APLICAÇÃO DO MÉTODO COMPLEX PARA A OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS COM BASE QUÍMICA
Evandro Bona1 (IC); Rui Sérgio dos Santos Ferreira da Silva2 (PQ), Dionísio Borsato1 (PQ) e Renata Paula Herrera1 (IC).
1Departamento de Química e 2Departamento de Tecnologia de Alimentos.
Universidade Estadual de Londrina. C.P.6001.CEP 86051-990, Londrina Pr.
ferau@sercomtel.com.br
Palavras-chave: otimização, complex, simplex supermodificado.
INTRODUÇÃO. A otimização de condições operacionais de variáveis que afetam muitos sistemas químicos, biológicos e alimentares, tem ocupado tempo e esforço de muitos cientistas e tecnólogos. Muitos desses sistemas são influenciados por mais de um fator e os pesquisadores tentam buscar uma combinação de fatores que otimize o sistema ou conduza a uma melhor resposta6. Uma modificação da técnica do simplex seqüencial foi proposta por Box2 (1965). Chamado de método complex, este utiliza-se de uma figura com um número de vértices maior que (n+1), sendo n número de variáveis.
OBJETIVOS. O trabalho teve como objetivo testar o método complex através da otimização de modelos preditivos gerados pela metodologia de superfície de resposta e, comparar os resultados obtidos com os valores encontrados na literatura.
MÉTODOS. O método de Box foi desenvolvido a partir do método simplex. O simplex no espaço n-dimensional é um hiperpoliédro com faces planas contendo (n+1) vértices. O complex faz uso de uma figura flexível com um número de vértices maior que n+1, sendo recomendado o emprego de 2n vértices2. O complex permite o uso de limitações para as variáveis, e pode ser usado para maximizar ou minimizar a função objetivo. Sendo xi uma variável independente, seu limite inferior será Li e o limite superior Ui. Os primeiros 2n vértices podem ser determinados segundo as equações descritas por Beveridge & Schechter1 sendo a função objetivo avaliada em cada vértice. O vértice que possuir o pior valor, para a função, deverá ser substituído por um novo vértice localizado ao longo da linha que une o ponto rejeitado e o centróide dos pontos remanescentes4. Sendo d, a distância entre o ponto rejeitado e o centróide, o novo ponto estará a uma distância ad do centróide. A constante a é conhecida como fator de expansão e Box recomenda o uso do a = 1,30. Se o novo ponto não satisfizer os limites explícitos de xi, será atribuído para esta variável um valor igual ao limite superado1. Caso o novo vértice, entre todos os vértices do novo poliédro, possuir o pior valor para a função objetivo, ele será substituído por outro vértice localizado na metade da distância entre o novo vértice e o centróide4. O programa computacional complex foi desenvolvido em linguagem FORTRAN, utilizando o software Fortran Power Station 4.0. Para testar o método foi utilizado a equação Y1 que representa a produção de celulase por fermentação3 e Y2 que representa o rendimento de uma reação química5.
RESULTADOS. Os resultados obtidos com o método complex foram comparados com os valores fornecidos pelo método analítico (via derivação) e método simplex. Na otimização simplex foi utilizado o software Simplex Supermodificado com Inicialização Automática (SSM-IA), desenvolvido pelos autores.
Tabela 1: Significado das variáveis.
|
Variável |
||
Equação |
x1 |
x2 |
x3 |
Y1 |
CaCl2 (g/L) |
MgSO4 . 7 H2O (g/L) |
KH2PO4 (g/L) |
Y2 |
Tempo (min) |
Temperatura (ºF) |
- |
Tabela 2: Comparação entre os resultados para as variáveis.
|
Variáveis independentes otimizadas |
||||
Método |
Y1 |
Y2 |
|||
|
x1 |
x2 |
x3 |
x1 |
x2 |
Analítico |
1,14 |
0,30 |
7,92 |
86,95 |
176,55 |
SSM-IA |
1,20 |
0,30 |
8,00 |
86,95 |
176,53 |
Complex |
1,20 |
0,30 |
8,00 |
86,96 |
176,53 |
Tabela 3: Respostas obtidas para a função objetivo.
|
Respostas otimizadas |
|||
Método |
Y1 |
Y2 |
||
|
Resposta |
Interações |
Resposta |
Interações |
Analítico |
1,7707 |
- |
80,2124 |
- |
SSM-IA |
1,7678 |
22 |
80,2124 |
61 |
Complex |
1,7678 |
13 |
80,2124 |
96 |
CONCLUSÕES. Através da análise dos resultados obtidos pode-se concluir que o método complex é uma ferramenta útil para a otimização. O método pode otimizar com ou sem modelos, não entrando em colapso2 como pode acontecer com o método simplex.
1. BEVERIDGE, G. S. G.; SCHECHTER, R. S. Optimization theory and pratice. Tokyo, Mac Graw-Hill & Sons, New York, 1987.
2. BOX, M. J., A new method of constrained optimization and a comparison with other methods, Comput. J., 8:42 (1965).
3. HAULY, M. C. O.; SILVA, R. S. F. e RAO, C. S. Revista Brasileira de Tecnologia. 11 : 1-11, 1980.
4. HIMMELBLAU, D. M. Applied Nonlinear Programming, McGraw-Hill,1972.
5. MONTGOMERY, D. C. Design and analysis of experiments. New York, J. Wiley, 1976.
6. MORGAN, E.; BURTON, K. W.; NICKLESS, G. Optimization using de super modified simplex method. Chemometrics and Intelligent Laboratory Systems, n.8, p. 97-107, 1990.