ADIÇÃO
NUCLEOFÍLICA DE SILILOXIFURANOS A ÍONS
N-ACILIMÍNIO
CÍCLICOS
Ronaldo Aloise Pilli (PQ), Leonardo Silva Santos (PG) e
e-mail: pilli@iqm.unicamp.br
palavras-chave: íon N-acilimínio, sililoxifurano, alcalóide
Nos
últimos anos sililoxidienos tem sido usados como reagentes
versáteis na preparação de compostos
enantiomericamente puros e de interesse biológico.1
A adição nucleofílica de
2-trialquilsililoxifuranos a íons N-acilimínio cíclicos
foi investigada como um caminho útil para a síntese de
alguns alcalóides.2-7
S.
Martin2 e Y. Morimoto3 demonstraram, quase que
simultaneamente, que a adição de sililoxifurano
(R4=TMS, R5=H e R4=TBS, R5=Me)
ao íon N-acilimínio cíclico de 5 membros obtido
a partir de etoxicarbamatos (R1=CBz, R2=Et,
R3=H) fornecem produtos de acoplamento em bons rendimentos
(~80%) e moderada seletividade (5:1), onde o isômero
majoritário apresenta a configuração relativa
S*,S*
(Esquema 1). Posteriormente essa metodologia foi aplicada
na síntese do alcalóide croomina6 e do
núcleo bicíclico dos alcalóides do tipo
pumiliotoxina.7
Uma vez que os estudos envolvendo a adição
nucleofílica de
2-trialquilsililoxidienos a íons
N-acilimínio cíclicos encontravam-se restritos a anéis
de 5 membros protegido com CBz e Boc, neste último caso
restrito a um único exemplo envolvendo a N-Boc-pirrolidina
derivada do ácido piroglutâmico,
resolveu-se
investigar a influência do tamanho do anel do íon
N-acilimínio, bem como do volume do grupo de proteção
na seletividade da reação. Estudos anteriormente
realizados com etoxicarbamatos de 7 membros protegidos com os grupos
Boc, CBz e CO2Me e o 2-TBS-furano levou à formação
de produtos de acoplamento em bons rendimentos e variada
seletividade, em função do volume do grupo protetor
(Boc>CBz>CO2Me).8
Dando continuidade a esse estudo, resolveu-se avaliar a influência do tamanho do anel do íon N-acilimínio (1-6), do volume do grupo de proteção do nitrogênio (Boc, CBz e CO2Me) e da presença de substituintes no sililoxifurano (7a e 7b), na estereoseletividade da reação.
As reações foram realizadas a 78oC, empregando-se TMSOTf como ácido de Lewis e CH2Cl2 como solvente, levando à formação dos produtos de acoplamento em seletividade (2:1 19:1) e rendimento (46 83%) variados (Esquema 2). Para a série onde R3=H (n=1, 2), observou-se melhor seletividade (4:1 19:1) nas reações de acoplamento envolvendo o íon N-acilimínio de 5 membros (4-6), novamente com o produto majoritário apresentando estereoquímica relativa R*, R*, determinada por análise cristalográfica.
Surpreendentemente, para a série onde R3=Me (n=2) observou-se para o produto majoritário (9b e 9d) a estereoquímica relativa (determinada por experimentos de NOE) contrária a observada nos casos anteriores, com seletividades de 3:1 e 6:1, respectivamente.
Estudos encontram-se em andamento visando aplicar os resultados acima na síntese de alcalóides indolizidínicos e quinolizidínicos.
Referências
1) G. Casiraghi, G. Rassu, Synthesis, 1995, 607
2) S. F. Martin, J. W. Corbett, Synthesis, 1992, 55
3) Y. Morimoto, K. Nishida, Y. Hayashi, H. Shirahama, Tetrah. Lett., 1993, 34(36), 5773
4) S. Hanessian, S. Raghavan, Bioorg. Med. Chem. Lett., 1994, 4(14), 1697
5) S. Hanessian, G. McNaughton-Smith, Bioorg. Med. Chem. Lett., 1996, 6(13), 1567
6) a) S. F. Martin, S. K. Bur, Tetrah. Lett., 1997, 38(44), 7641; b) S. F. Martin, J. K. Barr, D.
W. Smith, S. K. Bur, JACS, 1999, 121, 6990
7) S. F. Martin, S. K. Bur, Tetrahedron, 1999, 55, 8905
8) R. A. Pilli, M. C. F. Oliveira, I. Vencato, 8th BMOS, 1998, PS-058, 105.