CICLIZAÇÃO TÉRMICA DE (Z)-TELUROBUTENOÍNOS. SÍNTESE DE TELUROFENOS, PRECURSORES DE (E,E)-BUTADIENOS
Eder J. Lenardão (PQ)1, Miguel J. Dabdoub (PQ)2, Claudio da Cruz Silveira (PQ)3
Antônio Carlos Batista (PG)2 e Sabrina M. Nobre (IC)1
1 Instituto de Química e Geociências - Depto. de Química Analítica e Inorgânica
Universidade Federal de Pelotas - Pelotas, RS
2 Laboratório de Síntese de Compostos Organocalcogênios
Depto. de Química - F.F.C.L.R.P.
Universidade de São Paulo - USP - Av. Bandeirantes, 3900 - Ribeirão Preto, SP
3 Departamento de Química
Universidade Federal de Santa Maria
Palavras-chave: teluretos vinílicos; telurofenos; ciclização térmica
Telurofenos são heterociclos aromáticos de 5 membros, análogos ao tiofeno. Na literatura existem poucas metodologias sintéticas empregando telurofenos como intermediários.1,2 Provavelmente isto se deve à existência de um número limitado de métodos para obtenção destes heterociclos.3-5
Uma das aplicações de telurofenos, a exemplo do que ocorre com os teluretos vinílicos não aromáticos, é a troca Te/Li com n-BuLi. Aqui, há a formação do intermediário 1,4-dilitiado 2a, que pode então ser capturado com vários eletrófilos, levando ao dieno dissubstituído correspondente de configuração E,E, 3a, com retenção de configuração1 (Equação 1).
Equação 1
Por outro lado, existe um grande número de compostos de ocorrência natural que contêm em sua estrutura a unidade funcional butadienílica nas diferentes configurações (E,E; Z,E e Z,Z).6 Entre estes se incluem feromônios sexuais e de agrupamento, componentes de óleos essenciais e componentes odoríferos de sinal de várias espécies de algas marinhas.
Nesta comunicação, apresentamos os resultados preliminares na preparação de telurofenos a partir da ciclização térmica de (Z)-telurobutenoínos (Equação 2).
Equação
2
Nos exemplos testados até o momento, observou-se, além da formação do telurofeno 3 esperado (23 - 42%), a presença do butenoíno detelurado 6 (11 - 33%), além do telurofeno dissubstituído 5 (10 - 24%). A presença destas espécies foi determinada pela análise dos espectros de RMN 1H e de massas. No momento estamos efetuando um estudo das melhores condições de tempo e temperatura, com o objetivo de melhorar o rendimento e dirigir o curso da reação no sentido de formação do telurofeno 3.
Uma vez sitematizada a reação de ciclização térmica dos telurobutenoínos do tipo 4, pretendemos aplicar nossa metodologia na síntese do éster (2E,4E)-2,4-decadienoato de metila 7, componente dos princípios aromáticos da pera do tipo Barlett3 (Esquema 1).
Esquema 1
Referências Bibliográficas:
1. Luppold, E.; Muller, E.; Winter, W. Z. Naturforsch 1976, 31B, 1654. 2) Wenkert, E.; Leftin, M.H.; Michelotti, E.L. J. Chem. Soc., Chem. Commun. 1984, 617. 3a) Renson, M. Selenium and Tellurium Heterocycles. In The Chemistry of Organic Selenium and Tellurium Compounds; Patai, S.; Rappoport, Z., Eds.; John Wiley & Sons Ltd.: New York, 1986; Cap. 13, pp 399-516. b) Bird, C.W.; Cheeseman, G.W.H.; Hornfeld, A.B., In Comprehensive Heterocyclic Chemistry; Katritzky, A.R.; Rees, C.W., Eds.; Pergamon: Oxford, 1984, Vol. 4, p. 935. 4) Dabdoub, M.J.; Dabdoub, V.B.; Guerrero Jr., P. G., Silveira, C.C. Tetrahedron 1997, 53, 4199. 5) Dabdoub, M.J.; Dabdoub, V.B.; Pereira, M.A., Zukerman-Schpector J. Org. Chem. 1996, 61, 9503. 6) Mori, K., The Synthesis of Insect Pheromones, in The Total Synthesis of Natural Products, Ed. J. ApSimon, Wiley, New York, 1981.
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