993.

O perfil regional que este curso recebe é observado com intensidade, pois a realidade da indústria está constantemente na sala de aula, e a exigência por parte dos estudantes é voltada para a atualização de suas atitudes em ambiente laboratorial e para explorar a explicação das atividades diárias por eles desenvolvidas, assim no ambiente de sala de aula circula a realidade da indústria. Neste contexto, o profissional formado recebe uma formação acadêmica diferenciada dos cursos diurnos.

Assim dos egressos, têm-se conhecimento, a partir de um levantamento realizado em 1998, em torno de 70-80% estão atuando na área da química, exercendo cargos administrativos, como químicos responsáveis, laboratoristas, em alguns casos professores e em menor intensidade estudantes de pós-graduação e como profissionais liberais. Outros 20-30% estão em outros ramos que já desempenhavam durante o curso ou encontram-se desempregados.

Acrescenta-se ainda que atualmente o curso está sendo mais procurado pela comunidade, tanto para a busca de profissionais em formação para atuarem em estágios ou como contratados, pois as empresas necessitam de pessoal mais qualificado com vínculo com uma universidade, o que é viabilizado em cursos noturnos.

Alguns aspectos foram estudados, da criação do curso até hoje. Como resultado houve uma reestruturação do currículo, buscando um equilíbrio entre teoria e prática apresentado na figura 1, pois uma das dificuldades encontradas pelos estudantes é o cansaço físico que leva ao desinteresse e a dificuldade de concentração para o acompanhamento das disciplinas teóricas.

Argumenta-se ainda que a interface direta com o mercado de trabalho, promoveu também o crescimento da infra-estrutura laboratorial da universidade. A universidade esta comprometida a uma situação de estudar novos produtos e auxiliar no controle de qualidade destas empresas, criando laboratórios de prestação de serviços que avaliam a matéria-prima e o produto acabado. Desta forma, os equipamentos adquiridos, são voltados a instrumentalizar os estudantes para a resolução de problemas que surgem na indústria.

Finalizando, a realidade em um curso de Química Industrial noturno, não permite que os acadêmicos participem de atividades de pesquisa em horário extra-classe, exigindo cada vez mais que os professores explorem ao máximo a relação ensino e pesquisa na sala de aula. Fruto desta dedicação de alguns profissionais são os trabalhos desenvolvidos em determinadas disciplinas e o estágio curricular que vem abrindo espaços para apresentação de trabalhos em eventos científicos.





Figura 1: Distribuição semestral de disciplinas teóricas e experimentais.