ALCALÓIDES DE Angostura gauchaudiana (Rutaceae)
Lúcia Elaine Ranieri Cortez, (PG)1, João Batista Fernandes (PQ)1, Paulo Cezar Vieira (PQ)1, Maria Fátima das Graças Fernandes (PQ)1, Diógenes Aparício Garcia Cortez (PQ)2,Benedito Prado Dias Filho (PQ)2.
Palavras-chave: Rutaceae, Angostura gauchaudiana, alcalóides.
Da família Rutaceae foram isolados vários alcalóides de plantas brasileiras, sendo que dois alcalóides quinolínicos, isolados das folhas de Galipea bracteata, apresentaram atividades moluscicida e outros dois alcalóides 4-quinolinona isolados das folhas de Esenbeckia leiocarpa apresentaram atividade inibidora do crescimento de insetos. Da espécie de Angostura paniculata foram isolados dois alcalóides acridônicos que exibiram atividade moluscicida moderada e uma atividade citotóxica sobre diversas linhagens de células carcinogênica1.
Os frutos da Evodia rutaecarpa tem sido usado na medicina popular Chinesa para dor de cabeça, desinteria, hemorragia pós-parto e amenorréia, sendo isolados cinco alcalóides indoquinolínicos e a evodiamida apresentou uma poderosa ação cardiotônica2.
O objetivo deste trabalho é o estudo fitoquímico da Angostura gaudichaudiana, analisar o seu perfil químico, contribuir para um maior conhecimento químico da família Rutaceae, bem como a realização de ensaios biológicos com os extratos e fraciona-los biomonitoradamente.
Foram preparados extratos brutos com solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano e metanol) das folhas e caule da Angostura gauchaudiana, após secagem em estufa de ar circulante à 40° C. Os extratos brutos obtidos foram liofilizados e avaliada a atividade antibacteriana pelo método de microdiluição3,4, utilizando as bactérias Staphylococcus aureus, Bacilus subtilis, Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli. Como controle positivo foi utilizado os antibióticos penicilina e vancomicina. A atividade moluscicida dos extratos brutos foi realizada com o caramujo Biomphalaria glabrata, utilizando-se como controle positivo o moluscicida sintético Bayluscidaâ . O extrato metanólico dos galhos, foi cromatografado em uma coluna cromatográfica de adsorsão em sílica gel, utilizando-se com fase móvel hexano, hexano-clorofórmio (98:2, 95:5, 90:10, 80:20, 50:50), clorofórmio, clorofórmio -acetato de etila (98:2, 95:5, 90:10, 80:20, 50:50), acetato de etila e metanol. As frações foram reunidas através de cromatografia em camada delgada e purificadas em sucessivas cromatografias em coluna de sephadex LH-20, utilizando-se como fases móveis metanol, metanol-clorofórmio (50:50) e acetato de etila, obtendo-se cinco alcalóides (1-5) do tipo indoloquinolínicos.
A determinação estrutural dos compostos isolados foram através de métodos espectrométricos de IV, EM, RMN1H, RMN13C, HMQC e HMBC e por comparação com os dados da literatura2,5. Os alcalóides 1, 2 e 5 parecem ser novos e os alcalóides 3 e 4 já foram isolados do caule da Angostura macrocarpa6.
O extrato das folhas da Angostura gaudichaudiana apresentou uma atividade moluscicida em 400 ppm, o extrato metanólico dos galhos apresentou uma atividade frente ao Bacilus subtilis (concentração mínima inibitória de 100 m g/ml) e os alcalóides (1-5), provavelmente são os responsáveis pelas atividades biológicas no extrato metanólico dos galhos.
FAPESP, UEM, UNIPAR, PRONEX-MCT-FINEP