Estudos Sintéticos Visando a preparação de
Intermediários Fenantridônicos para a Síntese de Alcalóides Amaryllidaceae
Rodrigo Cassanta Rossi (PG) e Fernando Coelho (PQ)
Dpto. de Química Orgânica, IQ - UNICAMP - 13083-970 - Campinas, SP
palavras-chave: Baylis-Hillman, Alcalóides Amaryllidaceae, Fenantridonas
Introdução e Objetivos: Os alcalóides da família Amaryllidaceae têm um papel central no desenvolvimento da química de alcalóides. A elucidação de suas estruturas, estratégias e metodologias desenvolvidas para a síntese destes têm sido motivada por suas diversas e importantes atividades farmacológicas1.
Há alguns anos atrás foram isolados de algumas espécies de plantas da família Amaryllidaceae uma série de alcalóides de estrutura complexa. Dentre eles destacam-se a Licoricidina (1), a Narciclasina (2) e a Pancratistatina (3) que mostraram atividade anti-câncer in vitro bastante acentuada.
Figura 1 - Alcalóides Amaryllidaceae com atividade antitumoral.
Associando o interesse científico neste tipo de alcalóide com o nosso interesse em explorar adutos de Baylis-Hillman na preparação de intermediários para sínteses totais, objetivamos estudar neste trabalho a viabilidade de converter o aduto de Baylis-Hillman (4) no diol protegido (10), esquema 1. Este último poderá ser utilizado como substrato para a síntese total de alcalóides Amaryllidaceae.
Esquema 2 - Objetivo deste trabalho.
Resultados e Discussão: O substrato (4) foi preparado baseando-se no uso da reação de Morita-Baylis-Hillman entre o acrilato de metila e o piperonal, que são reagentes comerciais. A hidroxila secundária foi então protegida na forma do respectivo éter de silício e a função éster reduzida quimiosseletivamente na presença da dupla ligação com DIBAL-H. Após a redução, a hidroxila secundária foi desprotegida e o diol resultante (7) reprotegido através de uma reação de transacetalização. O diol protegido (8) foi então submetido as condições de hidroboração onde observou-se a hidroboração da dupla juntamente com a clivagem parcial do grupo protetor.
Reagentes e Condições: a) DABCO, MeOH, 55%; b) TBDMSCl, Imidazol, DMF, 74%; c) DIBAL-H, Tolueno, -78 0C, 90%; d) TBAF, THF, 100%; e) p-anisaldeído dimetilacetal, CH2Cl2, ác. canforsulfônico, MS 4 A, 80%; f) THF, BH3SMe2, t. a.; g) DIBAL-H, CH2Cl2, -78 0C, 70%.
Esquema 2 - Resultados obtidos.
Conclusões e Perspectivas: A otimização da reação de hidroboração possibilitará, em etapas futuras, o controle da estereoquímica deste novo centro formado o qual será mantido durante o rearranjo de Curtius, possibilitando a síntese de (10) através da ciclização do carbamato resultante sob as condições de Bischler-Napieralski.
Referências: 1. (a) Pettit, G. R.; Gaddamidi, V.; Cragg, G. M.; Herald, D. L.; Sagawa, Y. J. Chem. Soc., Chem. Commun. 1984, 1693. (b) Pettit, G. R.; Gaddamidi, V.; Herald, D. L.; Singh, S. B.; Cragg, G. M.; Schmidt, J. M.; Boettner, F. E.; Williams, M.; Sagawa, Y. J. Nat. Prod. 1986, 49, 995.
FAPESP