oxidação do cicloexano catalisada por CuO-SiO2 preparado pelo Método Sol-gel
Juliana Martins de Souza e Silvaa (IC), Rosenira Serpa da Cruza,b (PG) e
Ulf Schuchardta (PQ)
aDepartamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, CP 6154, 13083-970, Campinas, São Paulo
bDepartamento de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Ilhéus-Itabuna Km 16, Ilhéus, Bahia
Palavras-chave: sol-gel, cicloexano, catalisador de Cu.
A pesquisa em torno da redução de poluentes nos processos industriais é uma tendência atual. Em função desta e da importância científica e comercial da oxidação de hidrocarbonetos saturados, tem-se buscado desenvolver catalisadores heterogêneos para esta reação. O uso do método sol-gel na produção de óxidos mistos de sílica e metal tem se mostrado muito conveniente para a aplicação em catálise heterogênea.1 No entanto, o estudo destes metalossilicatos tem se restringido a metais como Ti4+, V5+ e Zr4+.2,3 Buscando a expansão da pesquisa nesta área, propusemos, neste trabalho, estudar o desempenho do óxido misto de CuO em SiO2 como catalisador da oxidação de cicloexano.
O procedimento de síntese do gel segue o método descrito por Maier et al.4. O acetilacetonato de cobre foi adicionado ao tetraetoxisilano(IV) sob agitação em um béquer plástico. À esta solução foi adicionada um volume correspondente de etanol e, em seguida, de ácido clorídrico 8 molL-1. Depois de 4 dias ocorreu a gelação e o material resultante foi submetido a tratamento térmico de 30 a 200ºC por 48 h. O sólido final foi triturado e peneirado. A caracterização dos materiais finais foi feita por DRX, FRX, RTP, espectros nas regiões do IV e UV-vis e análises elementar e térmica.
As oxidações do cicloexano foram realizadas em um balão de fundo redondo acoplado a um condensador de refluxo e imerso em um banho de óleo a 75ºC por 24h. Tipicamente foram utilizados 95 mmol de cicloexano, 9,5 mmol de terc-butilhidroperóxido (TBHP) em cicloexano e 100 mg de catalisador. Os produtos das reações foram analisados por cromatografia em fase gasosa com um detector de ionização em chama. Os subprodutos foram determinados por CG-EM e o consumo de TBHP por titulação iodométrica do peróxido restante.
Durante a síntese, a solução azul do Cu(acac)2 tornou-se amarela após a adição do ácido, sugerindo uma mudança na coordenação do metal. Difratogramas de raios-X, isotermas de adsorção-dessorção de nitrogênio e curvas de distribuição de tamanho de poros mostram que foram obtidos materiais amorfos, microporosos, com alta área específica e distribuição de poros estreita. Análise elementar indica a existência de resíduo orgânico, provavelmente originado por realcoxilação dos grupos hidroxila da superfície ou incorporação de etanol e ligantes alcóxido e acetilacetonato na matriz sílica.5 Espectros UV-vis no modo reflectância difusa dos catalisadores preparados, todos de coloração verde claro, mostram que a coordenação predominante do cobre nestes materiais é octaédrica, o que deve ser atribuído à presença de água adsorvida ou à possível ligação do metal a seis átomos de oxigênio na estrutura da sílica amorfa.
Figura 1: Recilagem do catalisador
1 Ko, E.I. e Miller, J.B., Catal. Today, 35, (1997), 296.
2Klein, S. Martens, J. A., Parton, R., Vercruysse, K, Jacobs, P. A. e Maier, W. F., Catal. Letters, 38, (1996), 209.
3Zeng, H. C. e Zhan, Z., J. Non-Cryst. Solids, 243, (1999), 26.
4Maier, W. F., Thorimbert, S. e Klein, S., J. Catal., 163, (1996), 476.