MONTE CARLO VARIACIONAL: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DA TEORIA DE MATRIZ DENSIDADE


José Roberto dos Santos Politi (PG) e Rogério Custodio (PQ)

Universidade Estadual de Campinas UNICAMP

Instituto de Química Departamento de Físico-Química


palavras-chave: estrutura eletrônica, monte carlo quântico e amostragem preferencial


O método Monte Carlo (MC) é uma técnica estocástica que permite o cálculo de integrais, particularmente eficiente para funções com múltiplas variáveis [1]. Recentemente, o MC tem sido empregado na simulação de sistemas quânticos, denominado Monte Carlo Quântico (MCQ). O MCQ mais simples é o Monte Carlo Variacional (MCV), que utiliza o algoritmo de Metropolis [2] e o princípio variacional para calcular o valor esperado da energia (E) (eq1) e outras propriedades associadas à função de onda tentativa y.

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O peso estatístico é dado pela função densidade de probabilidade de elétrons: . Logo: . O subscrito y2 indica que esta é uma média ponderada por W. A energia local (El) é calculada como a soma da energia cinética local (Tl) e a energia potencial local (Pl). A Tl é descrita por um operador diferencial que não permite o cancelamento da função de onda, mais especificamente das funções de spin, o que inviabiliza o cálculo. Para obter um valor numérico para Tl, têm-se utilizado uma função de onda teste [3] que fatora os elétrons de spins opostos em um produto de dois determinantes de Slater :. Assim, é obtida a independência de Tl com as coordenadas de spin. Este tratamento preserva algumas características da função de onda original, como os nós da função e a condição de cúspide. Entretanto, outros aspectos importantes do determinante de Slater monoeletrônico são violados, como a antisimetria e a indistinguibilidade eletrônica. A alternativa que apresentamos para resgatar a integridade e o formalismo da química quântica é reescrever a El em termos da matriz densidade de ordem n:

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sendo x as coordenadas espaciais e x a coordenada de spin. Assim, a Tl e a El podem ser calculadas, independentes das funções de spin. Para reduzir a taxa de rejeição de configurações, foi incorporada a amostragem preferencial. Desta forma, os deslocamentos aleatórios são direcionados por r (eq.3), gerando configurações significativas para a média [4]:

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y é a nova coordenada, x é a coordenada inicial, D=0,5, dt é o intervalo de tempo imaginário para o deslocamento, c é uma variável randômica obtida por uma distribuição gaussiana e F é definido pela equação abaixo:

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Utilizando esta metodologia, apresentamos resultados para o átomo de lítio, investigando a convergência dos resultados em função da taxa de aceitação. Os resultados obtidos concordam com a literatura, comprovando a viabilidade da metodologia. A taxa de aceitação que apresenta a melhor convergência se encontra entre 50% e 70%.

Tabela 1 Energia do átomo de lítio (u.a.), utilizando função single-zeta [5].










Aceitação (8x106 configurações)EnergiaDesvio Padrão20%-7,4179600,00051250%-7,4182930,00053170%-7,4188980,000544Clementi [5]-7,4184820M.H. Kalos and P.A. Whitlock, Monte Carlo Methods. (Wiley,NY,1986)










  1. N. Metropolis, et alli J.Chem.Phys. 21 (6), 1028 (1953)

  2. P.J. Reynolds, D.M. Ceperley, B.J. Alder, W.A. Lester Jr., J. Chem. Phys. 77(11), 5593(1982)

  3. B.L. Hammond, W.A. Lester Jr and P.J. Reynolds Monte Carlo Methods in Ab Initio Quantum Chemistry (World Scientific,Singapore,1994)

  4. E. Clementi, C. Roetti; Atomic Data and Nuclear Data Tables 14(3-4),177 (1974) (CNPq,FAPESP,FAEP,CENAPAD-SP)