DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS MICROEMULSIONADOS UTILIZANDO A PRÓPOLIS
Tereza Neuma de Castro Dantas (PQ); Afonso Avelino Dantas Neto (PQ );
Hélio Santa Rosa Costa Silva (PG);
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Pós- Graduação em Química Natal-RN
Palavras-chave: própolis, sistemas microemulsionados, solubilização.
Própolis é um termo genérico utilizado para denominar um material resinoso coletado pelas abelhas de várias fontes. O nome própolis é derivado do grego pro, em defesa e polis, a cidade, significando portanto em defesa da cidade ou da colméia. A composição química da própolis varia de região para região, sendo a proporção de substâncias encontradas variável e dependente do local da coleta, entretanto temos como constituintes principais os derivados de álcool e fenol, aldeídos, ácidos alifáticos, aminoácidos, ésteres de ácidos aromáticos, flavonóides, hidrocarbonetos, terpenóides e esteróides .
A própolis possui inúmeras propriedades biológicas dentre as principais podemos citar: Antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoária, antiviral, regeneradora tissular, anestésica, hepatoprotetora, imunoestimulante, detoxificadora, antioxidante entre muitas outras mais( Marcucci , 1995).
Devido as suas inúmeras propriedades biológicas a própolis tem sido cada vez mais utilizada na indústria farmacêutica, nas mais diversas formas: pomadas, cremes, géis e soluções hidroalcóolicas. Porém, um dos grandes problemas com relação a própolis é sua total insolubilidade em água, sendo assim, se faz necessário a utilização de álcool para solubilizá-la o que traz ao produto um gosto desagradável, torna-o inconveniente para uso em ferimentos e um aumento do custo do produto final.
Os sistemas microemulsionados surgem como alternativa na solubilização da própolis diminuindo todos os inconvenientes citados e ainda pode baratear o produto, pois ao trocarmos o álcool pela água estaremos reduzindo o preço do produto final.
O presente estudo tem como objetivo a solubilização da própolis em sistemas microemulsionados, os quais são compostos de quatro constituintes: tensoativo, cotensoativo, fase aquosa e fase orgânica. As microemulsões são sistemas termodinamicamente estáveis de elevada área interfacial e alto poder de solubilização.
A obtenção dos sistemas de microemulsão é feita através da construção dos diagramas da fases, os quais mostram o aparecimento de regiões de aspecto límpido e formado por microgotículas nas quais há solubilização da própolis. Foram feitos a temperatura ambiente (28o C) pelo método clássico conforme indica a literatura ( Barros Neto,1996).
Visando a otimização dos sistemas microemulsionados foram analisados alguns parâmetros tais como: natureza do cotensoativo e razão Cotensoativo/Tensoativo.
Para escolha do cotensoativo foram utilizados o álcool etílico hidratado, álcool etílico P.A, álcool iso-amílico e propilenoglicol. Com relação a proporção de tensoativo e cotensoativo foram utilizadas as seguintes razão C/T: 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0.
O
estudo da escolha do cotensoativo mostrou que o álcool etílico
é que apresenta maiores regiões de microemulsão;
desta forma utilizou-se para o estudo da razão C/T este
cotensoativo.
A escolha da razão C/T mostrou que para o sistema água/tensoativo/alcool etílico/própolis a variação encontrada para a região de microemulsão foi pouco significativa, a não ser a razão C/T 4 que teve uma pequena diminuição da região de microemulsão, como pode-se observar nos diagramas abaixo ilustrados.
A realização deste estudo permitiu concluir que a própolis pode ser solubilizada em sistemas microemulsionados, em percentuais que variam de 1 a 65%. Pode-se ainda concluir que este estudo obteve resultados bastantes satisfatórios, pois pode-se produzir sistemas microemulsionados com quantidades de água oscilando entre 60 e 76% de água, o que será de grande valia na obtenção de formulações farmacêuticas.