OTIMIZAÇÃO DA METODOLOGIA DE
ESPECIAÇÃO DE MERCÚRIO EM ÁGUAS
MARINHAS. HELOISA HELENA MOREIRA PARAQUETTI (PG)1;
ROZANE VALENTE MARINS (PQ)1; GISELE ANTUNES AYRES1;
LUIZ DRUDE DE LACERDA (PQ)1 1. Departamento de Geoquímica, Instituto
de Química, Universidade Federal Fluminense, 24020-007-
Niterói, RJ. palavra-chave: mercúrio,
especiação, águas marinhas INTRODUÇÃO: O
mercúrio apresenta comportamento distinto em relação
aos outros metais, mantendo-se na coluna dágua sob
diversas formas químicas de reatividade diferente. A maior
parte dele esta sob a forma de cloro complexos e organo-cloro
complexos. Em águas marinhas, 65,8% das espécies
químicas inorgânicas é de HgCl4-2,
e 92,2% das espécies químicas orgânicas é
de CH3HgCl 1. Assim a
especiação do mercúrio em águas
(determinação das diferentes espécies
físico-químicas formadas pelo elemento no ambiente),
se torna necessária para que se possa avaliar a
disponibilidade desse metal a biota, bem como sua interação
com o sedimento e o material particulado em suspensão. No
caso de uma avaliação ambiental, o conteúdo
total do metal no ambiente é de pouca importância2. OBJETIVO: Otimização
da metodologia de especiação físico-química
de mercúrio em águas marinhas utilizando-se técnicas
de redução seletiva e detecção por
Espectrofotometria de Fluorescência Atômica usando
geração de vapor a frio com pré - concentração
em ouro. METODOLOGIA: A separação
das espécies químicas mercúrio elementar,
mercúrio reativo e mercúrio total foi obtida através
das técnicas de redução seletiva3,4,
segundo o esquema abaixo.
Amostra
aeração com
argônio isento SnCl2 1) BrCl
de Hg 2)SnCl2 +
C6H8O6
Hg elementar
Hg reativo Hg total A
leitura final do teor de mercúrio, após a liberação
do Hg0 da solução, é feita após
a lavagem do fluxo gasoso em solução de NaOH e em
água, em banho de gelo, para prevenir a interferência
de substâncias tais como cloro e bromo, formadas durante o
processo de geração de vapor de mercúrio5.
O
mercúrio desprendido é coletado em trap de ouro
(1 estágio) e as medidas efetuadas por espectrofotometria de
fluorescência atômica.
Padrões
de concentração nas faixas desejadas são
utilizados para a construção da curva de calibração
e calibração dos equipamentos. Essas soluções
são preparadas a partir de uma solução-padrão
de 1000 ppm de HgCl2, através de sucessivas
diluições. RESULTADOS:
Para as concentrações em águas marinhas
verificou-se que o volume mínimo de amostra para a
quantificação do Hg elementar é de 200 mL com
um volume do gás aerado de 1,5 L de argônio.
Para
determinação de Hg reativo, as condições
determinadas por Gonçalves, 1998 ( uso de 1mL de SnCl2
1% em HCl 1% como solução oxidante ) mostraram-se
adequadas. Para
o Hg total observou-se que a solução de SnCl2
utilizada para o Hg reativo não foi suficiente para oxidar
todo o Hg presente na amostra. E a utilização do ácido
ascórbico, como pré-redutor, adicionado diretamente à
amostra, demostrou um aumento considerável do branco. Assim,
otimizou-se o uso de uma solução de SnCl2
10% com ácido ascórbico 1% em HCl 1% como solução
oxidante. Essa solução deve ser purgada com argônio
isento de Hg por 3 horas antes de ser utilizada para purificação
dos reagentes. Todos os outros parâmetros de análise
foram mantidos iguais aos previamente estudados6. De acordo com a
metodologia apresentada, os limites de detecção
alcançados para as referidas espécies químicas
através de 3 Sy/x da curva de calibração7,
são demostrados na tabela 1.
Tabela 1: Limite de detecção (pg de Hg) Espécie
química Hg
elementar 3.9 Hg
reativo 3.9 Hg
total 5.2 CONCLUSÃO:
Com as condições otimizadas acima, análises de
Hg nas águas superficiais de ambiente costeiro subtropical
não eutrofizado mostram que a concentração de
Hg reativo variou de 0,2 a 1,1 pM, o Hg total de 0,4 a 3,3 pM e o
Hg0 de 0,1 a 0,3pM. Correlações
geoquímicas em avaliação explicam o
comportamento diferenciado do Hg nas águas superficiais8,9. BIBLIOGRAFIA:
1.
Cossa, D.; Thibaud, Y.; Romeo, M.; Gnassia-Barelli, M. Rapport Du
IFREMER, Nantes, 1996. 105p. 2.
Florence, T.M. Talanta, 1982. vol 29: 345-364. 3.
Gill G.A.; Bruland, K.W. Environm. Sci. Tech. 1990, vol. 24:
1392-1400.
4.
Dalziel, J.A. Marine Chemistry. 1992. vol. 37 : 171-178. 5.
Marins, R.V.; Silva Filho, E.V.; Lacerda, L.D. J. Braz. Chem. Soc.
1996. Vol.7, No.3, 177-180. 6.
Gonçalves, G.O. Tese de Mestrado, Depart.de Geoquímica,
Univ. Federal Fluminense, Niterói., 1998. 7.
Miller, L.C; Miller, J.N. Statistics for Analytical Chemistry. Ellis
Horwood and Prentice Hall. 1994. 115p. 8.
Paraquetti, H.H.M. Tese de Mestrado, Depart. de Geoquímica,
Univ. Federal Fluminense, Niterói.(em preparação) 9.
Lacerda, L.D; Marins, R.V.; Paraquetti, H.H.M.; Mounier, S.; Benaim,
J.; Fevrier, D. J. Braz. Chem. Soc. (submetido)
CNPq,
FAPERJ
Limite de detecção