INFLUÊNCIA DO GRUPAMENTO DE PROTEÇÃO NA DIASTEREOSSELETIVIDADE DA HIDROGENAÇÃO CATALÍTICA HETEROGÊNEA DE ADUTOS DE BAYLIS-HILLMAN 1
Cristiano R. Mateus (IC), Leonardo DAndrade Furtado (IC) , José Carlos Furlan de Gouveia (IC) , Wanda P. Almeida (PQ)¨ e Fernando Coelho (PQ)
 Depto de Química Orgânica  IQ  UNICAMP  13083-970  Campinas, SP
¨Instituto de Ciências da Sáude  Universidade Paulista - Campinas, SP
palavras-chave: Baylis-Hillman, hidrogenação, diastereosseletividade
Introdução e Objetivos: Nos últimos anos a reação de Baylis-Hillman vem se destacando, como método para a formação de ligação sigma C-C. O caráter polifuncional dos seus adutos vem permitindo tanto a sua utilização como materiais de partida para sínteses totais, quanto como substrato para diferentes metodologias. 2
Em
comunicação prévia3 descrevemos um
estudo da diastereosseletividade da reação de
hidrogenação catalítica heterogênea de
adutos de Baylis-Hillman derivados de aldeídos aromáticos
(esquema 1), no qual foi possível observar que, para alguns
casos, o grupo t-butildimetilsilila era essencial para uma
alta seletividade em favor do diastereoisômero syn.
Visando aprofundar esse estudo, passamos a avaliar o efeito de outros grupos de proteção e os resultados obtidos são apresentados nesse trabalho.
Resultados e Discussão: Os adutos de Baylis-Hillman (B.H.) protegidos foram submetidos à hidrogenação catalítica empregando Pd/C em acetato de etila e pressão atmosférica. Os tempos de reação variaram de 0.5 a 3h. Os produtos foram caracterizados por IV ,1H RMN (500MHz) e 13C RMN. A relação diastereoisomérica foi estabelecida por CG (coluna HP-5) e por 1H RMN, sendo esse último método empregado também na determinação da configuração relativa do isômero majoritário através da constante de acoplamento entre o H carbinólico e o a-carbonila (syn, 4-6Hz; anti , 8-9Hz).
Os resultados obtidos com a hidrogenação são resumidos na Tabela I.
Tabela I: Hidrogenação Catalítica Heterogênea de Adutos de B.H. protegidos
| 
					 Aduto  | 
				
					 Proteção(%)a  | 
				
					 Rel. syn:anti  | 
				
					 (%)a  | 
			
| 
					 7, R=H, R=TMS  | 
				
					 75  | 
				
					 85:15  | 
				
					 78  | 
			
| 
					 8, R= OCH3, R= TMS  | 
				
					 82  | 
				
					 88:12  | 
				
					 82  | 
			
| 
					 9, R= Cl, R= TMS  | 
				
					 99  | 
				
					 84:16  | 
				
					 50  | 
			
| 
					 10, R= NO211, R= TMS  | 
				
					 70  | 
				
					 87:13  | 
				
					 70  | 
			
| 
					 11, R= 3,4-CH2OCH2, R= TMS  | 
				
					 85  | 
				
					 85:15  | 
				
					 75  | 
			
| 
					 12, R=H, R=TBS  | 
				
					 65  | 
				
					 91:9  | 
				
					 56  | 
			
| 
					 13, R= OCH3, R= TES  | 
				
					 70  | 
				
					 95:5  | 
				
					 67  | 
			
| 
					 14, R= Cl, R= TES  | 
				
					 63  | 
				
					 83:17  | 
				
					 50  | 
			
| 
					 15, R= NO211, R= TES  | 
				
					 94  | 
				
					 94:6  | 
				
					 94  | 
			
| 
					 16, R=H, R=Ac  | 
				
					 82  | 
				
					 25:75  | 
				
					 65b  | 
			
| 
					 17, R= OCH3, R= Ac  | 
				
					 78  | 
				
					 50:50  | 
				
					 70b  | 
			
| 
					 18, R= Cl, R= Ac  | 
				
					 80  | 
				
					 37:63  | 
				
					 63b  | 
			
| 
					 19, R= NO2,11 R= Ac  | 
				
					 76  | 
				
					 40:60  | 
				
					 78b  | 
			
| 
					 20, R= 3,4-CH2OCH2, R= Ac  | 
				
					 89  | 
				
					 30:70  | 
				
					 60b  | 
			
a. Produtos isolados e purificados; b. presença de produto de hidrogenólise (30-40%)
A utilização de grupos sililados conduziu em todos os casos ao produto syn, em boa diastereosseletividade, sendo os melhores resultados com TBS ou TES. Por outro lado a presença do grupamento acetila conduziu ao produto anti, em baixa diastereosseletividade. Os resultados obtidos podem se racionalizados baseado em um modelo em que a conformação mais estável é aquela em que o grupamento arila ocupa uma posição interna e que a ligação carbono-oxigênio é paralela à ligação p, reduzindo dessa forma qualquer interação desestabilizante entre o grupamento arila e o grupo carboxila.

Concluímos dessa maneira que a adição de hidrogênio se dá preferencialmente pela face menos impedida da ligação dupla, ou seja, a face contrária aquela em que se encontra o grupo de proteção mais volumoso.
Referências: 1. Mateus, C. R., Almeida, W.P. e Coelho, F. Tetrahedron Letters 2000, 0000; 2. Basavaiah, D. et.al., Tetrahedron 1996, 52, 8001-8062; Ciganek, E., Organic Reactions 1997, 51, 201-350; 3. C. R. Mateus et al., 22a RA/SBQ 1999, Volume 2, QO-058.
[CNPQ, FAPESP]