DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DE Pb, Ni, Cr e Zn EM AMOSTRAS DE
SPARTINA ALTERNIFLORA NA REGIÃO DO MANGUE DE RATONES
(ILHA DE SANTA CATARINA)
Alexandre Gomes Ribeiro(PG)1; Eduardo J. Soriano-Sierra(PQ)2; Roldão R. U. de Queiroz(PQ)3
(1) Departamento de Química
Centro de Ciências Exatas e Naturais
Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
(2) Núcleo de Estudos do Mar - NEMAR
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
(3) Departamento de Química
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Palavras-chave: Spartina alterniflora, metais pesados, manguezal
Dentre os diferentes sistemas biológicos que compõem a zona costeira, os manguezais exercem uma função de grande importância, pois constituem-se em produtores de matérias encontradas na base de complexas teias tróficas. Tornando-se importante identificar os mecanismos pelos quais são introduzidos contaminantes na cadeia alimentar, e avaliar melhor o grau deste impacto no ecossistema.
A Spartina alterniflora constitui um dos elementos, neste ecossistema, que se apresenta com maior importância para a deposição das partículas em suspensão do rio, contribuindo para a formação dos solos lodosos na desembocadura do rio.
O manguezal de Ratones é tido como um referencial para o conjunto destes ecossistemas na Ilha de Santa Catarina, por encontrar-se localizado dentro de uma bacia hidrográfica, praticamente isenta de poluição urbana, onde não se pratica atividade industrial.
Sendo assim, temos como objetivo, determinar os níveis de contaminação da Spartina alterniflora, já que está contribui diretamente para a base da cadeia alimentar da região.
As amostras de capim praturá, nome popular dado a Spartina alterniflora, foram coletadas ao longo do rio Ratones, que compõe o manguezal de Ratones, em duas bancas de marismas. Para se determinar os níveis de Chumbo, Níquel, Cromo e Zinco presentes na Spartina alterniflora foi preciso utilizar uma parte significante da planta que é composta por: uma rizoma com comprimentos de 1 - 1,5 metros de altura, folhas com bainhas glabras, lígulas curtas, ciliadas, lâminas geralmente planas de 2,5 - 3 milímetros de largura.
Todas as partes da planta foram trituradas e homogeneizadas. Pesou-se em torno de 15±0,1g da amostra. Logo após a pesagem essas amostras foram transferidas para béquer de 250 mL in natura, adicionando-se parcelas de 10 em 10 mL de ácido nítrico concentrado até o volume total de 40 mL, com agitação e um aquecimento de 45°C até um ataque total do ácido na amostra. Depois do ácido atacar amostra, aumenta-se a temperatura até 80°C, para evitar possível perda de algum íon, logo após a secura do ácido, adiciona-se uma quantidade de 40 mL de água deionizada, filtra-se em papel Whattman (0,45mm) e eleva-se até a marca do balão volumétrico de 100mL. O ácido nítrico e a metodologia de abertura de amostra foram determinadas pelo fabricante do equipamento de detecção, um Epectrômetro de Massas com Fonte de Plasma Induzido (ICP-MS), Perkin Elmer - modelo Elan 6000.
As concentrações encontradas nas amostras de Spartina alterniflora estão indicadas na tabela abaixo.
Tabela: Concentração dos metais em Spartina alterniflora
Analito |
Ponto 1 |
Ponto 2 |
Chumbo |
2,20 |
1,89 |
Níquel |
2,93 |
1,93 |
Cromo |
0,94 |
0,83 |
Zinco |
22,55 |
16,55 |
Obs.: as concentrações dos analitos estão expressas em mg/g; n=3; dp=4-5%;
As concentrações no ponto 1 se apresentam maior que no ponto 2, devido ao ponto 1 se encontrar na junção do rio Veríssimo e o rio Ratones, na foz dos dois rios, onde a maré apresenta uma atividade muito mais intensa, ou seja, é o primeiro ponto a sofrer a influência da maré enquanto está sobe e o ultimo enquanto esta baixa.
Com isso concluímos que a região e isenta de poluição antrópica, e que a contribuição para a teia trófica destes metais analisados, não é significativa. Sendo assim as concentrações de metais analisados ficou a baixo do que outros trabalhos realizados em outras regiões, com a mesma amostra, a Spartina aterniflora.
SIMONASSI, J. C., DE LA CORTE, F.S. & SORIANO-SIERRA, E. J., Variação Temporal das Concentrações de Matéria Orgânica e Inorgânica Circundantes entre o Manguezal de Ratones e a Baía Norte, Ilha de Santa Catarina. Atas Colóquio Franco-Brasileiro, Florianópolis, p. 229-234.1997.
RIBEIRO, A. G., Metais Pesados em Ecossistemas Costeiros: Caso do Manguezal de Ratones (Ilha de Santa Catarina). Dissertação de Mestrado em Química. UFSC. 60p. 1998.
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MASSUTI, M. B., O Manguezal do Itacorubi como Barreira Biogeoquímica: Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental. UFSC. 199p. 1999.
FINEP