AVALlAÇÃO DE ERROS SISTEMÁTICOS PARA MÉTODO DE CONFIRMAÇÃO DE CATINA EM URINA POR CG- EM
Henrique Marcelo Gualberto Pereira (PG), Rafael Maia de Almeida Bento (IC), Alessandra França Campos (IC), Lúcia Menezes Pinto Damasceno (PG), Francisco Radler de Aquino Neto (PQ) & Jari Nobrega Cardoso (PQ).
LADETEC - Departamento de Química Orgânica - Instituto de Química - UFRJ
Palavras - chave: catina; CGAR-EM; dopagem esportiva.
Efedrinas são anfetaminas a-hidroxiladas comumente encontradas em formulações de anoréxicos e broncodilatadores. Apresentam tanto ação periférica como ação central, sendo que esta última a responsável pelo alto potencial de abuso. Devido ao seu efeito estimulante estas drogas são agentes comuns de dopagem esportiva. Dentro da família das efedrinas destaca-se a (+) Norpseudoefedrina, também conhecida por Catina (Fig. 1). A Catina é um alcalóide obtido do tratamento das folhas da Catha edulis, sendo também conhecida como Miraa, chá arábico ou Kat.
No corpo humano a catina é formada metabolicamente pela ingestão de pseudoefedrina (Fig. 2) , através de reações de N-desmetilação.
Pela facilidade da coleta, a urina é o fluido biológico normalmente utilizado para o monitoramento do consumo de substâncias psicotrópicas. O Comitê Olímpico Internacional (COI, 1999) estabelece um patamar de 5 mg/ml como concentração de corte para presença de catina na urina de atletas.
O método geralmente empregado na triagem deste tipo de composto é a cromatografia gasosa com detector seletivo de nitrogênio e fósforo (NPD). O método recomendado para a etapa de confirmação é a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). O método analítico alvo do estudo está baseado no isolamento do analito dos outros componentes da matriz através de uma etapa de extração por fase sólida. O analito é concentrado mediante evaporação de solvente e por fim derivatizado com N-metil-N-trimetilsililtrifluoroacetamida (MSTFA), formando o derivado O - TMS e N - TMS. A análise é feita mediante a técnica de CG-EM.
Portanto, este estudo tem como objetivo a avaliação dos erros sistemáticos, relativos e absolutos, presentes no método analítico para confirmação de catina em urina por CG-EM. O analito derivatizado é monitorado através da formação dos fragmentos m/z 116, m/z 179 e m/z 280 (M+.). O íon m/z 73 é característico do fragmento trimetilsilil proveniente do agente derivatizante (Fig 3). Alguns parâmetros referentes a validação do método foram determinados: Linearidade y = 0,0584x + 0,3561, r2 = 0,9955, Recuperação absoluta = 44%, recuperação relativa = 41%.
A avaliação dos erros sistemáticos está fundamentada na análise dos erros sa e sb inerentes ao coeficiente angular (a) e ao coeficiente linear (b) da curva construída a partir da quantidade de catina adicionada versus a quantidade recuperada do analito em estudo. Na tabela abaixo são encontrados os resultados retirados da construção da curva de recuperação (t de Student = 1,77).
Curva |
Intervalo de confiança de b0 |
Intervalo de confiança de b1 |
y = -2,92 + 0,41x |
[ -2,89 : -1,93] |
[ 0,34 : 0,48] |
Através dos experimentos realizados, concluiu-se que o método proposto para a confirmação de catina em urina, utilizando-se como técnica analítica a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas, apresenta erros sistemáticos relativos e absolutos. Deste modo fica definida a necessidade de um trabalho futuro para a avaliação dos procedimentos de bancada de modo a minimizar os efeitos oriundos de tais erros.
Fig. 3 Fragmentação e espectro de
massas da Catina O TMS e N TMS. Fig. 3 Fragmentação e espectro de
massas da Catina N-TMS O-TMS. Bibliografia A. Solans.; M. Carnicero ; R. de la Torre ; J.
Segura. Comprehensive screening procedure for detection of
stimulants, narcotics, adrenergics drugs, and their metabolites in
urine. J. Anal. Toxicol. 19:104-14 (1995). W. Funk ; V. Dammann ; G. Donnevert. Quality
Assurance in Analytical Chemistry, VCH Publishers, New York, NY,
USA, 14-60 (1995). Agencias Financiadoras: CNPq, FUJB