CONSTITUÍNTES QUÍMICOS DE HYPITIS PECTINATA E EFEITOS ANTINOCICEPTIVO E ANTIEDAMATOGÊNICO
Péricles Barreto Alves (PQ)1,Edilberto Rocha Silveira (PQ)2, Karla Regina Oliveira (IC)1, Rosa Helena Veras Mourão (PQ)3, Fábio Oliveira (IC)3 Maria da Paz do N. Moreno (PQ)4 e Angelo Roberto Antoniolli (PQ)3.
1-Departamento de Química - Universidade Federal de Sergipe
2- Departamento de Química Orgânica e InorgânicaUniversidade Federal do Ceará
3-Departamento de Fisiologia - Universidade Federal de Sergipe
4-Departamento de Farmácia - Universidade Tiradentes
palavras-chave: Hyptis pectinata, antinoceptivo, antidematogênico.
Hyptis pectinata (L.) Poit (Lamiaceae), conhecida vulgarmente como sambaicatá ou canudinho. Na medicina popular suas folhas são utilizadas no tratamento de rinofaringite, congestão nazal, certas doenças de pele1, e infecções bacterianas2. Embora estudos sobre diversas atividades de Hyptis pectinata já tenham sido realizadas, não encontramos na literatura registros sobre seus efeitos antiinflamatório e analgésico; usos como tal na nossa região esta planta é utilizada.
O presente estudo visa o isolamento e identificação dos constituintes fixos e voláteis das folhas de Hyptis pectinata, bem como as atividades antiinflamatória e analgésica dos extratos aquoso e metanólico.
A espécie estudada foi coletada no Parque da Sementeira (Aracaju-Se). Das folhas foram obtidos extratos metanólicos e aquoso. O extrato metanólico foi obtido por infusão da folha triturada em metanol por exaustão (3 dias, extraído a cada 24hs), filtrada e evaporado o solvente em evaporador rotativo a baixa pressão. O extrato aquoso foi obtido por maceração com aquecimento do material triturado, filtrado e liofilizado (rendimento 16%).
Do extrato metanólico (9,71g) foi particionado em aparelho soxhlet obtendo-se frações hexânica, diclorometano e acetato de etila. A fração hexânica foi submetida a análise cromatográfica.
O óleo essencial foi obtido através do método de arraste de vapor d´água e submetido a análise por CG/EM.
O método utilizado para avaliar o efeito atiinflamatório do extrato aquoso, foi o edema de pata de rato induzido por carragenina de acordo com o método descrito por Winter et al.5 . Para avaliar o efeito Antinociceptivo do extrato da Hyptis pectinata (p.o), utilizou-se três métodos sendo, dois químicos (ácido acético e formalina) e um térmico (placa quente).
IV- Resultados
O fracionamento do extrato hexânico em coluna de silica gel (70-230 Mesh), usando hexano/acetato de etila em ordem crescente de polaridade, permitiu a identificação de b-sistosterol 1, estigmaterol 2 e um álcool graxo saturado.
O óleo essencial teve como principais componentes identificados b-elemeno, b-cariofileno, D-cadineno e b-selineno.
Os
resultados obtidos neste estudo demonstram que o extrato aquoso da
Hyptis pectinata teve efeito antinociceptivo e
antidematogênico nos vários modelos testado.
Aumentando-se as doses de extrato aquoso de Hyptis pectinata
até 5g/Kg administrado em camundongo v.o. não foi
letal, o que sugere uma baixa toxidade do extrato6. Os
pesos dos animais foram monitorados por um período de 14 dias.
O efeito Antinociceptivo do extrato aquoso foi avaliado usando
diferentes estímulos de dor, tais como aquecimento e agentes
químicos (ácido acético e formalina). O extrato
teve efeito significantes em ambos os modelos, indicando ainda que a
dose de 200mg/Kg tem efeito máximo. Os resultados de efeitos
Antinociceptivo do extrato da Hyptis pectinata (EA - p.o),
morfina (i.p) em dor induzida por aquecimento em camundongo, teste de
placa quente, demonstraram alta latência (47% de inibição),
com dose de 200 mg/Kg
A Hyptis pectinata em nosso estudo farmacológico apresentou efeitos importantes antiinflamatório e antinociceptivo de seu extrato aquoso. Na investigação do óleo essencial, obtivemos o perfil de seus componentes, identificando o b-elemeno, b-cariofileno, D-cadineno e b-selineno.
1) Malan, K.; Pelissier, Y.; Marion, C.; Blaise, A. e Bessiere, J.M. (1988). Planta Medica 54, 531-532.
2) Rojas, A.; Hernandez, L. ; Pereda-Miranda, R. e Mata, R. (1992) Journal of Etnopharmacology 35, 275-283.
3) Winter, C.A.;Risley, E. A e Nuss, G. W. (1962). Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine 111, 544-547
4) Dietrich, L. (1983) Toxicology 54, 275-287.