ESTUDO DA TOXICIDADE DE PRODUTOS OBTIDOS DA REAÇÃO DA XANTILETINA COM HIPOCLORITO DE SÓDIO SOBRE ARTEMIA SALINA


Yvone B. M. Pouliquen (PQ)1, Antonia Lúcia de Souza (PG)1, Gilvandete M. P. Santiago (PQ)2, Angela Martha C. Arriaga (PQ)1 e Marcos Carlos de Mattos (PQ)1


1Departamento de Química Orgânica e Inorgânica do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará, 2Departamento de Farmácia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará


Palavras-chave: Xantiletina, hipoclorito de sódio e Artemia salina


Xantiletina 1 é uma pirano cumarina descrita na literatura, onde há relatos de suas atividades biológicas, dentre as quais podemos citar: atividade anti-tumoral, anti-bacteriana1.

Por se tratar de um produto natural abundante encontrado em diversas espécies de plantas pertecentes às famílias Rutaceae e Umbeliferaceae e, salientando-se que na espécie Brosimum rubescens Taubert, uma planta do gênero Brosimum (Moraceae), a xantiletina 1 está presente em abundância, a mesma foi submetida a algumas modificações moleculares e subsequentemente o produto natural 1 e seus derivados clorados 2, 3, 4 e 5 tiveram a sua atividade larvicida avaliada frente à Artemia salina.

É válido acrescentar que os bioensaios frente às larvas de Artemia salina deve-se ao fato de que diversos trabalhos tentam correlacionar a toxicidade sobre esta espécie com atividades como anti-fúngica, anti-viral, anti-microbiana, parasiticida, antitumoral e tripanossomicida2,3 e também porque estes bioensaios são de fácil execução e podem ser realizados sem a necessidade de equipamentos especiais.

Os derivados clorados 2, 3, 4 e 5 foram preparados a partir da reação do produto natural 1, isolado de Brosimum rubescens Taubert, com solução de hipoclorito de sódio a 10%. Os derivados clorados 2, 3, 4 e 5 foram identificados através de técnicas de ressonância magnética nuclear uni e bidimensionais, utilizando-se também técnicas de detecção inversa para atribuição inequívoca de alguns deslocamentos químicos.

Os ovos de Artemia salina foram eclodidos em água de salinidade a 12 ppm e após 24 horas as larvas foram coletadas para os bioensaios. Nestes testes, as substâncias 1, 2, 3, 4 e 5, em diferentes concentrações e em duplicata, foram dissolvidas em 0,3 mL de DMSO e aos tubos contendo estas substâncias foram adicionadas 10 larvas, completando-se o volume para 10 mL com água de salinidade a 12 ppm. Sendo, após 24 horas, contadas as larvas vivas e as mortas. Paralelamente aos bioensaios feitos com xantiletina 1 e seus derivados clorados 2, 3, 4 e 5 foram feitos testes em branco, utilizando-se DMSO e este não apresentou atividade larvicida.


A tabela 1 apresenta os resultados para os compostos testados frente às larvas de Artemia salina.


Tabela 1 - Compostos testados e suas respectivas DL50

Compostos

DL50 (ppm)

1

23,7

2

20

3

19,4

4

15,5

5

17,5


Tendo em vista os resultados apresentados, observa-se que o compsto 4 apresentou-se como o mais ativo frente às larvas de Artemia salina dentre os demais compostos testados, estabelecendo uma ordem que pareceu evidente que quanto maior o número de átomos de cloro presentes no composto submetido aos bioensaios, melhor é o resultado apresentado.


1 Magiatis,P.; Melliou, E.; SkaltsounisA., J. Nat. Prod. 1998, 61, 982;2 MacRae, W. D.; Hudson, J. B.; J. of Ethnopharm. 1988, 22, 143; 3 Sahpaz, S.; Boris, Ch.; Loieau, P. M.; Cortes, D., Planta Medica, 1994, 60, 538.

CNPq, CAPES, FUNCAP