ANÁLISE DE AROMA DE SAPOTI (ACHRAS SAPOTA, L.) PELAS TÉCNICAS DE SPME (MICROEXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA) E OSME (CROMATOGRAFIA OLFATOMÉTRICA).


Ana Lúcia D`Elia Vinhal Rodrigues de Sousa (TQ)1; Antonio Luiz Pires Valente (PQ)1 e Maria Aparecida Pereira da Silva (PQ)2


1 Instituto de Química,Departamento de Química Analítica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, CEP 13083-970 – Brasil.


2 Faculdade de Engenharia de Alimentos, Departamento de Nutrição, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, CEP 13083-970 – Brasil.


palavras-chave: aroma, spme, osme.


Introdução:

Na última década, a indústria de sabores e aromas cresceu cerca de 6% ao ano. Somente em 1995, quase 10 bilhões de dólares foram comercializados pelas principais indústrias do ramo. A impressão deixada pelo sabor de um alimento reúne tanto a percepção dos estímulos químicos recebidos pelo olfato e paladar, como dos estímulos físicos recebidos pela visão, audição e tato. Embora a aparência do alimento exerça uma forte influência na qualidade e na intensidade do sabor característico, o gosto e o aroma são as principais sensaçõoes envolvidas[1].


Objetivos:

O presente trabalho tem por objetivo comparar duas técnicas de amostragem dos componentes do aroma de um fruto abundante na região Nordeste do país, o sapoti, fruto da sapota, árvore da família das sapotáceas (Achras sapota, L), também conhecida por sapotizeiro, originária do México e América Central, de onde foi distribuído para outras partes do mundo.

A primeira técnica é a extração por sucção utilizando-se uma "armadilha de Porapak Q", seguida da injeção em Cromatógrafo Gasoso e posterior análise olfatométrica dos voláteis utilizando-se uma equipe sensorialmente treinada (técnica conhecida por "Sniffing") [2,3]. A segunda técnica é a Microextração em Fase Sólida (SPME) do “headspace” e também, injeção em Cromatógrafo Gasoso [4].


Metodologia:

A - Padronização do isolamento dos compostos voláteis para extração pela técnica de trapeamento por sucção: Os isolados voláteis foram obtidos de 300 g de polpa de fruta macerada, contendo 30 % de NaCl em peso, colocada num balão de fundo redondo de 1000 mL, mantido à temperatura ambiente, sob agitação moderada e constante. Foi acoplada ao frasco, uma " armadilha " de Porapak Q (80 a 100 mesh).


O conjunto foi ligado a um sistema de vácuo e a extração foi feita em tempos de 30, 60, 90 e 120 minutos, visando determinar o tempo ideal de captura. Cada etapa foi feita em triplicata. Os voláteis foram eluídos com solvente orgânico e, posteriormente, analisados por cromatografia gasosa [5].

B - Análise do “headspace” utilizando SPME: Dois gramas de polpa da fruta com 30 % de NaCl, em peso foram macerados em 20 mL de água destilada e a mistura introduzida em um frasco de 50 mL, contendo uma barra magnética para agitação, fechado com um septo de borracha. A mistura foi deixada em equilíbrio por 15 minutos, sob agitação moderada e contante, à temperatura ambiente. A fibra de SPME foi introduzida no septo de borracha que veda o frasco e foi feita a extração, com posterior introdução no injetor do cromatógrafo gasoso para que se procedesse a dessorção e a análise dos voláteis. Foram feitas análises com 5, 10, 15, 30, 45 e 60 minutos de extração. Todo o procedimento foi conduzido em triplicata.


Resultados:

Foram padronizados os tempos ideais para extração dos voláteis nas duas técnicas. Pelos cromatogramas obtidos, verificou-se que o tempo de 2 horas é o ideal para a extração por Porapak Q e o de 15 minutos para a fibra de SPME.


Conclusão:

Pelos resultados obtidos até o presente, pode-se dizer que, com a técnica de extração por SPME obtém-se resultados correspondentes aos da técnica por sucção utilizando-se menor tempo para extração e uma quantidade de matéria-prima infinitamente menor.


Bibliografia:


  1. HARTMANN, H.; Scent and Taste; Perfumer & Flavorist, v. 21, n. 2, p. 21-23 (1996).

  2. FRANCO, M.R.B.; RODRIGUEZ-AMAYA, D.B.; Trapping of soursop (Annona muricata) juice volatiles on Porapak Q by suction. Journal of the Science of Food and Agriculturel, v. 34, n. 4, p. 293-299 (1983).

  3. ACREE, T.E.; BARNARD, J.; CUNNINGHAM, D.G., A procedure for the sensory analysis of gas chromatografic effluents. Food Chemistry, v. 14, p. 273-286 (1984).

  4. PAWLISZYN, J.: Solid Phase Micro-Extraction: Theory and Practice; Wiley-VCH; New York, (1997).

  5. BASTOS, D.H.M.; Compostos voláteis de méis de eucalipto e laranja; (Tese de Doutorado); FEA - UNICAMP; Campinas; (1996).


FAPESP