Maria de Fátima Torres (FM), C.E. Liceu Nilo Peçanha, Niterói, RJ
Zilma Mendonça Santos (FM), C.E. Gomes Freire de Andrade, RJ.
Introdução:
Na busca de novas formas de apresentação de conteúdo, optou-se por associar o ensino de Química às questões ambientais. Esta alternativa possibilitou a reflexão conjunta da química, sua aplicação, problemas ambientais atuais, proporcionando a associação: Química aplicada e prática da educação ambiental. Isto foi feito de forma concreta, com uso de materiais (embalagens descartáveis bastante diversificadas) que facilitaram em muito a questão de dar significado a parte conceitual da química. A importância deste trabalho foi por em prática a interdisciplinaridade abordando geografia, matemática, química, biologia e levantar questões sobre comportamento, educação, direitos e deveres enquanto cidadão, além de experimentar a metodologia que permite realizar tarefas diferentes (em grupos) dentro de um mesmo espaço físico (Sala de aula)
Objetivo:
O objetivo deste trabalho foi entender a química através da educação ambiental.
Metodologia:
O primeiro passo para concretização deste trabalho foi solicitar aos alunos que trouxessem para a sala de aula embalagens descartáveis diversas. A partir daí foi proposto à turma reflexão e resposta sobre o seguinte questionamento: O que é lixo? Esta pergunta foi escrita no quadro e os alunos, espontaneamente, iam até o quadro, escrevendo sua opinião sobre o assunto. Na aula seguinte, com o auxílio das embalagens, das transparências, do retroprojetor, dos mapas e material para leitura, foi dada continuidade aos trabalhos de forma que um grupo ocupou-se com os mapas e as informações contidas neles sobre o meio ambiente daquela região. Outro grupo tratou de separar e classificar o “lixo” (embalagens trazidas pelos alunos) e um terceiro grupo optou pela pesquisa de literatura. Isto foi feito de forma democrática durante duas aulas, com auxílio e orientação de todos os participantes. Após os estudos e discussões cada grupo elaborou sua conclusão e o resultado de cada turma foi apresentado e discutido.
Resultados:
Durante a primeira reflexão colocada com relação ao conceito de “lixo” ficou evidente a relatividade desta expressão, já que questões interessantes foram levantadas, como o fato de alguns tipos de lixo (restos de comida) servirem de alimento para animais ou até mesmo para seres humanos e o assunto da reciclagem de diferentes tipos de materiais foi bastante explorado.
Posteriormente o grupo que cuidou da leitura de revistas e recortes de jornais, obteve, em diferentes turmas, comentários sobre aproveitamento de materiais, geração de energia, potencial hídrico do Brasil, desperdício de alimentos e o que se planta no solo brasileiro, as reações da vegetação e o nosso clima, o calor, a chuva, as modificações no planeta e etc. Dessa forma foi possível um vasto diálogo sobre a importância do conhecimento químico e sua aplicação.
O grupo de alunos encarregado de separar e classificar o “lixo” (embalagens) agrupou primeiramente por tipo de material: Plástico, metal, vidro, papel. A seguir contou e determinou o percentual de cada material no total do lixo. Este resultado foi colocado em gráfico do tipo pizza, indicando em diferentes cores as porcentagens, sendo que o plástico obteve a maior proporção e o vidro, a menor.
O grupo que trabalhou com os mapas analisou o tipo de solo e vegetação no entorno da baia de Guanabara, o número de indústrias que lançam seus resíduos nas águas da baia, a densidade demográfica ao redor mais próxima desse ecossistema aquático e esboçou gráficos comparando áreas da mesma região que sofrem diferentes influências naturais ou provocadas pelo próprio homem.
Concluídas as tarefas, cada turma apresentou seus resultados, de formas diferentes mas que abordaram problemas ambientais e que auxiliaram a compreensão da química, sua aplicação e o significado de conceitos.
Conclusão:
Foi possível trabalhar, de uma forma prática e dinâmica dentro de um mesmo espaço físico, refletindo em torno de um assunto (química e meio ambiente) sob diferentes aspectos, com várias abordagens, envolvendo conhecimentos de diversas disciplinas.O aluno obteve sucesso à medida que se manteve ocupado e concluiu que na verdade é possível aplicar no estudo da química, assuntos desenvolvidos em outras disciplinas, ou seja, o conhecimento vai sendo construído, serve para ser aplicado e deve ser útil ao homem na melhoria do ambiente e da vida humana. Assuntos como reações químicas, tipos de transformações, leis das reações químicas, tiveram como base este trabalho.
Bibliografia: AMADOR, E.S. (1992) Baia de Guanabara: um balanço histórico, in ABREU, M.A.Natureza e Sociedade no Rio de Janeiro.Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esporte.
CHASSOT, A. (1995) Para quem é útil o ensino? Editora Ulbra, Canoas, 189p.
FEEMA (1991) Vocabulário Básico de Meio Ambiente. Rio de Janeiro, Serviço de Comunicação Social da Petrobrás.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL (1995) Seminário sobre a Formação do Educador para Atuar no Processo de Gestão Ambiental, Anais.Brasília.