DETERMINAÇÃO DE NUTRIENTES DA COLUNA DÁGUA DO ESTUÁRIO DO RIO POXIM - SE
Simone Santana de Freitas * (IC), Marina Menezes Santos Filha ** (PQ) e Jerson de Carvalho ** (PQ).
*Departamento de Engenharia Química, C.C.E.T. Universidade Federal de Sergipe
**Departamento de Química, C.C.E.T. Universidade Federal de Sergipe
Palavras-chave: estuário, nutrientes, eutrofização.
O estuário do Rio Poxim-SE é uma das principais fontes de abastecimento de água do Estado, recebendo uma grande carga poluidora decorrente da industrialização e do crescimento urbano desordenado. Levando-se em consideração que as concentrações de nutrientes (nitrogênio e fósforo), estão geralmente relacionadas à carga poluidora recebida pelo ecossistema aquático, onde elevados valores servem como indicativo do estado de eutrofização é, portanto, de grande importância o controle dos teores de nutrientes neste ambiente.
A necessidade de proteção aos ambientes aquáticos tem assumido projeção de ordem global. O derramamento de óleo, despejos industriais e domésticos, rejeitos de origem hospitalar, contaminação por fertilizantes e pesticidas, desmatamento de manguezais, bem como, redução de espécies animais e vegetais, constituem foco da atenção a fim de estabelecer proteção adequada aos recursos marinhos e aquáticos.
A região estuarina do Rio Poxim-SE, está localizada na região sudoeste do Estado de Sergipe, possuindo uma extensão de aproximadamente 9 km, com cerca de 100 m de largura e profundidade média de 2 m.
A área estudada compreende a região que vai desde a confluência deste estuário com o Rio Sergipe até as imediações dos conjuntos habitacionais Sol Nascente e Santa Lúcia. Tendo às margens o Distrito Industrial de Aracaju (D.I.A.), onde encontram-se indústrias de produtos alimentícios, móveis, plásticos, produtos têxteis, químicos, dentre outras.
No início e fim dos períodos seco e chuvoso, foram coletadas amostras da coluna dágua, em condições de maré alta, às margens e meio de cada estação.
Amostras correspondentes a seis pontos de amostragem foram coletadas, utilizando uma garrafa Van Dorn, as quais foram armazenadas em frascos de polietileno (previamente descontaminados com HCl 1:1) e mantidas sob refrigeração à cerca de 4oC para evitar atividade biológica. Para posterior determinação de pH, salinidade, oxigênio dissolvido, fósforo inorgânico (P-PO4), fósforo total orgânico (P-PTOTAL), nitrogênio total (N-NTOTAL), nitrito (N-NO2), nitrato (N-NO3) e amônia (N-NH4), conforme métodos descritos em Grasshoff et al..
A
Figura 01 representa os percentuais médios das concentrações
dos nutrientes analisados, afim de que se possa verificar seu
comportamento nos períodos seco e chuvoso.
No início do período seco as formas de fósforo estudadas apresentaram concentrações bastante elevadas, o que pode ter sido provocado pela influência do aporte de efluentes industriais e domésticos ao longo do estuário. No período chuvoso, estas concentrações decresceram consideravelmente, isto porque a maré de março , bem como a água das chuvas, provocaram diluição dos nutrientes.
No início do período chuvoso, houve uma elevação nas concentrações de N-NO3 e N-NH4, provavelmente decorrentes da resuspensão do sedimento do estuário provocado pelas chuvas, bem como arraste de sedimento das margens.
De forma geral, mesmo tendo ocorrido uma considerável redução na concentração dos nutrientes durante o período de chuvas, é evidente a influência do aporte de efluentes de origem antropogênica neste ecossistema. O que é evidenciado quando se verifica, por exemplo, o oxigênio dissolvido que, como nos demais períodos, permaneceu abaixo de 5,0 mg/L (concentração considerada como normal) caracterizado pelo estado de eutrofização do ambiente.
O pH variou na faixa de 6,98 e 7,86, enquanto que valores de salinidade na faixa de 11,0 e 34,0.
O estuário do Rio Poxim-SE pode ser caracterizado como um ambiente bastante impactado, sendo provocado basicamente pelo aporte de efluentes industriais e domésticos sem tratamento adequado Seu estado de eutrofização é bastante elevado, no entanto, isto poderia ser solucionado com um melhor gerenciamento da área feito pelos órgãos responsáveis
GRASSHOFF, K.; EHRARDT, M.; KREMLING, K.. Methods os Seawater Analysis, Weinhein: Verlag Chemie, p.419, 1983.
PIBIC/CNPq