AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA: ADEQUANDO-SE O LIVRO DIDÁTICO COM A REALIDADE DOS ESTUDANTES DE NÍVEL MÉDIO

Djalma José Alexandre da Silva (FM), Especialista em Educação Química - NUPEQUI - . Universidade Federal Fluminense, Professor de Ensino Médio das Redes Pública e Privada.


Palavras–chave: experimentos, ensino de química, processo ensino-aprendizagem


Introdução. Alguns aluno quando entram para o ensino médio, possuem grandes expectativas com relação ao seu futuro, que de certa forma está muito próximo com as provas de vestibular. Essas expectativas são mais perceptíveis quando alguns professores mesclam aulas teóricas com aulas experimentais, obtendo um resultado muito surpreendente, muito mais agradável e prazeiroso de seus alunos assimilar e construir seus conhecimentos.


Objetivo. O objetivo principal foi de demostrar para os alunos que a Química pode ser “tão legal de se aprender” que se torna cativante para professores a alunos participarem juntos de novas experiências, ou ainda ”Hoje nossa aula será de cacarecos” – depoimento de um alunos referindo-se aos materiais utilizados nas aulas experimentais. Esta forma de ensinar Química mostrou que é muito mais fascinante, através de experimentos práticos à se limitar apenas ao livro didático.


Metodologia. Atualmente, o alunado gosta de estudar de forma descontraída e pelo menos prazeiroso, eliminando o aspecto sério e enquadrado da sala de aula. Estas aulas podem ser adequadas de acordo com a necessidade cada turma:

1ª) Exposição teórica dos conteúdos à serem abordados no livro didático (adotado pela instituição; 2ª) Preparo de experimentos científicos relativos aos temas abordados; 3ª) Exposição dos experimentos para turma em questão ou até mesmo de outras turmas; 4ª) Avaliação teórica e prática dos conteúdos abordados no bimestre afim de se efetivar o processo ensino-aprendizagem. Estas avaliações são realizadas a partir de grupos de, no máximo quatro alunos – no caso dos experimentos - e individual – no caso da “prova” exigida pela instituição; 5ª) Confronto entre aulas teóricas e práticas.

Esta pesquisa foi realizada em duas turmas de 1º ano e duas turmas do 2º ano, ambas do ensino médio, em uma escola da Rede Particular de Ensino, no município de Duque de Caxias – Rio de Janeiro – no ano letivo de 1999, onde a faixa etária circundava entre 14 a 17 anos de idade. Houve duas aulas teóricas e duas aulas práticas (intercaladas), com base nos ensinamentos do livro didático, confecção e montagem experimentos práticos de Funções Inorgânicas (para o 1º ano) e Funções Orgânicas (para o 2º ano), partir dos conhecimentos teóricos, expostos em aula pelo livro didático, troca de informações e experiências intra e inter turmas. Houve a passagem de um questionário respondido pelos alunos das quatro turmas, cujos dados foram tabulados e transformados estatisticamente em gráfico, afim de comparar se os objetivos do aprendizado foram alcançados ao longo do bimestre.



Resultados Provisórios. Como os dados foram tratados por categorias, de acordo com as respostas obtidas do questionário aplicado na última aula do bimestre: Questão 1: “Você prefere aulas de Química exclusivamente teórica?” 32% responderam sim, visto que alguns preferem aulas desta modalidade em função do vestibular e 68% responderam não ,pois consideram aulas muito “maçantes e chatas”. Questão 2: “Você gostaria que houvesse aulas experimentais periodicamente?” 72% responderam sim, já que as aulas possuem uma maior dinâmica e os alunos sentem-se mais estimulados 28% responderam não. Questão 3: “Você prefere aulas ao ar livre (fora do ambiente da sala de aula)?” 90% responderam que sim, pois “nos sentimos mais livres” e 30% responderam não, por não saber explicar o que estavam estudando. Questão 4: “Com relação às aulas experimentais, foram importantes para o seu aprendizado?” 65% responderam sim, pois “’e mais fácil aprender” e 35% responderam não. Questão 5: “Você irá utilizar alguns experimentos na feira de ciências e poderá demostrar com segurança ao público?” 80% responderam sim “afinal somos cientistas !!!´ e 20 % responderam não “pois se tentem envergonhados”. Questão 6: “Você acha que estas aulas podem ajudar você no seu preparo para o vestibular?” 91% responderam sim pois para estes alunos “as aulas experimentais têm tudo a ver com o nosso cotidiano” e 9 % responderam não, por “não concordar com estas aulas”. Todos estes dados foram tabulados e inseridos em gráficos correspondentes.


Conclusão. Os resultados obtidos levaram- me a concluir que o aluno da escola privada é capaz de assimilar um conteúdo de difícil aprendizagem quando se propõe experimentos relacionados aos seu cotidiano. De nada adianta “cuspir” no quadro grandes teorias se o alunado busca cada vez mais associar ensino acadêmico com sua prática diária que se busca na escola ou em casa, além de um ensino de qualidade, de modos que se isso é possível, então porque não fazê-lo de forma ainda melhor, tanto para nossos alunos quanto para nossos próprios colegas, buscando em sala de aula temas muito mais abrangentes e complexos, transformando-os em experimentos simples e baratos, além de tornar todos os alunos amantes da Química como parte de suas vidas.


Bibliografia.

Rio Grande do Sul, 1995.



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