ALCALÓIDES ISOLADOS DE ZANTHOXYLUM RHOIFOLIUM LAM.
Wellington de Abreu Gonzaga1 (PG), Gilvan da Costa Dias (PG)1, Sandro Rogério Giacomelli1 (PG), Marco Aurélio Mostardeiro1 (PG), Emilia Machado Dessoy1 (PQ) e Ademir Farias Morel1 (PQ).
1. Núcleo de Pesquisas em Produtos Naturais - Departamento de Química - Universidade Federal de Santa Maria.
palavras-chave: alcalóides, rutaceae, determinação estrutural
INTRODUÇÃO
Zanthoxylum rhoifolium é uma árvore aculeada de 6-12m de altura, de casca grossa, folhas compostas e flores polipétalos pequenas e esverdeadas1. Pertence à família rutaceae e ocorre em todo o País, principalmente na Mata Pluvial da encosta Atlântica1. O interesse pela realização do estudo fitoquímico desta espécie, deve-se principalmente às suas atividades farmacológicas, tais como: ação cardiorespiratória2, antimicrobiana3 e antitumoral4,5, e por suas partes serem utilizadas na medicina popular, por exemplo: a raiz é febrífuga e estomáquica, a casca é recomendada para as dispepsias e cólicas.
OBJETIVOS
O estudo químico de Zanthoxylum rhoifolium tem como objetivos principais: comparar espécies coletadas nas regiões Nordeste e Sul do Brasil; o isolamento e a determinação estrutural dos metabólitos secundários, principalmente os alcalóides, dos extratos da casca do caule e das raízes, através da aplicação de técnicas de RMN de 1H bidimensionais homonucleares tais como NOESY, COSY 1H-1H, RMN de 13C totalmente desacoplado (BB), experimento tipo DEPT 135 e heteronucleares HMQC e HMBC.
MÉTODOS
Cascas do caule (2500g) de Zanthoxylum rhoifolium foram coletadas no município de São Luís- MA em janeiro de 1998, e as cascas das raízes (650g) foram coletadas no município de Jaguari- RS no mês de março de 1998. O material vegetal foi moído a fino grão e extraído a frio com metanol. Com o extrato metanólico (355g) da casca do caule foi realizado um fracionamento neutro utilizando-se solventes de polaridades crescentes [hexano (60g), clorofórmio (5g) e acetato (4g)]. O extrato metanólico (98g) da casca das raízes foi suspenso em uma mistura de água - éter etílico (1:1 V/V) acidificado com HCl 2N a pH 2 e após extraído com éter etílico (4X 1L). A solução aquosa remanescente foi alcalinizada com NH4OH a pH 9,0 e extraída com hexano (0,8g), éter etílico (3,4g) e acetato (3g), denominadas de frações básicas (FB).
As frações foram cromatografadas em coluna, utilizando-se como suporte sólido sílica gel e HCCl3- MeOH, em gradiente crescente de polaridade, como sistema eluente. Os metabólitos obtidos foram purificados através de cromatografia em placas preparativas usando-se sílica gel 60 PF254.
RESULTADOS
A investigação do extrato clorofórmico da casca do caule, permitiu o isolamento de dois alcalóides denominados de g-fagarina6 (1) e (2),sendo o último ainda não descrito na literatura. E a investigação dos extratos hexânico e etéreo da casca das raízes permitiram o isolamento do alcalóide (2).
Através da analise dos espectros de RMN de 1H uni- e bidimensionais (COSY e NOESY) pôde-se identificar todos os hidrogênios e os acoplamentos através de ligações que definiram os sistemas de spins. As atribuições de sinais, em RMN de 13C, foi possível através dos experimentos de carbono totalmente desacoplado (BB) e experimento DEPT 135 que apresentaram sinais numa região espectral compreendida entre 31 e 207 ppm. O espectro HMQC confirmou todos os carbonos protonados. Analise do espectro HMBC possibilitou atribuir todas as correlações dos carbonos das estruturas, principalmente os quaternários. Desta maneira, foi possível atribuir as estruturas 1e 2 a estes metabólitos
(1) (2)
BIBLIOGRAFIA
MOREIRA, Frederico. Plantas que Curam: Cuide da sua saúde através da natureza. São Paulo: Ed. Hemus editora LTDA,5a ed., 183 (1996).
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FAPEMA, FAPERGS