SÍNTESE, PROPRIEDADES FOTOFÍSICAS E ESPECTROSCÓPICAS DO COMPLEXO DE TÉRBIO(III) E O ÁCIDO 3-AMINOPIRIDINA-2-CARBOXÍLICO


Maria ELiane de Mesquita (PQ)a, Severino Alves Júnior (PQ)b, Nivan Bezerra Costa Júnior (PQ)a, Fabiane Costa Oliveira (IC)a, Jorge Fesrnandes Silva de Menezes (PQ)c e Gilberto Fernandes. de Sá (PQ)b


aDepartamento de Química , Universidade Federal de Sergipe,

CEP 45.100-000, São Cristóvão, SE-Brasil;

E-mail- mesquita@sergipe.ufs.br


bDepartamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco, CEP 50590-470, Recife-PE-Brasil


cInstituto de Química ,USP, AV. Prof. Lineu Prestes, 748, bloco 8T,

CEP 5508-900-São Paulo-SP-Brasil


palavras-chaves: síntese, térbio, espectroscopia


1-INTRODUÇÃO:

O interesse em complexos de Eu+3 e Tb+3, se deve ao fato da potencialidade destes compostos em aplicações como materiais luminescentes utilizados em sistemas químicos e biológicos [1]. Estas propriedades estão diretamente relacionadas com o comportamento dos seus estados 4f na presença do ambiente químico e seu tempo de vida relativamente longo da emissão, que possibilita um aumento da sensibilidade de medidas resolvidas no tempo. A eficiência da emissão é resultante de um balanço entre absorção, decaimento não radiativo, transferência de energia ligante-metal e taxa de emissão [2].

Recentemente foram realizados estudos teóricos sobre a estrutura e espectro eletrônico do complexo de Eu+3 com o ácido 3-aminopiridina-2-carboxílico (3-NH2pic) e 1,10-phenantrolina[3]. Como forma de ampliar os estudos de complexos de lantanídeos com o 3-NH2pic como precursor, foi sintetizado e caracterizado o complexo deste ligante com o íon Tb+3 .


2-METODOLOGIA:

2.1-REAGENTES: O ácido 3-aminopiridina-2-carboxílico (99,8%-Fluka), foi purificado através da recristalização com etanol . O Tb4O7 (Aldrich-99,99%) foi previamente calcinado a 900 oC durante 2 hs.


2.2- PREPARAÇÃO DO COMPLEXO:

O complexo foi obtido através de método já descrito em trabalhos anteriores [2], com algumas modificações. A uma solução etanólica contendo 3 mmol do 3-NH2pic sob agitação e leve aquecimento, foi adicionado lentamente uma solução etanólica de 1 mmol de perclorato de térbio preparado previamente. O pH da mistura foi controlado para 6,5 através da adição de uma solução etanólica de hidróxido de sódio 1M, sendo mantido sob refluxo e agitação a 70 oC durante uma noite. O precipitado resultante foi filtrado, lavado com etanol e seco em aparelho de Aderhalden a 80 oC sob P2O5. O complexo obtido foi caracterizado através de análise complexiométrica com EDTA, espectroscopia de absorção UV-visível, IV emissão e tempo de vida.


3-RESULTADOS E Discussão:

O complexo do íon Tb+3 com o 3-NH2pic apresenta uma banda intensa em 1620 cm-1 devido ao estiramento assimétrico do grupo carboxilato e deslocada de 1640 cm-1 da forma ácida [2]. Este dado pode ser atribuído a coordenação do ligante através do oxigênio do CO2 ao íon metálico.

O espectro de absorção do complexo Tb(3-NH2pic)32H2O na região do UV-visível apresenta um máximo de absorção em 220 nm (e=125000 mol-1 cm-1) deslocado de 221 nm (e=6980 mol-1 cm-1). O deslocamento apresentado somado a variação significativa do coeficiente de absorção, coraboram com o indicativo de coordenação sugerido no espectro de IV.

Os espectros de emissão do complexo Tb(3-NH2pic)32H2O obtido a temperatura ambiente e a 77 K são resultantes da transição 5D4®7Fj (j= 3, 4, 5, 6), sendo a de maior intensidade a 5D4®7F5 . Entretanto a emissão 5D3 não foi detectada, podendo ser atribuída a uma rápida transição não radiativa, devido a elevada frequência vibracional das moléculas dos ligantes 3-NH2pic e H2O coordenados ao íon Te+3 [4].


4-CONCLUSÃO:

A coordenação do íon Tb+3 ao 3-NH2pic foi sugerida a partir do espectro de absorção eletrônica baseado no aumento significativo no coeficiente de extinção. O aumento da intensidade da luminescência foi evidenciado através da transição hipersensível 5D4®7F5


5-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

[1]-Gilberto F. de Sá, Fabiana R. G. e Silva e Oscar L. Malta, J. Alloys and Compounds, 207/208, 1994, 457

[2] M. E. de Mesquita, G. F. de Sá, M. A B. Lopes and O L. Malta, J. Chem.

Research(S), 1996, 120

[3] Gerd Bruno Rocha, M. E. de Mesquita, Alfredo Mayall Simas and Gilberto

Fernandes de Sá, Materials Science Forum, 1999

[4] Gilberto Fernandes de Sá, L. H. . A. Nunes and O L. Malta, J. Chec. Research(S), 1992, 78


CNPq-PIBIC, CAPES