DOSEAMENTO DA DIPIRONA POR ESPECTROSCOPIA DE ULTRAVIOLETA EM DIFERENTES SOLVENTES
Teófilo Fernando Mazon Cardoso (IC); Luiz Alberto Kanis (PG); Wellington Barros da Silva (PG) e Dayani Galato (PG)
Curso de Farmácia - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
Palavras-chave: dipirona, doseamento e ultravioleta
A dipirona também conhecida por metamizol pertence ao grupo dos compostos pirazolidínicos, sendo utilizado como analgésico, antipirético, antiespasmódico e em menor grau como antiinflamatório. Esta substância apresenta uma série de efeitos adversos entre eles cabe ressaltar a agranulocitose que foi responsável pela restrição de seu uso em diversos países como por exemplo a Alemanha. No Brasil este medicamento é largamente consumido principalmente pelo fato de apresentar um preço acessível e por possuir solubilidade em água o que favorece a sua administração por via parenteral e gotas orais. Na Farmacopéia Brasileira1 está descrito o doseamento do sal de dipirona por titulação iodométrica, está técnica é relativamente demorada e sujeita a uma série de erros. Pelo fato desta substância apresentar grupamentos cromóforos e ser solúvel em diferentes solventes e condições de pH sugeriu-se realizar um estudo do comportamento espectroscópico desta substância em diferentes condições selecionando as melhores condições para a análise deste medicamento por espectroscopia na região de ultravioleta2,3.
Primeiramente foi realizado os espectros na região de 225 a 300 nm com soluções preparadas com ácido clorídrico (0,1 mol.L-1), hidróxido de sódio (0,1 mol.L-1), água deionizada e álcool etílico (PA) sendo a concentração final das amostras de 25 mg.mL-1 de dipirona (PA). A partir dos espectros foram selecionados os comprimentos de onda mais adequados e posteriormente foram construídas as curvas analíticas nas concentração de 5 a 35 mg.mL-1, cada leitura foi repetida seis vezes. O Aparelho utilizado nestes experimentos foi um espectrômetro HITACHI U2010.
Os espectros obtidos estão apresentados na figura 1. Como pode-se observar os espectros obtidos em água (Fig. 1c) e hidróxido de sódio ((Fig. 1b) são bastante semelhantes, não existindo influência de pH alcalino no comportamento espectroscópico da dipirona, no entanto quando o pH é alterado com ácido clorídrico (Fig. 1a) as bandas de absorção ficam mais intensas devido a interação entre os grupos cromóforos e os íons hidrônios. Diminuindo-se a polaridade do solvente com álcool etílico (d) foi obtido um espectro com ondas mais bem definidas. A partir destes resultados foram selecionados os melhores comprimentos de ondas para a realização das curvas analíticas, os resultados obtidos através da regressão linear estão apresentados na Tabela 1. As melhores inclinações (sensibilidade) foram obtidas com álcool etílico e ácido clorídrico.
Figura 1. Espectros obtidos em soluções de dipirona em diferentes solventes (a - ácido clorídrico, b- hidróxido de sódio, c- água e d- álcool etílico
Tabela 1. Resultados da análise de regressão linear da curva analítica do método espectrofotométrico de doseamento da dipirona (padrão)
solvente |
Comprimento de onda selecionado |
R2 |
água |
233 |
0.9987 |
HCl |
258 |
0.9998 |
NaOH |
228 |
0.8522 |
álcool etílico |
267 |
0.9992 |
Como se pôde observar os melhores resultados foram obtidos com o ácido clorídrico o que torna o método de doseamento menos laboroso em relação ao idiométrico. As análises com amostras comerciais de dipirona estão em fase de realização.
1. FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 3. Ed., São Paulo, 1977.
2. LIMA, C. M. (Ed) , Comprimidos de dipirona obtidos por diferentes processos de granulação: Estudos comparativos das velocidades de dissolução in vitro, Revista Protuguesa de Farmácia, n. 3, v. XLVII, 1997.
3. MELIOS, C. B.; PEZZA, L.; SAKIARA, ª; PEZZA, H. R. e MORAES, M.; Determinação espectrofotométrica de dipirona em produtos farmacêuticos comerciais; Livro de Resumos; IX Encontro Nacional de Química Analítica, Campus USP São Carlos, 1997.
[UNISUL]