SORÇÃO DE COBRE PELA HIDROXIAPATITA

Nilce Carbonel da Rocha - PQ

Dept.° Química Analítica - IQ - UFRJ

Alexandre Malta Rossi - PQ

Dept° de Matéria Condensada e Espectroscopia - CBPF

Elena Mavropoulos - PG

Dept° de Matéria Condensada e Espectroscopia - CBPF

Andréa Machado Costa - IC

IQ - UFRJ

palavras-chaves : hidroxiapatita, cobre, sorção

O grupo mineral apatita é facilmente encontrado na natureza nas formas flúor- e cloro- apatita em rochas de fosfato. A hidroxiapatita (Ca₁₀(PO₄)₆(OH)₂) é uma variedade pouco encontrada, que demonstrou interesse científico por constituir basicamente a matriz inorgânica dos tecidos calcificados, sendo usada na área médica como um substituto do osso e dente em implantes. Atualmente este material possui aplicações variadas como, por exemplo, catalisador nas reações de desidrogenação e desidratação de álcoois, suporte de drogas anticancerígenas e absorvedor de metais presentes em rejeitos industriais.

O cobre é um elemento presente no organismo, que em elevadas concentrações provoca sérios distúrbios biológicos, entre eles, a doença de Wilson, que atinge o sistema nervoso e o fígado. A contaminação do homem pelo metal pode dar-se através do consumo de alimentos contaminados devido a dejetos industriais e da utilização de adubos provinientes da compostagem de lixo doméstico.

Neste trabalho, sintetiza-se Hidroxiapatitas estequiométricas por via úmida e caracteriza-se o material pelas técnicas de Espectroscopia de Emissão Atômica (ICP-AES), Infra-Vermelho, Difração de raios-X (DRX) e BET. Experimentos de sorção do Cu pela HAp foram realizados a partir de soluções aquosas com concentrações variadas de cobre, onde após tempos pré-determinados retiraram-se alíquotas da solução para serem analisadas por leituras de ICP, desta forma monitorou-se a variação das concentrações de Cu⁺², Ca⁺² e P na solução ao longo do tempo, como mostrado nas figuras 1e 2. Modificações estruturais na Hidroxiapatita foram acompanhadas pela técnica de DRX, analisando-se os os valores de célula unitária obtidos pelo programa Celref.

Os resultados indicam que os mecanismos de complexação na superfície da HAp devido a presença de grupos HPO₄ ^- detectados por Infravermelho, e troca iônica entre o Ca⁺² da HAp e o Cu⁺² da solução verificados por ICP e DRX, controlam o processo de sorção.

Fig. 1- Gráfico da concentração de cobre em solução ao longo do tempo.

Fig. 2- Gráfico da concentração de cálcio em solução ao longo do tempo.

Bibliografia:

1- Fulmer, M.T., Martin, R.L., Brown, P.W., Journal of Materials Science: Materials in Medicine, 3, (1992), 299-305.

2- Kay, J.F., Jarco, M., Logan, G. and Liu, S.T., Trans. Soc. Biomater.,9,(1986),13.

3- Suzuki, T., Ishigaki, K., Miyake, M., Journal of Chemical Society, Faraday Trans., 1, (1984), 80, 3157-3165.

Agência financiadora

CNPq