COMPORTAMENTO DA INTERCALAÇÃO DE 3-AMINOPIRIDINA NOS TRIÓXIDOS DE MOLIBIDÊNIO NAS FORMAS: LAMELAR E HEXAGONAL


Liliane M. Nunes (PQ)

Departamento de Química, Universidade Federal da Paraíba, Campus I, João Pessoa - 58051-900, Paraíba.

e-mail - lmnunes@netwaybbs.com.br



palavras-chave: óxido de molibidênio, intercalação, aminopiridina



Diferentes formas cristalinas do trióxido de molibidênio (MoO3) são apresentadas na literatura, as quais são denominadas alfa (a), hexagonal e mais recentemente a fase meta-estável chamada gama (b).1 Estes trióxidos apresentam diferentes estruturas, dependendo do arranjos dos átomos de oxigênio e molibidênio. A estrutura lamelar é observada para o a-MoO3, enquanto, as formas b- ou hexagonal assumem estruturas de túnel. O processo de inserção, pode causar um aumento na distância interplanar para a acomodação do intercalante dentro da lamela ou dentro do túnel.



O interesse nestes materiais dá-se por diversas razões, dentre elas, pode-se destacar a avaliação eletroquímica da polimerização da anilina adsorvida na superfície do óxido,2 como também a sua atividade catalítica, sendo estudado em detalhes a diferença catalítica entre duas diferentes fases alfa e beta.3


Neste trabalho serão apresentados resultados referentes à incorporação da 3-aminopiridina no trióxido de molibidênio nas fases lamelar e hexagonal.

O processo foi realizado pela suspensão de 0,5 g dos óxidos em 50,0 cm3 de uma solução aquosa 0,3 mol dm-3 da amina, o sistema foi agitado mecanicamente por 24h a 298 K, e durante este tempo ocorreu a dissolução dos óxidos. Após o tempo de 24h, a solução de amina foi evaporada até formação do precipitado, o qual foi lavado com água bidestilada.

Os resultados de modo geral, mostram a efetividade da incorporação da 3-aminopiridina nos trióxidos de molibidênio. Um fato interessante é que ambos os óxidos quando incorporados com 3-aminopiridina apresentam resultados bastantes semelhantes quanto a termogravimetria e difração de raios x.

Os dados de análise elementar de CHN sugerem 0,92 mol de aminopiridina por mol de óxido. A Figura 1 mostra as curvas termogravimétricas das matrizes modificadas. Várias etapas de perdas de massa são observadas na faixa de temperatura entre 30-300ºC, as quais referem-se à saída de água e possíveis aminas que não estão protonadas. A decomposição na faixa de temperatura entre 300-650ºC é atribuída a saída da matéria orgânica.















Figura1-Curvas termogravimétricas dos óxidos

incorporados com 3-aminopiridina.

Os processos de inserção da 3-aminopiridina em ambos os óxidos, apresentaram significativas mudanças na estrutura dos óxidos de partida.














2q



Figura 2 - Difratogramas de raios x


Nos difratogramas de raios x (Figura 2), observa-se o surgimento de vários picos na região abaixo de 10º para os materiais incorporados, indicando a formação de diferentes fases. No óxido hexagonal modificado, observa-se o surgimento de três distintas fases e um pequeno pico em 2q = 9,6º, podendo ser atribuído ao óxido de partida que não reagiu. Uma observação interessante diz respeito ao material lamelar modificado, onde observa-se além dos mesmos picos da fase hexagonal, o surgimento do pico em 2q = 9,6º. As semelhanças observadas nos materiais incorporados, podem ser atribuídas ao processo de dissolução destes óxidos no processo de reação.


Referências

(1) E. M. McCarron III, D. M. Thomas e J. C. Calabrese, Inorg. Chem., 26 (1987) 370. (2) R. F. de Farias, J. M. de Souza, J. V. de Melo e C. Airoldi, J. Colloids Interface Science, 212 (1999) 123. (3) C. J. Machiels, W. H. Cheng, U. Chowdhry, W. E. Farneth, F. Hong, E. M. McCarron III, A. W. Sleight, Appl. Catal., 25 (1986) 249.

[CNPq]