determinação de NADH
empregando Sistema de Análise
por INJEÇÃO EM
FLUXO COM DETEÇÃO Amperométrica EM Eletrodos de
pasta de carbono modificados
com 3,4-Diidroxibenzaldeído
Maria Flávia
Delbema (PG); Jairo José Pedrottib (PQ),
Ivano Gebhardt. Rolf Gutza (PQ ) e Silvia Helena Pires
Serranoa (PQ)
aDepartamento de Química Fundamental - Instituto de Química USP
e-mail: shps@quim.iq.usp.br
b Departamento de Química Universidade Mackenzie, São Paulo
Palavras - chave: mediadores, detecção amperométrica, FIA
Introdução
e Objetivos: Os cofatores enzimático b-nicotinamida
adenina dinucleotídeo
(NADH) e b-nicotinamida
adenina dinucleotídeo-fosfato (NADPH) são fundamentais
para a ação catalítica de mais de 300 enzimas
óxido redutases. A oxidação eletroquímica
de ambos os cofatores é importante devido ao fato de que
inúmeros substratos não eletroativos, podem ser
indiretamente determinados, se a reação enzimática
produz ou consome NADH ou NADPH, ambos eletroativos. Assim, ao
quantificar-se eletroquimicamente o produto, NADH e/ou NADPH,
quantifica-se indiretamente o substrato não eletroativo. A
oxidação dessas espécies em eletrodos limpos tem
um mecanismo complexo, ocorrendo a potenciais altamente positivos e
dependentes da condição superficial do eletrodo. Além
disso, os produtos da oxidação, NAD+ e NADP+
adsorvem na superfície do eletrodo, causando envenenamento
superficial, acentuado pela utilização de tampão
fosfato como eletrólito suporte(1,2). Mais
recentemente, eletrodos de carbono vítreo modificados com
filmes eletropolimerizados de diversos derivados de
3,4-diidroxibenzaldeído (3,4-DHB) têm sido descritos
para determinação de NADH(3-6). O
objetivo deste trabalho foi utilizar eletrodos de pasta de carbono
modificados com filmes eletropolimerizados de 3,4-DHB, previamente
desenvolvidos(6) para determinação
amperométrica de NADH em sistemas de análise por
injeção em fluxo (FIA).
Métodos: Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico e as soluções preparadas com água deionizada. Soluções de NADH foram preparadas em tampão PIPES 0,1 mol L-1, pH 6,8 e mostraram-se estáveis durante 7 dias, quando mantidas ao abrigo da luz em geladeira. As leituras de pH foram efetuadas utilizando-se o pH-metro modelo 654 e um eletrodo de vidro combinado 6.0205.100 (OE), ambos Metrohm. Uma célula de camada delgada construída, em nossos laboratórios com blocos usinados em acrílico, com volume interno da ordem de 13 mL, foi empregada nas medições em fluxo. O sistema FIA consistiu de uma bomba peristáltica Gilson modelo Miniplus 3, um injetor de amostras manual provido de uma alça de amostragem de 160 mL, um sistema de remoção de bolhas de ar e o detector amperométrico com eletrodo de pasta de carbono modificado com filme eletropolimerizado de 3,4-DHB. As medições amperométricas foram feitas com um potenciostato (Eco Chemie, Autolab modelo PGSTAT 20), acoplado ao software GPS 3.1. O potencial do eletrodo de trabalho na célula eletroquímica em fluxo foi mantido em 0,23 V vs. Ag/AgCl (KCl saturado), suficiente para assegurar a oxidação de NADH na superfície do eletrodo modificado.
Resultados
e Conclusões: Um dos atrativos no sistema FIA proposto
para a determinação de NADH foi a introdução
de um reator de polipropileno microporoso de 0,28 mm de d.i. e 50 cm
de comprimento entre o injetor de amostras e o detector
eletroquímico. Este tubo micropososo, originalmente utilizado
na área médica (OxyphanÒ),
mostrou-se eficiente para a remoção completa de micro
bolhas de ar que se formam ao longo do percurso analítico,
introduzindo instabilidade no sinal da linha base e falta de
repetibilidade na altura das correntes de pico. Devido à
fragilidade mecânica do tubo microporoso (parede de ~ 100 mm),
este foi montado concentricamente no interior de um tubo protetor de
polietileno, de diâmetro interno de 0,8 mm. Os dois tubos foram
fixados entre si, nas extremidades, com cola epóxi.
Observou-se
maior durabilidade do filme polimérico do eletrodo quando este
é exposto a tampão fosfato (0,1 mol L-1, pH 6,8), ao
invés do tampão PIPES, como fluido transportador do
sistema FIA. Assim, somente as amostras de NADH a determinar foram
injetadas em tampão PIPES (0,1 mol L-1, pH 6,8).
O
estudo de vazão revelou que a faixa ótima de trabalho
estende-se de 0,2 a 0,7 mL min-1. Vazões superiores a 0,8
mL
min-1 diminuem a estabilidade do filme modificador e a repetibilidade
dos picos registrados.
A
repetibilidade do método para injeções de
solução de NADH 25 (mol L-1 foi de 1,6% (18
injeções de 160 (L) e o limite de detecção
foi estimado em 0,4
(mol L-1 (3S/R) Sob vazão de 0,6 mL
min-1, a freqüência analítica do método foi
de 55 determinações/hora.
R= 0,9997
Bibliografia:
(1) E. Katekawa; F. Maximiano; L.L.Rodrigues.; M.F.Delbem.; S.H.P.Serrano; Anal. Chim. Acta, 385, 345 (1999).
(2) L. Rover Jr.; J.C.B. Fernandes; G. de Oliveira Neto, L.T. K, Kubota, E. Katekawa, S.H.P. Serrano, Anal. Biochem. 260, 50 ( 1998 ).
(3) F. Pariente; F. Tobalina; G. Moreno e L. Hernándezo; E. Lorenzo e H. D. Abruña, Anal. Chem., 68, 4065 (1997).
(4) F. Pariente, F. Tobalina, M. Darder, E. Lorenzo e H. D. Abruña, Anal Chem., 68, 3135 (1996).
(5) F. Pariente, E. Lorenzo e H. D. Abruña, Anal Chem., 66 (1994), 4337.
(6) M. F. Delbem e S. H. P. Serrano, Anais do XI SIBEE, pag. 78 (1999).
FAPESP, CNPq