MONITORAMENTO DA CORROSÃO DE REVESTIMENTOS DE Zn-Ni EM ATMOSFERA DE AGRESSIVIDADE MARINHA

J. R. N. de Lima (PG), M. A. da Silva (IC), P. de Lima-Neto (PQ)


Universidade Federal do Ceará, Departamento de Química Analítica e Físico-Química, C. P. 6035, 60451-970 Fortaleza, Ce


palavras-chaves: Zn-Ni, Corrosão Atmosférica, Impedância Eletroquímica


Aços galvanizados são amplamente utilizados na industria automobilística para prevenção de corrosão dos veículos automotores. Revestimentos de zinco com metais do grupo do ferro vêm sendo estudados para melhorar a resistência à corrosão dos aços galvanizados. Entre estes, os eletrodepósitos de Zn-Ni têm apresentado uma resistência à corrosão superior ao revestimento de Zn puro. Por outro lado, Fortaleza possui uma atmosfera tipicamente marinha com muitos ventos, com elevadas umidade e temperatura, tornando-a conhecida pela agressividade atmosférica aos materiais metálicos. Assim, este trabalho mostra os resultados preliminares do monitoramento da corrosão atmosférica de aços galvanizados com revestimentos de Zn-Ni comparativamente ao de aços galvanizados com revestimentos convencionais de zinco, referentes a cinco meses de exposição, tendo como objetivo estudar a resistência à corrosão destes nas condições de agressividade atmosférica da cidade de Fortaleza.

Os revestimentos de Zn-Ni com espessura de 10 mm foram depositados galvanostaticamente sobre substratos de aço carbono de 10 cm x 15 cm a 10 mA cm-2, 30 mA cm-2 e 50 mA cm-2, à temperatura ambiente e usando um banho contendo 1 M de ZnCl2, 2,6 M de NaCl, 0, 5 M de H3BO3 e variadas concentrações de NiCl2 no intervalo de 0,1 M a 1 M. Os revestimento de Zn foram obtidos a 10 mA cm-2 sem usar NiCl2 no banho. Antes das eletrodeposições, os substratos foram submetidos a um tratamento superficial que consistiu de polimento mecânico por jateamento de areia, seguido de desengraxe eletrolítico em NaOH e decapagem em HCl. A composição química das camadas foi determinada por espectrometria de emissão atômica com acoplamento indutivo em Argônio. Foram expostas amostras cromatizadas e não cromatizadas a 30 m da praia em painéis construídos conforme norma ABNT NBR 6209. A cromatização foi feita utilizando um banho contendo 3,5 g L-1 de K2Cr2O7 dissolvido em HNO3 2% (v/v). O monitoramento da corrosão atmosférica foi feito por retiradas periódicas da amostras da estação de corrosão seguido de ensaio eletroquímico em laboratório usando NaCl 10-2 como eletrólito e impedância eletroquímica como técnica de análise. Eletrodos de Calomelano Saturado e Platina foram usados como referência e auxiliar, respectivamente.




Análise visual feita nas amostras que foram expostas permitiu observar que camadas de Zn convencional, não cromatizadas, apresentaram corrosão vermelha em sua superfície com apenas três meses de exposição e camadas de Zn-Ni contendo 6% de Ni já apresentam a produtos de corrosão em sua superfície, a chamada corrosão branca. Já as camadas cromatizadas e não cromatizadas de Zn puro e Zn-Ni, com teores de Ni igual ou maiores que 12%, ainda não apresentam corrosão vermelha e nem a corrosão branca, mesmo após cinco meses de exposição atmosférica. O diagrama de impedância da amostra cromatizada Zn-16%Ni (Fig. 1) apresenta antes da exposição atmosférica valores resistivos três vezes maiores que a correspondente amostra não cromatizada (Fig.2) sendo que esta última apresenta valores resistivos similares ao da amostra cromatizada após dois meses de exposição (Fig. 4), a qual também apresenta um aumento em seus valores resistivos (Fig. 3). Os resultados derivados dos diagramas de impedância (Fig. 5) mostram o aumento dos valores resistivos durante este período inicial de exposição para todas as camadas de Zn-Ni estudadas com teores de Ni igual ou superior a superior a 12%. Estes resultados sugerem que ao contrário da camada de Zn convencional, ocorre a formação de um óxido protetor na superfície da camada de Zn-Ni, aumentando assim o tempo de vida útil desta camada em relação à de zinco convencional.



(CNPq, FUNCAP, FINEP)