COMPORTAMENTO FOTOLUMINESCENTE DA ZEÓLITA Eu-Y INCORPORADA COM VANÁDIO E TERRAS RARAS
1Instituto de Química  Universidade de São Paulo.
2Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo A. M. de Melo  PETROBRAS.
palavras-chave: zeólita Y, luminescência, vanádio.
Objetivo. Avaliar a estrutura zeolítica com o estudo fotoluminescente da microssimetria ao redor do íon Eu3+ e análise das propriedades texturais, dos sistemas incorporados com V, La e Gd, sob condições similares àquelas encontradas nos conversores.
Materiais e métodos experimentais. A zeólita Y empregada neste estudo foi sintetizada pelo Centro de Pesquisas da PETROBRAS. O teor de sódio foi reduzido através de sucessivas trocas iônicas com solução de NH4Cl 1 M. Posteriormente, 10 g de zeólita, previamente calcinadas a 600ºC, foram suspensas sob agitação em solução de EuCl3 0,1M, a temperatura ambiente por 1 dia. Os cristais foram separados por filtração, rinçados com água e novamente calcinados a 600ºC. Uma solução de VO(bzac)2 em tolueno foi usada para incorporar vanádio às amostras por impregnação, em um teor de 1% em massa. As amostras preparadas com La ou Gd foram impregnadas com soluções dos respectivos trisacetilacetonatos em tolueno, em concentrações determinadas pela razão molar TR/V=1. Após a evaporação do solvente, as amostras foram calcinadas a 540ºC ao ar, por 5 horas e em seguida, a 760ºC, ao vapor de água, por 3 horas. O EuVO4 foi sintetizado pela calcinação a 950ºC, por 5 horas, da mistura estequiométrica entre Eu2O3 e V2O5.
As propriedades texturais das amostras foram determinadas no Gemini 2360. Submeteu-se as amostras ao vácuo a 300ºC antes da adsorsão de N2 e a superfície multipontual BET foi calculada entre 0,06<P/P0<0,70.
Os espectros de luminescência foram registrados em um espectrofluorímetro SPEX Fluorlog II com duplo monocromador. Os espectros de emissão foram coletados entre 500 e 720 nm e os espectros de excitação, por sua vez, obtidos entre 320 e 560 nm. Os experimentos foram conduzidos à temperatura ambiente.
	 Tabela:
					  zeólita após desativação hid. a
					760ºC Amostra Área
					BET (m2/g) Eu-Y 538 Eu-Y/V 467 Eu-Y/V-La 478 Eu-Y/V-Gd 485 
		
	
				 
		
		
			
					 
			
				 
		
		
			
					 
				
					 
			
				 
			
					 
				
					 
			
				 
			
					 
				
					 
			
				 
			
					 
				
					 
			
				 
		
	
					 
				
					 
			
	
Os espectros de luminescência da zeólita, após troca iônica para incorporação de európio, demonstram transições bastantes finas e características do íon Eu3+ neste ambiente[3]. Após a desativação hidrotérmica, a amostra Eu-Y apresentou a transição hipersensível (5D0 ® 7F2) mais intensa que a transição de referência (5D0 ®7F1) evidenciando assim, uma alteração da microssimetria Cnv em torno do íon Eu3+. Verifica-se que as intensidade relativas entre as transições do espectro de emissão comparadas com a banda hipersensível 5D0 ® 7F2, apresentam-se maiores na ordem Eu-Y>Eu-Y/V-Gd>Eu-Y/V. Nos espectros de excitação das amostras de zeólita contendo vanádio, verificou-se uma banda a 320 nm típica da presença do EuVO4. Esta banda foi observada com mais intensidade na amostra Eu-Y/V, sugerindo uma formação de vanadato maior que na amostra Eu-Y/V-Gd. Os espectros de emissão das amostras de zéolitas, entretanto, apresentam transições bastantes distintas do EuVO4, indicando que este é apenas um dos ambientes em que o íon Eu3+ pode estar coordenado.
Conclusões. Como pôde ser visto através da alteração da microssimetria nos espectros de emissão, após a calcinação e desativação hidrotérmica o íon Eu3+ passa a coordenar-se nas cavidades zeolíticas mais internas. A dissociação das moléculas de água coordenadas ao íon favorece a migração entre os sítios zeolíticos. O vanádio, sob condições representativas de processo, provoca o ataque à zeólita Eu-Y. Durante a desativação hidrotérmica, a hidrólise do V2O5 promove a formação do ácido vanádico[4] que ataca o Eu3+ coordenado à zeólita. A exclusão do íon Eu3+, alojado nas cavidades mais internas, desestabiliza a estrutura e favorece a redução da área em virtude do colapso. A inserção de terras raras através de complexos conjugados a zeólita inibe este ataque em alguma extensão, pois impede a formação do EuVO4. Devido ao caráter mais iônico do elemento, a interação V-Gd é maior que V-La, e a proteção à estrutura zeolítica é mais efetiva.
[1] Falabella S-A, E., Microporous And Mesoporous Materials, 25, 25(1998)
[2] Sherzer, J., Catalysis Reviews Science and Engineering, 31,215(1989)
[3] Suib, S.L., Cao, H., Applied Spectroscopy, 49,1454(1995)
[4] Trujillo, C.A., Knops-Gerrits, P.P., Jacobs, P.A., Journal of Cataysis, 168,1(1997)
CNPq e PETROBRAS