PROPRIEDADES ELETROQUÍMICAS DO [3-CLORO-4-(DICLOROMETIL)-5-HIDROXI-2(5H)-FURANONA] MX.


Ulisses Marcondes Freire de Oliveira (PG)1, Andrea Lucia Rezemini (PG)1,

Jorge Moreira Vaz (PQ)2, Lilian Rothschild Franco da Carvalho (PQ)1, Jorge Cesar Masini (PQ)1.

1 Departamento de Química Fundamental - Instituto de Química - Universidade de São Paulo. 2 Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.


‘palavras-chave’ : MX, água, voltametria cíclica.



MX

A água doce superficial é a principal fonte de água potável no Brasil e em muitos outros países. Na etapa de tratamento de desinfecção da água feita com cloro, são formados muitos compostos prejudiciais à saúde humana, entre eles o MX que é resultante da reação de substâncias húmicas com o cloro (1).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO), o MX contribui com aproximadamente 50% da atividade mutagênica encontrada na água potável (2).

Devido a complexidade da matriz e da baixa concentração (~ 60ng/L) do MX nas águas potáveis, a determinação analítica deste composto tem sido feita por técnicas cromatográficas. Com a finalidade, entretanto, de aumentar a sensibilidade da detecção e facilitar o pré-tratamento da amostra, a técnica eletroquímica aponta como sendo uma alternativa promissora, uma vez que se trata de espécie eletroquimicamente ativa.

O objetivo deste trabalho é efetuar a caracterização eletroquímica do composto MX visando sua determinação em amostras de água empregando técnicas voltamétricas com a utilização de sistemas estáticos ou análise por injeção em fluxo (AIF).



Os voltamogramas cíclicos foram obtidos utilizando-se um potenciotasto/galvanostato EG & G PAR, modelo 263 A com software para controle e aquisição de dados. A configuração da cela eletroquímica utilizada foi a de três eletrodos. O eletrodo de trabalho foi o de mercúrio de gota pendente (HMDE), o de referência foi o de Ag/AgCl e como auxiliar um fio de Pt. Os eletrólitos suportes utilizados foram Tampões BR (Britton-Robinson) cobrindo uma faixa de pH de 2,0-12. A concentração final do composto estudado na cela foi de 30mM. Antes do início de cada experimento as soluções foram deaeradas por 5min com N2. Os potenciais iniciais e finais foram de –0,2V, o de inversão de varredura foi de –1,0V e a velocidade de varredura foi de 100mVs-1.


Nas condições acima descritas, o composto MX apresentou somente picos de redução em toda a faixa coberta pelos tampões utilizados. No intervalo de pH compreendido entre 2,0 - 8,0 o MX apresentou somente um pico de redução, cujo potencial variou de –0,30 a –0,55 V vs. Ag/AgCl em função do pH do eletrólito suporte. A partir do pH=9,0 o composto estudado exibiu três processos de redução em –0,36 , –0,61 e –0,66 V vs. Ag/AgCl. Os voltamogramas cíclicos abaixo mostram o comportamento eletroquímico do composto estudado em tampões de pH=4,0 e 9,0.




( a ) ( b )


Figura 1. (a) Voltamograma Cíclico para MX 30mM em Tampão BR 40mM (pH=4,0);

(b) Voltamograma Cíclico para MX 30mM em Tampão BR 40mM (pH=9,0).


O maior valor de corrente de pico catódica foi verificada em pH=7,0. Neste valor de pH, foi verificado um deslocamento do potencial de pico catódico (Epc) para valores mais negativos com o aumento da velocidade de varredura.

Estudos posteriores para elucidar os produtos formados na solução de MX eletrolizada serão feitos com a utilização de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC/MS).



(1) Kronberg, L.; Munter, T.; Sjöholm, R.; Chemical Research Toxicology 1996, vol. 9, 703-708.

(2) Xu, X.; Lin, L.; Huixian, Z.; Yongbin, L.; Liansheng, W.; Jinqi, Z.; Chemosphere 1997, vol. 35, no 8, 1709-1716.



CNPq, FAPESP