SISTEMA EM FLUXO EMPREGANDO MULTICOMUTAÇÃO PARA A DETERMINAÇÃO DE ALBUMINA EM PLASMA DE SANGUE ANIMAL
Gilmara Caseri de Luca1 (PG); Maria do Socorro Silva Pereira1 (PG); Marisa Smiderle1(PG); Boaventura Freire dos Reis2 (PQ)
1Instituto de Química de São Carlos - Universidade de São Paulo
2Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
palavras-chave: análise em fluxo, multicomutação, albumina
Introdução
As albuminas correspondem a cerca de 55% das proteínas totais encontradas no plasma animal, e é um parâmetro freqüentemente utilizado no controle da saúde e nutrição animal. Em animais sadios, a concentração normal encontrada situa-se entre 25 e 38 g.L-1, sendo constatados casos de desidratação quando os níveis excedem estes valores. No caso da redução, esta pode ser observada por inadequada provisão de proteína na dieta, desnutrição, infecções e traumas1.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema em fluxo baseado no conceito de multicomutação para a determinação espectrofotométrica de albumina em plasma de sangue animal. O método empregado baseou-se na reação albumina-Verde de Bromocresol (VBC) em pH 3,9.
Procedimento
Um conjunto de válvulas solenóides de três vias compunham o sistema de fluxo que trabalhava com um único canal de aspiração. O sistema de deteçção era constituído por um LED (l = 630 nm), que era utilizado como fonte de radiação, e por um fototransistor como detector. Considerando a concentração de albumina presente em plasma animal, o desenvolvimento previa a diluição em linha das amostras e para viabilizá-lo, a estratégia empregada foi a geração de gradientes de concentração2. Neste sistema estudou-se o volume de amostra e de reagente requeridos, concentração hidrogeniônica do meio reacional e diluição das amostras. A diluição das amostras era realizada descartando-se a parte mais concentrada da zona de amostra através de uma válvula solenóide, antes da inserção do reagente. Desta forma, quando o reagente era inserido, apenas a zona mais diluída da amostra entrava em contato com o mesmo, produzindo uma atenuação no sinal analítico. Para controle do acionamento das válvulas solenóides, bomba peristáltica e aquisição de dados, utilizou-se um programa escrito em linguagem QuickBASIC 4.5.
Resultados
Os volumes das soluções de amostra e reagente foram fixados em 20mL e 160mL, respectivamente. A concentração hidrogeniônica foi estudada variando-se o pH (4,2; 4,0; 3,9; 3,8) da solução tampão na qual o reagente VBC foi preparado e observou-se uma grande influência deste parâmetro sobre o desenvolvimento da reação. Em pH tendendo ao meio mais alcalino (4,0 e 4,2) observou-se perda na linearidade da curva analítica. Fixou-se então em 3,8 o pH do meio reacional. Com relação à diluição da amostra, foram avaliados intervalos de tempo para descarte da parte central da zona da amostra até que um fator de aproximadamente 3 vezes fosse obtido. Este fator era calculado sempre que se iniciava o procedimento, inserindo-se a solução de referência de maior concentração sem diluição, e nas mesmas condições de diluição da amostra. Com este procedimento, um fator de diluição era gerado, o qual foi aplicado para cálculos das concentrações finais. Um conjunto de amostras de plasma bovino foi analisado e os resultados foram comparados com o método oficial. Não foi observada diferença significativa em nível de 95% de confiança. Outros aspectos favoráveis tais como desvio padrão relativo de 1,5% (n=7), calculado para uma amostra de plasma animal; consumo de 20 mL de amostra e 1,7 x 10-2 mg de VBC por determinação; freqüência analítica de 70 determinações por hora; e coeficiente de correlação de 0.998 para a faixa de concentração entre 2,0 e 15 g L-1, foram também calculados. Uma comparação com o procedimento manual é apresentada na Tab.1, onde vários pontos favoráveis podem ser observados.
Tabela 1. Comparação entre características analíticas do procedimento manual e do procedimento proposto.
|
Procedimento Manual |
Procedimento Proposto |
Volume de amostra
|
20 mL |
20 mL |
Volume de reagente
|
1257 mg |
1,5 x 10-2 mg |
Freqüência analítica
|
30 det./hora |
60 det./hora |
d.p.r.
|
? |
1,5% |
Bibliografia
1.Nutricional Metabolite Kit Protocols, Animal Production Unit, Joint FAO/IAEA, Seibersdorf, Austria, 1993.
2.Valcarcel, M. Analisis por Injección en Flujo. Imprenta San Pablo, Cordóba, 1984, p.255-262.
[FAPESP, CAPES, CNPq, PRONEX]