QUANTIFICAÇÃO DO BUSSULFANO EM PLASMA DE PACIENTE PORTADOR DE LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA SUBMETIDO AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA


Tânia Maria Monteiro1 (PG), Marlice AparecidaSipoli Marques1 (PQ), Daniel Tabak2 (PQ) & Francisco Radler de Aquino Neto1 (PQ).


  1. LADETEC, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

  2. Instituto Nacional de Câncer.


Palavras-chave: bussulfano, Cp, TMO


A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica caracterizada pela presença de um cromossoma anormal denominado cromossoma Philadelphia (Ph1). O tratamento convencional dessa doença consiste na quimioterapia com bussulfano (Myleran, 1,4-butanodiol dimetanosulfonato), um agente alquilante bifuncional que inibe a síntese do DNA, provocando a morte das células (figura 1). Porém, essa terapia é paliativa pois não leva o indivíduo a cura , ocorre apenas o controle das manifestações clínicas da doença, que logo evolui para a fase aguda e fatal. Por outro lado, a associação da quimioterapia com altas doses de bussulfano, 1mg/kg de 6/6 horas durante 4 dias consecutivos, ao transplante de medula óssea (TMO) constitui a única possilbilidade de cura para o paciente1. A toxicidade é dose-dependente sendo caracterizada pelo aparecimento de doenças severas como cistite hemorrágica, catarata, convulsão, mucosite e a doença venooclusiva hepática (VOD)2,3.



Figura 1: Estrutura química do bussulfano.


Visto que o regime preparatório para o TMO apresenta alta toxicidade, esse trabalho tem como objetivo a determinação e quantificação do bussulfano em plasma de paciente portador de LMC submetido ao TMO.

O sangue do paciente foi coletado 30 minutos antes e 30, 60, 90, 120, 240 e 360 minutos após a administração oral da 1a dose de bussulfano, sendo centrifugado para a obtenção do plasma. A seguir foi adicionado 1ml de tampão fosfato 2M, para cada amostra, e a mesma foi adicionada em cartucho de C18 previamente condicionado com 2ml de metanol e 4ml de água destilada. A matriz foi lavada com 4ml de água destilada e o analito eluído com 3ml de metanol. O extrato obtido foi evaporado sob N2 a temperatura ambiente, solubilizado em 600ml de acetona/água 95% e percolado em cartucho de Al2O3, previamente condicionado com 6ml de acetona/água 95%. O analito foi eluído com 3ml da solução mencionada, evaporado sob N2 a temperatura ambiente para posterior análise por Cromatografia Gasosa de Alta Resolução acoplada a Espectrometria de Massas empregando Monitoramento de Íon Seletivo (CGAR/EM/MIS).

Após a extração do bussulfano em plasma de paciente portador de LMC, a presença do analito foi confirmada pelo monitoramento dos íons m/z = 79, 111 e 175, sendo que esse último foi empregado para a quantificação do mesmo.

Após a administração oral de bussulfano, a concentração plasmática (Cp) máxima obtida foi de 1200 ng/ml, alcançada entre 0,5 e 2horas, após a 1a dose do mesmo (Figura 2).




Figura 2: Curva da concentração plasmática do bussulfano (ng/ml). As amostras foram coletadas 30(0,5h), 60(1h), 90(1,5h), 120(2h), 240(4h) e 360(6h) minutos após a administração oral da 1a dose de bussulfano. O valor para 00:00h foi considerado nulo, após análise de amostra coletada 30 minutos antes da administração da 1a dose.


Os resultados obtidos estão de acordo com os dados da literatura. Por fim, a metodologia proposta foi aplicada ao monitoramento da droga em pacientes portadores de LMC.



Referências Bibliográficas:


1. Tutschka, P.J., Copelan, E., Klein, J.P. (1987) Blood , v.70, p.1382.

2. Beelen, D.W., Quabeck, K., Graeven, U. (1989) Blood , v.74, p.1507.

3. Thomas, A.E., Patterson, J., Prentice, H.G. (1987) Bone Marrow Transplant, v.1, p.347.



APOIO: CNPq e FUJB.