PERFIL PROFISSIONAL: UM PARALELO ENTRE A FORMAÇÃO DO QUÍMICO E A EXPECTATIVA DAS EMPRESAS



Ana Lúcia D’Elia Vinhal Rodrigues de Sousa (TQ)1 ; Ana Paula D’Elia Vinhal Ricardo (PG)1 e Larisse Montero (PG)2



1 Faculdade de Engenharia de Alimentos - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Campinas – SP


2 Instituto de Química – Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo - SP



palavras- chave: formação profissional, indústrias, interdisciplinaridade.


Introdução


O perfil do profissional em química de algumas indústrias localizadas no Estado de São Paulo foi avaliado através de um levantamento estatístico, feito sob a forma de entrevistas e questionários durante os meses de agosto e setembro do ano de 1999. As questões focalizaram profissionais de nível médio e superior, sendo respondidas por empresas de médio e grande porte.


Objetivo


O trabalho foi realizado com o objetivo de estabelecer um paralelo entre a formação do profissional em Química e o perfil esperado pela empresa.

Através deste trabalho, estivemos especialmente interessados em analisar se a formação do profissional em Química satisfaz as necessidades das empresas que o contratam.


Metodologia


Foram pesquisadas, através de questionários e entrevistas, empresas de médio e grande porte (nacionais e multinacionais) do Estado de São Paulo, com enfoque em profissionais tanto de nível médio quanto de nível superior.

A atenção principal foi dada para profissionais de nível superior, formados em Química e Engenharia Química e os profissionais de nível médio com formação técnica em química, bioquímica e petroquímica. Outros cursos relacionados a química como técnico em plástico, técnico de laboratório e técnico em segurança do

trabalho não foram considerados para cômputo dos resultados.


Resultados


Os dados mostraram que a formação do profisional é considerada pouco adequada pelas empresas pesquisadas e que, a interdisciplinaridade ainda é insufi-

ciente para a grande maioria dos casos.

A totalidade das empresas pesquisadas declarou não oferecer facilidades para que os funcionários de nível médio venham a graduar-se, oferecendo-as porém para cursos de especialização e/ou informática.

Já para os funcionários de nível superior, a pós-graduação em área específica, ou em áreas de Administração e Economia, é bastante valorizada, e em alguns casos até estimulada através de incentivos como custeio parcial ou total das despesas, dispensa por um ou mais períodos, promoção na carreira, etc.

Contrariando as expectativas, a atuação anterior na área não se mostrou tão determinante para a contratação do profissional em geral. É dada preferência para o profissional com pouca ou nenhuma experiência, sendo os que possuem apenas o estágio obrigatório, no caso do curso técnico ou iniciação científica para os nível superior, os privilegiados.

É digna de nota que a formação do profissional é considerada pouco adequada pelas empresas pesquisadas.

Dentre os aspectos abordados, verificou-se uma clara tendência das empresas a valorizarem cada vez mais a formação humanística, sendo que o aprendizado de um ou mais idiomas, tendo em vista o atual mercado global, é altamente desejável.

Os idiomas mais requisitados são inglês, espanhol e alemão, nesta ordem de importância.

Em algumas empresas multinacionais, o profissional de nível superior que não possuir fluência no idioma inglês nem ao menos é entrevistado pela equipe de avaliação.


Conclusões


Através da análise dos resultados obtidos, verificou-se que existe uma defasagem entre a formação do químico e a expectativa das empresas em geral.

As escolas de nível médio e universidades não conseguem, sozinhas, atingir as expectativas das indústrias. No entanto, não existe ainda por parte destas uma disposi-ção em interagir e mesmo colaborar financeiramente ou com material humano, no sentido de minimizar estas diferenças.


Bibliografia

Apostila de Introdução à Estatística do curso de Estatística da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.


Pesquisa realizada sem financiamento