CONSTITUINTES QUÍMICOS DE Chromolaena hirsuta (HOOK. & ARN.) R. KING & H. ROBINSON (EUPATORIEAE-ASTERACEAE)
Sílvia Helana Taleb Contini1 (PG), Dionéia Camilo Rodrigues de Oliveira2 (PQ)
1Departamento de Química - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP; 2Departamento de Física e Química - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP.
palavras-chave: chromolaena, eupatorium, flavonóides
Representando cerca de 10% da família Asteraceae, a tribo Eupatorieae possui aproximadamente 2000 espécies habitando a região Neotropical1 e alguns elementos vivendo naturalmente em regiões da América do Norte. Em 1987, a tribo Eupatorieae foi alvo de uma revisão taxonômica, embasada principalmente em dados morfológicos macro e microscópicos. Nesta revisão, realizada pelos botânicos R. King & H. Robinson1, algumas espécies do gênero Eupatorium foram reclassificadas como Chromolaena, utilizando como espécie tipo a C. horminoides DC.. Neste trabalho, os autores propõem a não ocorrência de Eupatorium no Brasil.
O gênero Chromolaena é constituído por 165 espécies dispersas no Brasil, Norte do México e Sudeste dos EUA, sendo que 31% delas são endêmicas no Brasil e somente 10% foram pesquisadas quimicamente; podendo ser verificado significativa variedade estrutural1.
Como parte de um trabalho que envolve o estudo químico de espécies de Eupatorium, foi selecionado uma espécie, deste gênero, que foi reclassificada para o gênero Chromolaena, para que as informações sobre a química deste vegetal possam ser adicionadas às informações botânicas anteriores, levando à uma classificação mais precisa.
O material vegetal foi coletado em seu habitat natural, na região de Furnas-MG, e a identificação taxonômica foi realizada pelos botânicos Robert Merrill King e Harold Robinson, do Department of Botany do Smithisonian Institution, Washington, DC..
Após ser estabilizado em estufa de ar circulante à temperatura de 40°C, todas as partes do material vegetal coletado (folhas, caule e flores) foram pulverizadas em moinho de faca.
O pó seco passou pelo processo de maceração exaustiva, à temperatura ambiente, em maceradores com solventes em ordem crescente de polaridade (diclorometano e etanol). Das soluções obtidas, foram removidos os solventes (sob pressão reduzida), obtendo-se os diferentes extratos brutos.
O extrato diclorometano, das folhas, da espécie C. hirsuta, denominado de Chd1, foi fracionado em CC, com solventes em ordem crescente de polaridade, nas seguintes proporções: hexano, hex: AcOEt (99:1-2:8), AcOEt, AcOET:MeOH 95:5, MeOH.
As frações recolhidas (100, 250 ml) eram concentradas no evaporador rotatório e em seguida, analisadas por CCDC. As frações que apresentavam semelhança no cromatograma (CCDC), foram reunidas e submetidas à análise de IV.
As substâncias químicas, agora em misturas mais simples, foram purificadas por CC, CCCDC, CCDP, Sephadex e CLAE.
O estudo fitoquímico do extrato bruto Chd1, realizado até o momento, forneceu como constituintes químicos um triterpeno [Ch1] e sete flavonóides [Ch2-Ch8], sendo que as substâncias foram estruturalmente identificadas por IV, UV, RMN1H e RMN13C (PND, DEPT 135°).
Em algumas espécies de Chromolaena, estudadas quimicamente2,3, observou-se que nos extratos brutos das folhas, destas espécies, foram encontrados flavonóides; o mesmo ocorrendo com a espécie Chromolaena hirsuta, a qual apresentou uma variedade destas substâncias. É importante lembrar que as conclusões obtidas são parciais.
1-King, R.M. & Robinson, H. The genera of the Eupatorieae (Asteraceae), Allen Press, Inc., Lawrence, Kansas, 1987, 22.
2-Wollenweber, E.; et al. Bioch, Syst. Ecol., 1996, 24(5), 479-480.
3-Gutierrez, A.N.; Herz, W.; et al. Phytochemistry, 1995, 39(4), 795-800.