BARREIRAS ROTACIONAIS EM CARBAMATOS, DETERMINADAS POR CÁLCULOS COMPUTACIONAIS
Ernani Abicht Basso (PQ), Paulo Roberto de Oliveira (PG), Franciele Wiectzycoski (IC), Barbara Celânia Fiorin (PET)
Departamento de Química Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Maringá PR
palavras-chave: barreira rotacional, carbamatos, ab initio
Os
derivados carbamatos tem o mais amplo espectro da atividade biológica
de quaisquer classe de compostos orgânicos. Estes compostos são
conhecidos como anticolinesterásicos por inibirem a ação
da acetilcolinesterase, que é a enzima responsável pela
inibição do neurotransmissor acetilcolina1.
Em estudos anteriores, em nossos laboratórios, foi sintetizada
a mistura cis (1c) e trans
1-(((dimetilamino)carbonil)oxi)-2-N,N-dimetilaminocicloexano (1t),
a qual tem sido submetida a testes de atividade anticolinesterásica.
Figura 1: Representação das rotações R1, R2, R3 nos compostos 1c e 1t .
Como a ação farmacológica de qualquer composto está diretamente associada ao seu arranjo espacial, os compostos em estudo (1c e 1t ), foram investigados com respeito a variação de energia associada a giros de 360o ( em intervalos de 100 ) para os ângulos torcionais das rotações R1, R2 e R3 ( Figura 1), de forma a identificar as energias relativas das conformações2.
Os compostos 1c e 1t foram otimizados pelos métodos semi-empíricos (AM1, PM3 e MNDO) e Ab Initio (STO-3G e 3-21G). As estruturas obtidas da otimização por cada um destes métodos foram submetidas aos giros definidos na Figura 1. Os cálculos foram realizados com o programa GAUSSIAN-943.
Resultados
Os ângulos torsionais obtidos pelos diferentes métodos computacionais são apresentados na Tabela 1 e representam o ângulo mais estável para cada rotação (R1, R2 e R3).
Tabela 1. Ângulos torsionais mais estáveis para os compostos 1c e 1t determinados por métodos semi-empíricos ( AM1, PM3, MNDO ) e ab initio ( STO-3G e 3-21G ).
Composto |
Rotações |
AM1 |
PM3 |
MNDO |
STO-3G |
3-21G |
|
R1 |
183 |
182 |
178 |
177 |
193 |
1 c |
R2 |
16 |
14 |
1 |
29 |
4 |
|
R3 |
113 |
122 |
124 |
105 |
100 |
|
R1 |
164 |
175 |
173 |
175 |
166 |
1 t |
R2 |
170 |
180 |
176 |
193 |
178 |
R3 |
243 |
242 |
238 |
260 |
264 |
Conclusão
Os ângulos torsionais obtidos pelos métodos computacionais apresentados na Tabela 1 embora diferentes quantitativamente, não apresentam diferenças significativas qualitativamente, o que significa que todos estes ângulos se encontram próximos da região de energia mínima para cada rotação. Isto pode ser confirmado, por exemplo, analisando a Figura 1 referente a variação de energia para rotação R3 do composto 1t. A Figura 1 demonstra também a conformação mais estável do referido composto. Esta análise foi realizada para cada uma rotações dos compostos 1c e 1t.
Gilman, A.G.; Roll, T. N.; Nies, A. S.; Taylor, P. .As Bases Farmacológicas Da Terapêutica, 8a Ed. , Guanabara Koogan Rio de Janeiro , RJ ( 1991).
Silverman, R. B.. The Organic Chemistry of Drug design and Drug Action, Academic Press, London, 1992.
Foresman, A.B.; Frisch, A.; Exploring Chemistry with Electronic Structure Methods, Second Edition, 1995 1996 .Gaussian, Inc.Pittsburgh, PA U.S.A. Capes